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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

MATANÇA IMPEDIDA : Competição anual de caça em Idaho é cancelada graças à ação de organizações ativistas

02 de dezembro de 2014 

(da Redação da ANDA)
Foto: Care2
Foto: Care2
Em uma vitória para a vida selvagem, o Bureau of Land Management (BLM) retirou a permissão para a competição de caça anual deste ano em Idaho (EUA). As informações são da Care2.
A polêmica começou no ano passado, quando um grupo de direitos dos caçadores causou indignação por ter decidido que coiotes e lobos poderiam ser mortos no evento pela primeira vez em décadas. Apesar da controvérsia, o grupo Idaho for Wildlife voltou neste ano pedindo uma autorização especial do BLM que permitiria realizar mais eventos desse tipo em terras públicas anualmente pelos próximos cinco anos, com o primeiro programado para janeiro.
Segundo o plano, o evento consistiria em uma competição de caça de três dias na qual 500 participantes, incluindo crianças, teriam o objetivo de matar o número máximo de lobos, coiotes e outras espécies, em troca de prêmios. A competição seria realizada em uma área de 12 km² de terras públicas.
Defensores da vida selvagem levantaram preocupações quanto à morte em nome do entretenimento e recreação, que traria danos aos animais, ameaçaria a segurança pública, e poderia levar à erradicação de espécies como lobos, que desempenham papel vital na manutenção de ecossistemas saudáveis.
Apesar da manifestação da oposição pública, que incluiu uma petição com mais de 28 mil assinaturas e comentários de organizações como o Project Coyote, o Western Watersheds Project e a WildEarth Guardians, entre outras – a BLM concedeu a permissão. E também simultaneamente negou uma permissão para uma competição de “observação da vida selvagem” cuja solicitação havia sido  submetida por organizações conservacionistas.
Agora, a BLM está voltando atrás em sua decisão, após diversas organizações defensoras da vida selvagem terem ido a um tribunal no mês passado para evitar que esse evento acontecesse.
A Defenders of Wildlife, o Centro pela Diversidade Biológica, o Western Watersheds Project e o Project Coyote processaram a BLM e o gerente distrital de Idaho Joseph Kraayenbrink buscando uma liminar e argumentando que a permissão vai contra tudo o que tem sido feito para recuperar a população de lobos no meio local e que a agência falhou ao não avaliar plenamente o quanto isso iria impactar o ambiente e a segurança pública.
“É chocante e repugnante que competições de caça ainda estejam sendo permitidas em pleno século 21″, disse Amy Atwood, advogada do Centro pela Diversidade Biológica, que representa o Centro e os projetos Western Watersheds e Coyote. “Ao aprovar esse evento, a BLM está fora de sintonia com o público americano que não suporta mais a matança da vida selvagem ‘por esporte’. Inclusive, mais de 90.000 pessoas submeteram comentários opondo-se à competição, e ainda assim a autorização foi emitida”.
As organizações WildEarth Guardians, Cascadia Wildlands e Boulder-White Clouds Council simultaneamente entraram com uma ação idêntica, também criticando o Serviço Florestal dos Estados Unidos por não analisar os impactos da competição.
Enquanto a Idaho for Wildlife declara continuar com a sua intenção em realizar esses torneios de caça, Bryan Hurlbutt, advogado da Advocates for the West, argumenta que a retirada da licença pela BLM frustra a tentativa pelos organizadores de competições de expandir o pequeno evento de Idaho do ano passado em um evento de grandes proporções, e leva a supor que tais torneios não serão mais permitidos em terras públicas americanas.
“Estamos muito satisfeitos com o cancelamento do evento deste ano”, disse Atwood. “Esse tipo de festivais cruéis de matança não têm mais lugar neste século. Pretendemos perseguir todos os recursos disponíveis para impedir essas horríveis competições”.
Enquanto Idaho comemora a notícia, defensores de vida selvagem ainda estão trabalhando para evitar eventos semelhantes em outros locais dos Estados Unidos. Na Califórnia, a Comissão de Caça e Pesca se prepara para uma votação na qual se decidirá se será proibido esse tipo de evento bárbaro em todo o estado.
Os apoiadores da proibição estão esperançosos de que a comissão vote a favor da vida selvagem e que a vitória ajude a estabelecer um precedente para que outros estados sigam o exemplo.

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