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sábado, 1 de dezembro de 2012

Corte de árvores provoca polêmica em Porto Alegre

Moradores reagem em redes sociais, mas Smam garante necessidade dos procedimentos


Corte de árvores provoca polêmica em Porto Alegre
Crédito: Artur Puls
Ao mesmo tempo em que é difícil obter autorização para podar ou remover árvores, em Porto Alegre, a população se queixa da derrubada, supostamente indiscriminada. Um dos casos mais recentes foi a retirada de uma seringueira no bairro Cidade Baixa. Internautas demonstraram revolta nas redes sociais e publicaram fotos, com mais de 800 compartilhamentos.

O assunto ganhou repercussão e muitas pessoas duvidaram da necessidade do corte da árvore. No entanto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) informou que fez o trabalho porque a espécie exótica, uma falsa seringueira, teria sido plantada irregularmente sobre uma galeria de esgotos. A área verde da praça Salvador Allende, localizada na avenida Loureiro da Silva, onde ocorreu o corte, passará por revitalização, através de termo de cooperação assinado com uma construtora.

Outro caso que acabou unindo moradores e motivando uma denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) foi o do corte de uma ceiba de aproximadamente 150 anos num condomínio na rua Doutor Campos Velho, bairro Cristal. Conforme o engenheiro elétrico aposentado Celso Alfredo Angst, 64 anos, até mesmo a obtenção de autorização para a poda era complicada. Segundo ele, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) teria encaminhado um termo informando que, em função da época de ninhos de pássaros, os galhos não poderiam ser tocados. Ainda assim, no dia seguinte, feriado do Dia de Finados, a árvore foi cortada. “Muitas pessoas choraram. Havia mais de dez ninhos de passarinhos”, lamenta.

Sobre isso, a Smam afirma que emitiu parecer favorável à remoção para garantir a segurança dos moradores do condomínio. O espaço próximo ao vegetal, de cerca de 15 metros de altura, já estava isolado, em razão da frequente queda de galhos secos de grande porte. Além disso, a secretaria justifica que havia restrições de crescimento da raiz, pontos de necrose e presença de colônias de insetos nos galhos. A retirada será compensada ambientalmente, como está previsto em lei. Não há menção sobre os ninhos perdidos.

Remoção só em último caso, diz Smam
Segundo o supervisor de Praças e Parques da Secretaria do Meio Ambiente (Smam), Francisco Mellos, para qualquer pedido de poda e corte de árvores é necessária avaliação técnica. “A pessoa faz o protocolo pelo telefone 156 e o caso é verificado por especialista. A remoção é em último caso, só quando há necrose ou comprometimento”, ressalta.

Mellos justifica que a demanda é significativa e, por conta da regra da avaliação técnica, as possíveis autorizações podem demorar. “Estamos tentando diminuir o tempo de atendimento.” São mais de 1,3 milhão de árvores apenas nas vias públicas de Porto Alegre, sem contar as localizadas nas 608 praças, nos parques e nas áreas particulares.

A Smam está escolhendo vias em que há muitos pedidos do 156, grande circulação ou problemas mais sérios e realizando o serviço em toda a extensão da rua. Isso foi feito na avenida Ipiranga e na Terceira Perimetral. Segundo a qualidade da árvore e o tamanho, é preciso plantar um número determinado de mudas. A compensação também pode ser por meio de taxa ao Fundo Pró-Defesa do Meio Ambiente ou compra de equipamentos para a Smam.

A partir de um decreto do ano passado, quem solicitou poda e não foi atendido em dez dias pode contratar responsável técnico para fazer um laudo. Caso indique a retirada da árvore, a pessoa pode contratar o serviço e encaminhar o documento à Smam.

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FONTE : Correio do Povo

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