|
Amazônia
| |
|
O desmatamento na Amazônia aumentou 117% entre os meses de agosto, setembro e outubro de 2014, em relação ao mesmo período no ano anterior, segundo dados oficiais medidos pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe. A área total devastada no período foi de 1.924 km², ante 886 km² nos mesmos meses de 2013. Em agosto, foram estimados 890 km² de alertas de corte raso. Em setembro, a estimativa atingiu 736 km² e, em outubro, 298 km². Desde setembro, o Inpe não divulgava os dados do Deter - OESP, 29/11, Metrópole, p.E5. |
|
A Justiça Federal em Mato Grosso pediu ao Supremo Tribunal Federal que autorize a investigação do ministro da Agricultura, Neri Geller. Filiado ao PMDB, ele é suspeito de envolvimento em fraudes na negociação de terras da União destinadas à reforma agrária. Conforme o inquérito da Operação Terra Prometida, deflagrada pela Polícia Federal, Neri e os irmãos Odair e Milton integram o chamado "Grupo Geller", que possuiria entre 15 e 18 lotes obtidos irregularmente no Assentamento Itanhangá/Tapurah, do Incra. Odair e Milton estão presos em Cuiabá - OESP, 29/11, Política, p.A8; FSP, 29/11, Poder 1, p.A10. |
| |
|
Povos Indígenas
| |
|
Diretores da Eletronorte e da Alupar, sócias em um projeto de transmissão de energia de R$ 1,1 bilhão, disseram que analisavam a possibilidade de devolver o contrato ao governo porque não tinham autorização para iniciar a obra, mais de três anos desde o seu leilão. Trata-se do projeto de linha de transmissão previsto para ligar as capitais do Amazonas e de Roraima, que não tem sequer licença prévia ambiental. O problema está no traçado escolhido para a linha. Dos 721 km da malha, 121 km passam dentro da Terra Indígena Waimiri Atroari. Segundo a Funai, o consórcio apresentou um relatório sobre os impactos ao povo indígena que inviabiliza o próprio projeto e que outros traçados devem ser estudados - OESP, 30/11, Economia, p.B9. |
|
Florestas assassinas no Peru
"A procura mundial por recursos naturais cresce e os povos indígenas recebem pouca proteção contra aqueles que destroem suas terras, suas florestas e seus rios. Em vez disso, estão sendo assassinados impunemente a um ritmo alarmante, às vezes com a cumplicidade das autoridades. O Peru é um excelente exemplo. De acordo com um relatório divulgado recentemente pelo grupo Global Witness, o país ocupa a quarta posição mundial em assassinatos de ativistas ambientais (depois de Brasil, Honduras e Filipinas), com 58 mortes entre 2002 e 2013. Mais de metade do território peruano ainda é coberta por floresta tropical, mas essas matas estão desaparecendo em ritmo acelerado para satisfazer a voraz procura internacional por madeira e seus derivados", artigo Alex Soros - OESP, 29/11, Internacional, p.A33. |
|
"Argumenta-se que os indígenas foram expulsos de suas terras na década de 1940 por obra do governo Getúlio Vargas. Se o Estado pretende fazer uma reparação histórica, deve ele fazê-la com seus próprios meios, e não expropriando os produtores rurais. A 'desapropriação' de terras indígenas paga apenas as benfeitorias, e não a terra nua. O Estado deveria desapropriar ou comprar terras por valor de mercado, pagando em dinheiro. De posse dessas terras, poderia, então, distribuí-las às populações indígenas que se sentem afetadas. O que é inadmissível é que se pretenda reparar uma injustiça cometendo outra", artigo de Kátia Abreu - FSP, 29/11, Mercado 2, p.10. |
| |
|
Energia
| |
|
As duas hidrelétricas -Itaocara (RJ) e Perdida 2 (TO)- oferecidas no leilão realizado sexta-feira (28), que vendeu energia de projetos previstos para operar em 2019, não tiveram compradores. Ambas precisarão de um novo leilão para poderem sair do papel. O pleito comercializou 2.742 MW -cerca de 2% da capacidade instalada atualmente no país-, sendo, em sua maioria, de projetos de usinas termelétricas. O volume negociado representou 9,4% do total disponibilizado no leilão - FSP, 29/11, Mercado 2, p.4. |
