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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Energia, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas
Ano 14
08/12/2014

 

Amazônia

 
  O extrativista Pedro Pereira de Castro, nascido e criado na reserva de Riozinho do Anfrísio, na região conhecida como Terra do Meio, no Pará, começou a vender óleo de copaíba em um carrinho de mão para atravessadores da região, que revendiam o produto em Altamira. Hoje, a relação comercial mudou: ele é um dos fornecedores que vende o óleo diretamente para a multinacional suíça Firmenich, fabricante de fragrâncias para a indústria de cosméticos e sabores para a de alimentos, presente em mais de 60 países. "Isso não é filantropia. Fizemos um modelo de comércio justo, que beneficia tanto a empresa quanto a comunidade", diz André Tabanez, gerente de projetos da Firmenich OESP, 8/12, Economia, p.B6
  O satélite sino-brasileiro CBERS-4 foi lançado domingo do Centro de Lançamento de Satélites Taiyuan, na China. De acordo com o Inpe, que coordena a equipe brasileira, o satélite entrou em órbita a 778 quilômetros de altitude, conforme previsto. O CBERS-4 será usado para diversas aplicações, incluindo mapas de queimadas e monitoramento do desflorestamento da Amazônia, da expansão agrícola, até estudos na área de desenvolvimento urbano. O Brasil não tinha um satélite próprio de sensoriamento remoto em órbita desde 2010, quando o CBERS-2B foi desativado OESP, 8/12, Metrópole, p.A16; O Globo, 8/12, Sociedade, p.24; FSP, 8/12, Ciência, p.C6.
  "A Polícia Federal prendeu o superintendente do Incra do Maranhão, Antônio César Carneiro de Souza, e mais 22 servidores do Ibama e da secretaria do Meio Ambiente do Estado. Souza é suspeito de chefiar um grupo de servidores públicos que arrecadava cerca de R$ 2,5 milhões por mês em propinas pagas por madeireiras ilegais que cortam clandestinamente madeira nas terras indígenas do Alto Turiaçu, Awá-Guajá e Caru. Funcionários do Incra também são acusados de ajudar um grupo de fazendeiros que, mediante ameaças físicas contra assentados, compravam áreas destinadas à reforma agrária no Mato Grosso. Não há, pois, limites para a corrupção que dilapida recursos públicos sem poupar nada: meio ambiente, índios ou trabalhadores sem-terra contemplados com lotes da reforma agrária", editorial OESP, 8/12, Notas e Informações, p.A3.
  
 

Povos Indígenas

 
 
A indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para comandar o Ministério da Agricultura no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff acirrou os ânimos de indígenas nesta semana. A tensão levou um grupo de cerca de 50 índios da etnia Krahô-Kanela a invadir sexta-feira a sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), presidida pela senadora, em protesto contra a escolha dela para a pasta. Eles saíram do Estado de Kátia, o Tocantins, para o ato em Brasília. O mesmo grupo já havia protestado em frente ao Palácio do Planalto na quinta-feira, contra a senadora e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 2015, que retira do Executivo o poder de demarcar terras indígenas para transferi-lo ao Congresso OESP, 6/12, Política, p.A6; FSP, 6/12, Poder, p.A10.
  
 

