Governo do país autorizou o abate de 280 mil focas-da-GroenlândiaEm meio a protestos de ambientalistas e defensores dos animais, o Canadá abriu ontem a temporada anual de caça às focas – uma mortandade que costuma chocar, especialmente devido às imagens do sangue dos animais se espalhando pelo branco do gelo e da neve.
Neste ano, o governo do país autorizou a caça de 280 mil focas-da-Groenlândia, 5 mil a mais do que no ano passado. A população dessa espécie é estimada em 5,5 milhões de exemplares. Também foi permitida a morte de 8,2 mil focas-de-crista e de 50 mil focas-cinzentas – neste caso, 38 mil a mais do que em 2008.
A pele das focas é usada para a confecção de casacos e outros tipos de roupa. A gordura – usada na fabricação de produtos de beleza – e a carne também são aproveitadas.
As atividades começaram pela manhã nas Ilhas de la Madeleine, no Golfo de São Lourenço – 20 embarcações zarparam cedo em direção a uma grande população de focas na região, conforme o porta-voz do Departamento de Pesca e Oceano do Canadá, Phil Jenkins – e devem continuar no início de abril na província de Terra Nova.
Também foram concedidas 16 autorizações a observadores, para que ativistas e jornalistas possam monitorar a atuação dos caçadores.
A Humane Society, uma ONG de defesa dos direitos dos animais, acusou o governo de falta de critério ao estabelecer “uma quota absurdamente alta”.
– A população de focas-da-Groenlândia reduziu-se, em uma década, para dois terços do total inicial – denunciou o grupo.
A ministra da Pesca, Gail Shea, respondeu que “a quota leva em consideração a opinião de cientistas”.
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