| |
|
Mineração
| |
|
O mineroduto MInas Rio, o maior duto de minério de ferro do mundo, começou a funcionar no fim de outubro. Trata-se de um duto de 529 quilômetros que sai da mina e da planta de beneficiamento de minério, em Conceição do Mato Dentro (MG), passa por 32 cidades e chega ao porto do Açu (RJ), levando minério misturado com água. Na esteira do projeto Minas Rio, que inclui mina, mineroduto e porto, problemas se acumulam: casas próximas ao mineroduto tremem e trincam, moradores se queixam da poluição dos rios e eliminação de nascentes, técnicos disseram terem sido achacados para liberar licenças ambientais, muitos contestam a venda de suas propriedades à empresa - FSP, 1/12, Mercado, p.B6 |
|
A cerca de 30 quilômetros do mineroduto Minas Rio, será construído o segundo maior mineroduto do mundo, da Manabi. A mineradora conseguiu no início de novembro a licença prévia para a mina de minério de ferro de seu projeto, que prevê também um mineroduto de 511 km e um porto no Espírito Santo. Faltam agora as licenças de implantação e operação. A empresa espera que o projeto esteja funcionando em 2018. A Manabi diz que não vai repetir os erros da Anglo American, dona do Minas Rio - FSP, 1/12, Mercado, p.B7. |
| |
|
Mudanças Climáticas
| |
|
A 20ª conferência do clima da ONU, COP 20, começa hoje em Lima, no Peru, num ambiente que mescla otimismo e aflição. Apesar de um recente acordo entre China e EUA ter dado ao planeta a perspectiva de avançar na redução de emissões de gases do efeito estufa, promessas ainda estão aquém daquilo que a ciência diz ser necessário para evitar um aquecimento "perigoso" do planeta. O principal objetivo do encontro na capital peruana é progredir nas negociações até um ponto que torne possível fechar um acordo na COP 21, marcada para dezembro de 2015, em Paris, quando chefes de estado se reunirão para discutir o problema - FSP, 1/12, Ciência, p.C5; O Globo, 1/12, Sociedade, p.22. |
|
Um fator que também ajudou para o clima de otimismo com que começa a COP 20 foram as últimas contribuições ao Fundo Verde do Clima, principal mecanismo de financiamento previsto para o acordo a ser firmado. No fim de novembro, o valor arrecadado para bancar ações de adaptação e mitigação da mudança climática alcançou US$ 9,7 bilhões, com contribuições de 22 países, quase batendo a meta de US$ 10 bilhões sugerida pela convenção do clima da ONU. Os maiores contribuintes foram EUA, Japão e Reino Unido. O dinheiro será usado em projetos para lidar com a mudança climática em países pobres - FSP, 1/12, Ciência, p.C5. |
|
"Os delegados em Lima para a Cúpula do Clima têm uma missão crucial: elaborar o rascunho de um novo acordo climático a ser concretizado em dezembro de 2015. Deveriam ver isso não só como uma tentativa de evitar as consequências desastrosas das mudanças climáticas, mas também como uma oportunidade para construir economias mais sólidas, baseadas em fontes de energia limpas e sustentáveis, além de enviar um sinal claro a empresas e investidores de que a economia global se encaminha a um futuro de baixo carbono", artigo de Felipe Calderón, ex-presidente do México, copreside a Comissão Global sobre a Economia e o Clima - O Globo, 29/11, Opinião, p.21. |
| |
|
Água
| |
|
Com chuvas abaixo do esperado em novembro, o Sistema Cantareira registrou o terceiro mês com menor entrada de água do ano e também nos 84 anos da história do manancial, de acordo com relatórios publicados pela Agência Nacional de Águas (ANA). O sistema continua com o nível de água caindo, e ontem, no 16º dia consecutivo de queda, chegou a 8,8% da capacidade, já incluídos os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto. O Cantareira abastece 6,5 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo - OESP, 1/12, Metrópole, p.A12; FSP, 1/12, Cotidiano, p.C3. |