Água

 
  Teremos água nas torneiras em 2015? Se não chover o suficiente, o que faremos? Essas são duas das principais questões que uma conversa com a urbanista Marussia Whately, do Instituto Socioambiental, suscita. Whately reuniu 40 entidades para enfrentar a atual crise com o projeto Aliança pela Água. O grupo avalia que as propostas do governo do estado de São Paulo não dão conta da urgência da situação e insistem num modelo que consome muitos recursos sem alterar estruturas que promovem a falta de água. Em entrevista, Whately afirma que redução de vazamentos do sistema, reflorestamento das áreas de mananciais e incentivo a captação e reutilização de águas são imprescindíveis FSP, 8/12, Entrevista da 2ª, p.A16.
  Em nota, o governo do estado de São Paulo afirma que a Sabesp tem enfrentado a crise não só com obras, mas com a conscientização da população para o uso racional da água e com ações de redução de perdas entre sistemas, o que permitiu reduzir em quase 50% o volume retirado do Cantareira. A nota diz que nunca faltou transparência por parte do governo no trato da crise e que, em 27 de janeiro, a Sabesp iniciou campanha alertando para o problema. O governo afirma ainda que o nível de perdas por vazamento da Sabesp está em 19,7%, resultado do Programa de Redução de Perdas de Água, que prevê a aplicação, entre 2009 e 2020, de R$ 6 bilhões em ações. A expectativa do governo é atingir o índice de 16,7% em 2020 FSP, 8/12, Entrevista da 2ª, p.A16.
  O Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, tem reservatórios equivalentes a dois Sistemas Cantareira. O conjunto de oito represas, seis delas no Rio Juquiá, fornece energia elétrica à CBA, empresa do Grupo Votorantim. Juntos, os lagos somam 8,9 quilômetros de lâmina d'água, quatro vezes a extensão das represas do Cantareira. Os mananciais suportam uma captação de 60 mil litros por segundo. Outras duas barragens estão nos rios do Peixe e Açungui, todos tributários do Rio Ribeira de Iguape. O uso dessas águas para suprir a demanda da região metropolitana está no Plano de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, do governo estadual, que prevê alternativas para o abastecimento urbano até 2035 OESP, 7/12, Metrópole, p.A27.
  Depois de dez meses de racionamento, os moradores de Itu, município do interior do São Paulo, voltam a poder contar com água nas torneiras. A concessionária Águas de Itu anunciou sexta-feira, a suspensão da medida que deixava os 165 mil moradores sem abastecimento em dias alternados. Com a volta das chuvas, os reservatórios que abastecem o sistema de captação atingiram níveis de segurança para garantir o abastecimento. A cidade, uma das primeiras a adotar o racionamento, conviveu com protestos da população e tornou-se símbolo da crise hídrica que atingiu o Estado de São Paulo em 2014 OESP, 6/12, Metrópole, p.E5.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  A Índia sinalizou que deve adotar compromisso voluntário de redução de gases do efeito estufa como contribuição para o combate ao aquecimento global. Na semana passada, durante as reuniões técnicas da 20ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática (COP-20), o governo indiano informou que sua carta de intenções deve ser conhecida em 26 de janeiro, durante visita do presidente americano, Barack Obama, a Nova Délhi. A iniciativa alentará as negociações em Lima e poderá facilitar, ao longo de 2015, a conclusão do acordo que substituirá o Protocolo de Kioto. A discussão para valer, em Lima, começa na quarta, quando os ministros de boa parte dos 193 países da ONU estarão no comando de suas delegações OESP, 8/12, Metrópole, p.A15.
  A taxa de derretimento de gelo de uma baía da Antártida aumentou sensivelmente nas últimas décadas. Pelas estimativas de cientistas americanos, britânicos e holandeses, o derretimento é estimado em uma média de 83 bilhões de toneladas por ano nos últimos 21 anos -de 1992 a 2013. As medidas são feitas mensalmente, o que permite um cálculo preciso da aceleração da perda do gelo. Atualmente, o derretimento pode estar acelerado em uma taxa de mais de 13 bilhões de toneladas por ano a cada ano. O derretimento dos últimos 21 anos já contribuiu com 5 mm de aumento no nível do mar FSP, 6/12, Ciência, p.7.
  "Os desastres climáticos que não param de ocorrer, como a seca no Sudeste brasileiro, não deixam mais espaço para questionamentos sobre as advertências da maior parte da comunidade científica quanto aos riscos do aquecimento global. Não cabe mais, também, a discussão sobre se há países menos ou mais responsáveis pelas emissões do passado. Todos estão no mesmo barco e há um iceberg à frente. Um dos grandes problemas é o financiamento, pelos países ricos, do Fundo Verde, que ajudará nações mais pobres a se adequarem às exigências ambientais. Apenas US$ 9,7 bilhões foram levantados até agora. A meta para 2020 é de US$ 100 bilhões", editorial O Globo, 6/12, Opinião, p.22.
  "EUA e China anunciaram um acordo bilateral ambicioso (ao menos no que respeita à meta americana de cortar, até 2025, de 26% a 28% de suas emissões em 2005). Os dois maiores poluidores produzem cerca de 2/5 do CO2 de origem humana. Foi um passo insuficiente, mas alguns analistas acreditam que servirá de exemplo para que outros países, como Índia e Brasil, apresentem metas mais ambiciosas. Com o que se definir em Lima, até o próximo fim de semana, será possível ter uma ideia sobre o que esperar de Paris. Repetido o fiasco de 2009 em Copenhague, é certo que se fechará a janela aberta para uma ação eficaz contra transformações preocupantes do clima", editorial FSP, 8/12, Opinião, p.A2.
  
 

Energia

 
  Os principais reservatórios de água para geração de energia elétrica no país se esvaziaram em novembro, primeiro mês do período chuvoso. Choveu menos que o esperado nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, onde estão concentrados os principais reservatórios do país. Em algumas dessas áreas nunca choveu tão pouco para um mês de novembro em quase um século. Setor já prevê que, no próximo ano, todas as térmicas continuarão ligadas. As principais usinas térmicas do país, que vem segurando o fornecimento de energia, queimam óleo combustível ou carvão. Por isso são mais caras e poluentes FSP, 6/12, Mercado, p.1.
  Um novo mercado se expande a partir da oportunidade de criar mecanismos que permitam com que empresas e consumidores reduzam o consumo, evitando o desperdício de eletricidade. Para a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) ganhos de eficiência poderão gerar uma economia de energia equivalente a 18% do consumo potencial em 2050, o que representará -se confirmado o prognóstico- a capacidade de seis usinas de Itaipu. Patrocinadas pelo governo, empresas elaboram projetos de redes inteligentes de consumo, que permitirão, no futuro, que a energia seja cobrada de acordo com horário de uso. Gastou luz na hora do "rush" do consumo, paga mais FSP, 6/12, Mercado, p.2.
  Pesquisa feita pela Abesco, associação que reúne empresas que prestam serviço de eficiência energética, indica que cerca de 10% da eletricidade que poderia ter sido consumida no país foi desperdiçada entre 2008 e 2013. Esse é um patamar de perda mais elevado do que o observado nos países europeus. Enquanto a indústria brasileira desperdiçou cerca de 6% da energia que poderia consumir neste período, a indústria da Alemanha perdeu 3,5% entre 2010 e 2015. O uso de equipamentos industriais mais antigos no Brasil é uma das explicações FSP, 6/12, Mercado, p.2.
  Mais da metade das obras de linhas de transmissão de energia em andamento do país está atrasada. Relatório publicado em novembro pela Aneel mostrou que 59% dos 388 projetos em andamento estão atrasados. São 229 obras fora do cronograma no país, contra 81 em dia e 27 adiantadas. Um dos principais entraves, segundo o setor, é a dificuldade de obtenção de licenciamento ambiental dado pelo Ibama. O Instituto Acende Brasil sugere que os lotes a serem oferecidos em leilão da Aneel venham com a licença prévia expedida, como nos leilões de geração -FSP, 6/12, Mercado, p.2.
  Ronaldo Marcelio Bolognesi, presidente do Grupo Bolognesi, decreta, em entrevista, a inviabilidade da continuidade da matriz hidrelétrica. Segundo ele, a restrição da construção de grandes reservatórios de água nas usinas que estão sendo projetadas na Amazônia impede a manutenção do "selo" sustentável que o Brasil detém no setor elétrico. "As principais hidrelétricas da Amazônia tiveram orçamentos muito abaixo dos custos finais das obras" O alvo da crítica são as grandes usinas construídas em áreas remotas da floresta amazônica, especialmente Belo Monte (PA), Jirau (RO) e Santo Antônio (RO). As três enfrentam dificuldades para manter os cronogramas em dia e para evitar uma explosão dos orçamentos FSP, 6/12, Mercado, p.7.
  
 
Imagens Socioambientais

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