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Água
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Responsáveis por cerca de 80% da capacidade máxima do Sistema Cantareira, as Represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, atingiram ontem, pela primeira vez na história, o limite mínimo de captação de água por gravidade pela Sabesp, ou seja, zero por cento do volume útil. Isso significa que, a partir de agora, a retirada de água dos dois principais reservatórios do Cantareira só pode ser feita pelo bombeamento do "volume morto", que fica represado abaixo do nível das comportas da Sabesp. Ontem, as Represas Jaguari-Jacareí tinham 104,3 bilhões de litros da reserva profunda disponível para a Sabesp. Consideradas o "coração" do Cantareira, elas têm capacidade total para 1,04 trilhão de litros - OESP, 4/6, Metrópole, p.A20. |
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No pior cenário, a água do sistema Cantareira se esgotaria em outubro, segundo comunicado divulgado ontem pelo grupo de crise formado por ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado). O cálculo já inclui o "volume morto" e considera uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) baixa, equivalente a 50% da mínima histórica do período. A previsão do comitê -que conta com representantes da Sabesp- contraria o discurso da companhia e do governo do Estado, de que o abastecimento está garantido pelo menos até março. Em nota, a estatal afirma que a estimativa "não é a posição da Sabesp" - FSP, 4/6, Cotidiano, p.C4. |
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Entidades ligadas à defesa socioambiental em São Paulo divulgaram ontem um manifesto criticando a conduta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na gestão da crise do Sistema Cantareira. O texto diz que a "reação do governo estadual tem sido desproporcional à gravidade do problema" e pede "mudanças profundas na abordagem da questão da água, independentemente do calendário eleitoral". O manifesto foi divulgado em debate sobre a crise promovido pela Rede Nossa São Paulo, pelo Instituto Ethos e pelo Instituto Socioambiental com especialistas no tema - OESP, 4/6, Metrópole, p.A20. |
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As reservas de água de rios de grande afluência são fonte de disputa entre o governo federal e prefeituras. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reivindica o seu uso para a geração de eletricidade, considerada prioridade pelo governo neste momento de escassez de chuva, que fez o preço do megawatt/hora atingir valores máximos. Já os municípios querem que a água sirva à população local, para o uso residencial ou comercial. Na dúvida, o caso chegou à Justiça por meio de liminares, que, até agora, só favoreceram o setor elétrico. "Uma questão regional não pode colocar em risco o abastecimento (de energia) nacional", reclamou o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp - OESP, 4/6, Economia, p.B6. |
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Sobrevoar a Baía de Guanabara e a Bacia de Jacarepaguá não é uma experiência agradável. A espuma de esgoto e os rios assoreados ao redor mostram como os programas de despoluição estão longe de manifestarem resultados. Sem unidades de tratamento de lixo, as águas que chegam a estes ecossistemas levam dejetos para uma área cada vez maior e degradam a fauna marinha. Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reconheceu que o problema é "complexo" e que os esforços para limpar a região devem ser contínuos "nos próximos 20 anos" - O Globo, 4/6, Sociedade, p.32. |
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Mudanças Climáticas
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"O presidente Obama recebe meu agradecimento por lançar o que pode entrar para a história como um dos mais importantes passos adotados até hoje por uma grande economia em nome da mitigação da mudança climática. A proposta cortaria as emissões de gás carbônico pelo setor energético em 30% menos do que os níveis de 2005. Nos EUA, a poluição por gás carbônico corresponde a quase 40% das emissões de gases estufa. O Brasil é o quinto maior emissor do mundo de gases estufa, em larga medida, por causa da agricultura. Emissões da agricultura cresceram 20% entre 2005 e 2010. O programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) recebe poucos fundos e está demorando para entrar em prática", artigo de Julia Sweig - FSP, 4/6, Mundo, p.A16. |
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"A Casa Branca quer convencer a indústria de energia americana de que a mudança de paradigma na produção e distribuição é o caminho para novos lucros, no futuro. Ela sabe que, sem o engajamento da poderosa máquina de pesquisas - na academia e nas empresas -, o salto não será viabilizado. Esta revolução energética é vista como uma das últimas chances de Obama de deixar um legado para a História. Com o avanço obtido via gás não convencional e o novo plano, os EUA chegarão em posição de força na próxima Cúpula do Clima, em setembro, na ONU, em Nova York", editorial - O Globo, 4/6, Opinião, p.20. |
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Geral
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Morreu Luiz Claudio Marigo, 63 anos, pioneiro da fotografia de natureza no Brasil, premiado aqui e no Exterior. Luiz Claudio dedicou a vida a retratar ecossistemas e espécies brasileiras, dando ênfase à preservação do meio ambiente e a animais ameaçados de extinção. Ele notabilizou-se por trabalhos para revistas como a "Geográfica Universal" e para os álbuns de cromo do chocolate Surpresa, da Nestlé, responsável por influenciar milhares de crianças em todo o Brasil, despertando seu interesse sobre nossa fauna. "Acredito que a qualidade e a beleza das fotografias são essenciais para atrair o olhar das pessoas e conquistar seus corações, aumentando assim o número daqueles que defendem a natureza!", afirmava em seu site - O Globo, 4/6, Rio, p.13. |
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A Votorantim assina, hoje, protocolo de intenções com os prefeitos de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira. Para gestão compartilhada da Reserva Legado das Águas - OESP, 4/6, Direto da Fonte - Sonia Racy, p.C2. |
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Segundo especialistas, para o Brasil desenvolver o potencial de eletricidade renovável, é preciso manter o lastro da matriz energética nacional no sistema hidrelétrico. Parte da solução seria a construção de mais usinas com reservatórios grandes o suficiente para armazenar água por um ano ou mais. Mas há um gargalo aí. "O maior potencial para grandes reservatórios era no Sudeste e no Centro-Oeste, mas a maioria deles já foram feitos", diz Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia. "O potencial restante é na Amazônia, região de planície. Lá, usinas com regularização plurianual precisam de reservatório com milhares de km2". O risco, diz, é afogar amplas florestas para criar usinas não tão potentes - FSP, 4/6, Ciência, p.C9. |
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São Paulo "descobriu" mais 199 áreas contaminadas em seu território no último ano, aponta relatório da Cetesb divulgado ontem. Segundo o levantamento, os postos de combustíveis continuam liderando a lista, com 75% dos 4.771 casos registrados em 2013, 4,3% a mais do que no ano anterior. Mas foram as indústrias que mais cresceram no ranking, saltando de 681 para 768 terrenos poluídos, alta de 12,7% - OESP, 4/6, Metrópole, p.A20. |
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