|
O nível das represas do Cantareira deve começar a subir nas próximas semanas. Mas uma enorme interrogação remete para abril, quando se inicia outro período seco: vai faltar água para os paulistanos em 2015? Não há uma resposta certeira. Ao contrário. A diferença entre a previsão dos especialistas e a do governo do Estado é de bilhões de litros. "A situação de março de 2015 será pior do que a deste ano", afirma Marussia Whately, do Instituto Socioambiental. "Se continuarem sendo retiradas as vazões atuais, e com chuvas na média, vai sobrar só um pouco do segundo volume morto", diz o engenheiro José Roberto dos Santos, da Universidade de Mogi das Cruzes -FSP, 30/11, Cotidiano, p.C10. |
|
Da Represa Billings, na Grande São Paulo, 7,7 mil litros de água por segundo são destinados hoje para o consumo da população. Outros 6 mil litros seguem para a Baixada Santista, onde geram energia e vão para o mar. A subutilização do manancial como fonte de abastecimento, porém, não é explicada apenas pela quantidade de água destinada para a Usina Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão. Poluição, ocupação irregular das margens e assoreamento do corpo da represa compõem a lista. "O esgoto é jogado no córrego (que deságua na represa) até pelas casas que têm relógio de água (onde a coleta de esgoto é regularizada)", diz o morador Raimundo Barbosa - OESP, 30/11, Metrópole, p.A23. |
|
Termina hoje o prazo para que usuários dos rios ligados ao Sistema Cantareira apresentem propostas que poderão ser incorporadas às regras que serão definidas para enfrentar a crise hídrica. As ideias estão sendo encaminhadas para a ANA e para o Departamento de Água e Energia Elétrica, que devem fazer um único projeto, a ser anunciado até a segunda quinzena do mês. Muitas das propostas partiram dos usuários das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), em Campinas e cidades próximas. Um levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo aponta que a falta de água na região do PCJ pode causar 3 mil demissões -OESP, 1/12, Metrópole, p.A12. |
|
Ao menos 40 toneladas de peixes foram mortas pela manta de poluição que escureceu as águas do Rio Tietê, na quinta-feira, 27, em Salto, no interior de São Paulo. A mortandade é a maior já registrada no município, segundo o secretário de Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto. Cardumes que subiam o Rio Tietê para desovar nesta época de piracema entraram no Córrego do Ajudante, numa tentativa de fugir da manta poluidora. Mas o córrego, que é raso, não tinha oxigênio suficiente e os peixes morreram asfixiados. O desastre ambiental causou revolta nos moradores, que protestaram - OESP, 1/12, Metrópole, p.A12; FSP, 1/12, Cotidiano, p.C3. |
|
"A transposição das águas do rio Paraíba do Sul não terá como mitigar a crise hídrica que assola o Estado de São Paulo. As obras só deverão ficar prontas no início de 2016. Mais pitoresca é a medida adotada na cidade de Limeira (SP). A prefeitura promove desde o mês passado campanha para que moradores fiscalizem o uso que seus vizinhos fazem do recurso hídrico. A medida talvez sirva como exemplo de uma mudança de costumes que aos poucos vem ocorrendo nos paulistas em relação ao uso da água. Se tal evolução vier a perdurar no futuro, a crise hídrica terá tido pelo menos o mérito de evidenciar o fato cristalino de que a água é um recurso finito. Cabe ao governo, mas também à população, cuidar para que não acabe", editorial - FSP, 1/12, Editoriais, p.A2. |
| |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário