As metas climáticas assumidas pelas grandes economias mundiais como a União Europeia, e mais recentemente pela China e pelos Estados Unidos são um bom indício de que pode haver progresso na luta contra as mudanças climáticas, mas não são satisfatórias para deixar o aquecimento global abaixo dos dois graus Celsius, revelou o Climate Action Tracker.
A avaliação periódica, que monitora os compromissos e ações de redução de emissão dos países, afirma que, se as medidas climáticas internacionais continuarem na atual tendência, o aquecimento global deve ficar em torno 3ºC a 4,6ºC até 2100, com uma média de 3,7ºC. Segundo muitos cientistas, esse cenário teria consequências desastrosas para os ecossistemas e para a sociedade.
Por exemplo, os recentes planos dos Estados Unidos são de reduzir em 17% suas emissões até 2020 e em 83% até 2050. Para isso, o governo norte-americano quer cortar em 30% as emissões de suas usinas de energia, com uma taxa de descarbonização da economia de 0,9% ao ano.
Mas o Climate Action Tracker sugere que, até 2030, o plano de Obama reduziria as emissões em apenas 10% com relação aos níveis de 2005. “Embora a proposta seja bem-vinda, ela é insuficiente para atingir as promessas dos EUA de redução de 17% de todas as emissões de gases do efeito estufa até 2020 e inconsistente com a meta de longo prazo de 83% abaixo dos níveis de 2005 até 2050”, observou Niklas Hölne, do Ecofys.
A UE quer reduzir em 20% suas emissões com relação aos níveis de 1990, meta que o bloco afirma que será ultrapassada, chegando a uma diminuição das emissões de 24%. Essa diferença significa uma ‘economia’ de 5,5 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, mas ainda assim é vista como insuficiente também.
Já a China prometeu na terça-feira implementar um limite absoluto de emissões, mas não especificou qual será. O país afirmou que estabelecerá um número em 2016, quando colocar em vigor seu próximo plano quinquenal.
Contudo, o estudo indica que há alternativas que podem ajudar a chegar a uma redução de emissões que possibilite manter o aquecimento global entre 1,5ºC e 2ºC, e elas residem principalmente no desenvolvimento das energias renováveis.
“Embora o efeito das emissões globais do aumento das energias renováveis ainda seja compensado pelo crescimento no uso do carvão e a elevação no consumo de energia, esse pode ser o começo de uma nova tendência positiva que pavimente o caminho para uma descarbonização completa do setor de energia”, comentou Hölne.
Essa descarbonização total, segundo a pesquisa, teria que ocorrer entre 2060 e 2080 para manter o aquecimento em no máximo 2ºC. Para isso, seria necessário reduzir as emissões entre 25% e 55% abaixo dos níveis de 1990 até 2025 e entre 35% e 55% até 2030 pelo mesmo ano de referência.
“O mundo deve começar a se preparar para uma rápida descarbonização dos setores de energia e indústria dentro da próxima década, revertendo a recente recarbonização do setor desde 2000, e chegar a emissões nulas até 2050”, disse Bill Hare, do Climate Analytics.
“Um dos maiores desafios dos ministros nas negociações da UNFCCC em Bonn [que iniciaram nesta semana] é tomar medidas concretas para parar e reverter essa tendência prejudicial à descarbonização”, concluiu Hare.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
A avaliação periódica, que monitora os compromissos e ações de redução de emissão dos países, afirma que, se as medidas climáticas internacionais continuarem na atual tendência, o aquecimento global deve ficar em torno 3ºC a 4,6ºC até 2100, com uma média de 3,7ºC. Segundo muitos cientistas, esse cenário teria consequências desastrosas para os ecossistemas e para a sociedade.
Por exemplo, os recentes planos dos Estados Unidos são de reduzir em 17% suas emissões até 2020 e em 83% até 2050. Para isso, o governo norte-americano quer cortar em 30% as emissões de suas usinas de energia, com uma taxa de descarbonização da economia de 0,9% ao ano.
Mas o Climate Action Tracker sugere que, até 2030, o plano de Obama reduziria as emissões em apenas 10% com relação aos níveis de 2005. “Embora a proposta seja bem-vinda, ela é insuficiente para atingir as promessas dos EUA de redução de 17% de todas as emissões de gases do efeito estufa até 2020 e inconsistente com a meta de longo prazo de 83% abaixo dos níveis de 2005 até 2050”, observou Niklas Hölne, do Ecofys.
A UE quer reduzir em 20% suas emissões com relação aos níveis de 1990, meta que o bloco afirma que será ultrapassada, chegando a uma diminuição das emissões de 24%. Essa diferença significa uma ‘economia’ de 5,5 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, mas ainda assim é vista como insuficiente também.
Já a China prometeu na terça-feira implementar um limite absoluto de emissões, mas não especificou qual será. O país afirmou que estabelecerá um número em 2016, quando colocar em vigor seu próximo plano quinquenal.
Contudo, o estudo indica que há alternativas que podem ajudar a chegar a uma redução de emissões que possibilite manter o aquecimento global entre 1,5ºC e 2ºC, e elas residem principalmente no desenvolvimento das energias renováveis.
“Embora o efeito das emissões globais do aumento das energias renováveis ainda seja compensado pelo crescimento no uso do carvão e a elevação no consumo de energia, esse pode ser o começo de uma nova tendência positiva que pavimente o caminho para uma descarbonização completa do setor de energia”, comentou Hölne.
Essa descarbonização total, segundo a pesquisa, teria que ocorrer entre 2060 e 2080 para manter o aquecimento em no máximo 2ºC. Para isso, seria necessário reduzir as emissões entre 25% e 55% abaixo dos níveis de 1990 até 2025 e entre 35% e 55% até 2030 pelo mesmo ano de referência.
“O mundo deve começar a se preparar para uma rápida descarbonização dos setores de energia e indústria dentro da próxima década, revertendo a recente recarbonização do setor desde 2000, e chegar a emissões nulas até 2050”, disse Bill Hare, do Climate Analytics.
“Um dos maiores desafios dos ministros nas negociações da UNFCCC em Bonn [que iniciaram nesta semana] é tomar medidas concretas para parar e reverter essa tendência prejudicial à descarbonização”, concluiu Hare.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
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