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segunda-feira, 22 de junho de 2015



Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Agrotóxicos, Amazônia, Biodiversidade, Clima, Energia, Mata Atlântica, Poluição do Ar, Povos Indígenas, Quilombolas, Unidades de Conservação
Ano 15
22/06/2015

 

Direto do ISA

 
  Sábado, 23 de maio de 2015. Após décadas, o quilombo Morro Seco, localizado no Vale do Ribeira, em Iguape (SP), voltou a realizar um mutirão tradicional para a colheita do arroz. A prática tradicional do Sistema Agrícola Quilombola, intercala as refeições coletivas com o trabalho na roça, e culmina com a realização do baile comemorativo. Numa roda de conversa, lideranças da comunidade e visitantes rememoram os mutirões dos tempos antigos e se questionam sobre como envolver mais os jovens nas práticas culturais quilombolas Blog do Vale do Ribeira/ISA, 19/6.
  Para Izabella Teixeira, corte de emissão em relação à tendência já ocorreu com a queda do desmatamento e país quer “mudar coisas” em sua proposta para o acordo de Paris. Leia a entrevista concedida ao jornalista Cláudio Ângelo, do Observatório do Clima Direto do ISA, 22/6.
  
 

Povos Indígenas

 
  O número de índios assassinados no Brasil cresceu 32,1% ano passado. Foram 70 casos em 2014, contra 53 em 2013. Mato Grosso do Sul, onde há vários conflitos entre indígenas e produtores rurais, foi o estado com mais homicídios: 25. Em seguida vêm Bahia (15) e Amazonas (dez). Os dados são do relatório "Violência contra os povos indígenas no Brasil", divulgado ontem pelo Cimi, que culpa principalmente o governo federal pela violação dos direitos dos índios em 2014. O relatório também informa que houve 135 suicídios de índios em 2014, 48 só em MS. A mortalidade de crianças também é alta, com 785 casos entre 0 e 5 anos O Globo, 20/6, País, p.12.
  
 

Amazônia

 
  O desmatamento da Amazônia Legal em maio de 2015 aumentou 110% em relação ao que foi verificado em maio do ano anterior, de acordo com o Imazon. No mês passado, foram devastados 389 km². Em maio de 2014, a destruição se estendeu por 185 km². Todos os boletins do Imazon em 2015 registraram tendência de aumento do desmatamento ante o mês correspondente em 2014. Em maio 2015, foi detectado desmatamento no Amazonas (27% do total), Mato Grosso, (27%), Pará (23%), Rondônia (21%) e Roraima (11%). Os municípios que lideraram a destruição da floresta foram Novo Progresso (PA), com 70,5 km², Lábrea (AM), com 45,4 km², Manicoré (AM), com 28,7 km² e Porto Velho (RO), com 25 km². Aproximadamente 55% de todo o desmatamento registrado em maio aconteceu em áreas privadas. Cerca de 31% da remoção total de florestas aconteceu em Unidades de Conservação, 13% em assentamentos de reforma agrária e 1% em terras indígenas -OESP, 20/6, Metrópole, p.E9.
  "A prisão de executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez projeta um capítulo novo para as investigações sobre a corrupção: vem aí o Eletrolão. A apuração dos 'malfeitos' no sistema elétrico começou quando o presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, admitiu ter pago R$ 100 milhões para obter parte da obra de Belo Monte (PA). Andrade Gutierrez e Odebrecht também participam da usina no rio Xingu. Há muito mais a ser apurado. As três empreiteiras atuaram também nas hidrelétricas do Rio Madeira (RO), tema de longa polêmica ambiental só resolvida por pressão de Dilma Rousseff, então ministra das Minas e Energia, com o envolvimento pessoal do presidente Lula para convencer a ministra Marina Silva", artigo de Leão Serva FSP, 22/6, Cotidiano, p.B6.
  
 

Unidades de Conservação

 
  Um antigo projeto de lei recém-modificado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) prevê a concessão total ou parcial de grandes áreas públicas protegidas, como parques, florestas e reservas extrativistas, à iniciativa privada. A proposta permite que uma empresa explore economicamente as unidades de conservação por até 30 anos, com atividades turísticas e de extração madeireira, por exemplo, sob a condição de respeitar as leis ambientais. O projeto deve ser votado esta semana na Assembleia Legislativa. O deputado Luiz Turco (PT) criticou a ausência de uma relação das áreas que podem ser concedidas. Já o promotor Ivan Carneiro, do Ministério Público em Piracicaba, disse que o texto "é genérico" OESP, 21/6, Metrópole, p.A24.
  A pesquisadora Silvia Futada, do Instituto Socioambiental, afirma que o Estado fará concessões porque não tem estrutura própria para proteger as áreas verdes. No entanto, terá de investir mais para fiscalizar os futuros concessionários. "O contrato pode ser quebrado caso a concessionária não desempenhe o papel de forma devida. No entanto, para fiscalizar isso em todas as etapas da concessão, é preciso ter um Estado forte e atuante. Hoje, os órgãos responsáveis pela conservação no Estado apresentam várias fragilidades" OESP, 21/6, Metrópole, p.A24.
  O vazamento de óleo em um dos dutos da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, trouxe consequências para um ecossistema importante da Baía de Sepetiba, na Costa Verde do Rio. De acordo com o biólogo Mario Moscatelli, que sobrevoou a região na manhã de sábado, a área do manguezal, nas margens da baía, recebeu a maior parte do material derramado. O lugar faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do município de Mangaratiba. Segundo ele, ainda não é possível saber a quantidade de óleo que atingiu os mangues, mas, dependendo do volume recebido, haverá desfolhamento da vegetação, prejudicando a fauna local O Globo, 21/6, Rio, p.24; O Globo, 20/6, Rio, p.18.
  
 

Mata Atlântica

 
  Estudo do grupo de Rogério Ribeiro, pesquisador do Departamento de Geografia da PUC-Rio, revela que árvores gigantes cariocas foram preservadas por uma peculiar combinação de tradições religiosas, superstição e, no fim das contas, uma mistura de pragmatismo com certa dose de preguiça. Uma vez destruída, a Floresta Atlântica leva até dois mil anos para recuperar a biodiversidade. Porém, a plenitude de algumas dessas gigantes aponta caminhos para restaurar aquele que é considerado um dos mais ricos biomas do mundo, essencial para a existência da água que abastece Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e outros tantos estados do Brasil O Globo, 20/6, Sociedade, p.29.
  A duplicação da BR-101 no Rio ameaça a espécie-símbolo da defesa dos animais silvestres no Brasil, o mico-leão-dourado. A rodovia está sendo ampliada em trecho de 176,6 quilômetros entre os municípios de Rio Bonito e Campos dos Goytacazes. No trajeto há pontos de Mata Atlântica onde vivem cerca de 3,2 mil micos-leões-dourados. Biólogos alertam que a duplicação pode isolar os grupos de animais e dificultar o cruzamento entre as famílias, o que compromete a conservação da espécie a longo prazo. A população de micos aumentou quase 20 vezes desde 1992, mas a espécie ainda é classificada como ameaçada de extinção. A Associação Mico-Leão-Dourado propõe a instalação de passagens sobre a rodovia para os micos OESP, 21/6, Metrópole, p.A25.
  
 

Indicadores Socioambientais

 
  O Brasil reduziu as emissões de gás carbônico, um dos vilões do efeito estufa, em mais da metade entre 2005 e 2010, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, do IBGE. Mas, embora o órgão tenha afirmado que o País caminha para atingir a meta de diminuição da emissão desses gases, para o ex-secretário do Meio Ambiente José Goldemberg, a redução se trata de "pedalada", só possível em razão do baixo crescimento da economia OESP, 20/6, Metrópole, p.E9.
  Mais veículos nas ruas e o emprego de usinas termelétricas para abastecer o País fizeram com que a emissão de ozônio, um dos gases mais críticos para a poluição atmosférica, aumentasse de forma drástica na região metropolitana de São Paulo. Em 2012, o limite estabelecido para a concentração do gás foi ultrapassado 576 vezes, média de duas vezes a cada três dias. A emissão de ozônio, oriunda da queima de combustíveis fósseis, voltou a subir em 2009 e desde então não parou, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, divulgados sexta-feira pelo IBGE OESP, 20/6, Metrópole, p.E9.
  O IBGE também divulgou dados sobre uso de agrotóxicos no Brasil. São Paulo aparece como o Estado recordista na comercialização do produto: em 2012, foram 10,5 quilos do produto por hectare plantado. Na média do País, o uso de agrotóxicos mais do que dobrou de 2000 a 2012: passou de 3,2 kg/ha, no início da década, para 6,9 kg/ha em 2012. Em abril, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) classificou o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos e recomendou "redução progressiva e sustentada" do uso, diante de evidências de que a exposição ao produto está ligada a casos de câncer OESP, 20/6, Metrópole, p.E9.
  
 

Água

 
  A Sabesp avisou empreiteiras e fornecedores que vai suspender as obras na rede de esgoto por 120 dias. Em nota, a estatal informou que "remaneja seu orçamento para dar prioridade às obras que garantam a segurança hídrica da região metropolitana". "Não tem lógica nenhuma. Perde a sociedade, porque não terá serviços necessários de coleta e tratamento de esgoto, o setor da construção, que será ainda mais afetado pela crise, e a própria Sabesp, que terá de arcar com os custos de paralisação e retomada das obras, além dos mananciais continuarem sendo poluídos", disse Marco Botter, da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas OESP, 22/6, Metrópole, p.A11.
  O valor arrecadado pela Sabesp com a multa da água neste ano já equivale a 45% do que a estatal deixou de receber dos clientes com os descontos dados para aqueles que reduziram o consumo por meio do programa de bônus no período. A sobretaxa de até 50% na conta para quem aumentar o gasto com água em relação à média de consumo anterior à crise hídrica já rendeu R$ 162,4 milhões aos cofres da companhia até maio. Nesse ano, a perda de receita com o desconto de até 30% na conta de quem economizou água foi de R$ 363 milhões OESP, 22/6, Metrópole, p.A11.
  
 
Imagens Socioambientais

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