Territórios Livres do Baixo Parnaíba] No dia 02 de dezembro de 2012 se encerra um prazo estapafúrdio dado pelo senhor Evandro Loeff, plantador de soja no Mato Grosso do Sul e plantador de eucalipto no Maranhão, à comunidade de São Raimundo, município de Urbano Santos. Ele pretende desmatar 945 hectares de áreas de Chapada da comunidade para fazer carvão e plantar eucalipto e deu esse prazo a comunidade para que esta conseguisse alguma liminar impedindo o desmatamento. Os seus funcionários, em várias reuniões com a comunidade, afirmam possuir uma licença ambiental dada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão, mas nunca apresentaram.
Os documentos encontrados no cartório de Urbano Santos foram um termo de averbação de reserva legal que não tem nenhuma validade jurídica e um outro que explica as razões para a pressão da parte do senhor Loeff que se desmate São Raimundo. O senhor Loeff se endividou em quase seis milhões de reais com a ADM, empresa do setor de agronegócio, a fim de investir em suas propriedades no Mato Grosso do Sul. A dívida vence em agosto de 2013.
Provavelmente, o lucro obtido pela venda do carvão vegetal junto as guserias servirá para pagar parte da divida. A área de São Raimundo está em processo de desapropriação pelo Incra contudo a justiça federal paralisou o processo em função de existirem dois laudos. Isso aconteceu em 2010 e até o ano de 2012 a audiência de conciliação não foi marcada.
Com a informação que pode haver conflito entre os funcionários do Loeff e a comunidade, o Incra só faz dizer que não pode fazer nada. Então, deixa-se bem claro que a justiça federal e o Incra tem culpa no cartório. E como fica a ADM ao saber que pode receber dinheiro oriundo de desmatamento ilegal, coação e de violência contra os agricultores familiares?
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FONTE : * Mayron Régis, Colaborador do EcoDebate, é Jornalista e Assessor do Fórum Carajás e atua no Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Fórum Carajás, SMDH, CCN e FDBPM).
** Denúncia enviada pelo Autor e originalmente publicada no blogue Territórios Livres do Baixo Parnaíba.
EcoDebate, 03/12/2012
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