26 de junho de 2015
Uma baleia Jubarte (Megaptera novaengliae) que estava presa em uma rede de pesca foi libertada pelo Corpo de Bombeiros, na enseada de Garopaba (SC), na última sexta (18). O animal jovem medindo cerca de sete metros, ficou presa pela cauda nos cabos de uma rede de espera com âncoras, a pouco mais de um quilômetro da costa. Para socorrer a baleia, o Protocolo de Encalhes e Emalhes da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca foi acionado.
“Temos que agradecer aos bombeiros, pela coragem e o empenho para liberar a baleia. Os procedimentos internacionais seguidos pelo Protocolo nesse tipo de situação não recomendam o mergulho para desemalhar as baleias devido aos riscos que a ação acarreta às pessoas envolvidas na operação”, esclarece o chefe da APA da Baleia Franca (SC), Cecil Maya.
“A equipe avaliou a situação, consideramos que seria simples cortar os cabos e libertar o animal, e que os riscos eram mínimos para os homens”, explica o segundo Tenente Marcos Hoffmann, comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, em Garopaba, que coordenou a ação.
Após a ação, a baleia foi visualizada próxima da praia do centro de Garopaba. Uma equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marinha do Brasil, PBF, R3Animal, Udesc e Polícia Militar, que coordenam o Protocolo de Emalhes e Encalhes da APA, acompanhou a trajetória da jubarte em seu deslocamento do rumo norte da praia do centro até a Praia do Siriú, também em Garopaba.
O chefe da APA da Baleia Franca destaca a importância da comunidade comunicarem à unidade de conservação as ocorrências de emalhe (animal preso em rede). “Nosso objetivo não é responsabilizar ninguém, mas tentar libertar o animal. Não há uma perspectiva de repressão, até porque a pesca é uma atividade permitida na unidade de conservação, desde que de acordo com as normas vigentes. Quanto mais cedo a informação nos chega, menos riscos de morte o animal sofre”, adverte Maya.
Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca
A APA da Baleia Franca é uma das 320 Unidades de Conservação (UC) federais administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Protocolo de Encalhes da APA é um programa desenvolvido pela equipe desta UC para prestar assistência aos mamíferos marinhos encalhados na unidade, estabelecendo assim diretrizes entre as instituições executoras deste plano para o desenvolvimento de ações coordenadas para o atendimento destes casos.
A coordenação do Protocolo de Encalhes na Unidade é formada pela APA da Baleia Franca/ICMBio, Projeto Baleia Franca, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC/CERES, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da UNESC, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e Policia Militar Ambiental.
Saiba como ajudar
Em casos de encalhes de animais mortos:
- Informe o local do encalhe e outras informações úteis a um dos membros do Protocolo (contatos abaixo);
- Evite se aproximar do animal sob risco de contaminação biológica;
Em caso de animais vivos:
- Não tente devolver o animal para a água, pois pode ser perigoso;
- Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso.
- Evite respirar o ar expirado pelos animais;
- Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e, assim, causar ferimentos.
Contatos
APA da Baleia Franca/ICMBio: (48) 3255-6710
Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio: (81) 3544-1056 / (81) 3544-1056 / 3544-1835
Núcleo de Fauna IBAMA/SC: (48) 3212-3368 ou 3212-3356
Fonte: ICMBio
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