14 de maio de 2015
Por Patricia Tai (da Redação da ANDA)
Defensores do meio ambiente organizados pela ONG Gulf Future Coalition foram impedidos de entregar uma petição demandando que a empresa BP (British Petroleum) limpasse o lixo resultante do desastre que causou no Golfo do México em abril de 2010, quando houve o derramamento de milhões de barris de petróleo em um acidente na plataforma Deepwater Horizon. Um funcionário da gerência teria se recusado a aceitar o documento. As informações são da Care2.
Conforme reportagem da Naturlink, um estudo publicado recentemente na revista Environmental Science & Technology conclui que haverá 38 milhões de litros de petróleo depositados no fundo marinho do Golfo, e a área afetada cobre cerca de 8.400 quilômetros quadrados.
O canal VICE News falou com o diretor de comunicação da Gulf Restoration Network, Raleigh Hoke, que disse: “Eles continuam a agir contra o meio ambiente e a sujar as águas com a sua campanha de Relações Públicas e seu exército de advogados”.
Apesar da tentativa por parte da BP em fazer parecer que tudo será resolvido, registros contam uma história diferente. O meio tem sido severamente impactado, e embora a BP argumente sobre uma suposta “resiliência” da região, os cientistas recomendam cautela quando projetam os impactos. Por exemplo, registros estaduais mostram um drástico aumento na quantidade de ostras na região, com o número oscilando em cerca de um terço após o desastre.
As mortes de golfinhos, por sua vez, mais que triplicaram; o número de ninhos de tartarugas diminuiu e a Cat Island, para todos os efeitos, desapareceu, de acordo com o The Weather Channel.
A BP foi forçada a reconhecer uma “esteira de alcatrão” de 11 mil quilos de resíduos na costa da Louisiana só neste ano, apesar da alegação da companhia de que as regiões impactadas estavam “retornando às condições normais”.
Aparentemente a BP também deixou de notificar a Guarda Costeira sobre a questão até o mês de março, apesar de ter tentado limpar a praia a partir de New Orleans desde fevereiro.
Além de tudo isso, a empresa ainda continua a receber incentivos fiscais para esforços de restauração, estimados em 80 por cento de isenção dos impostos que deveria recolher. Isso significa, segundo a reportagem, um valor que ultrapassa 10 bilhões de dólares.
A manifestante Brooke Schueller, vestida como pássaro manchado de óleo, lamentou a batalha difícil enfrentada pelos ambientalistas:
“É inacreditável que não tenhamos nada a fazer para que eles sejam responsabilizados (…). Tantos esforços foram feitos, e tudo parece ter sido um pouco tarde demais e empurrado para o lado. Acho extremamente frustrante e triste ver esses recursos naturais incríveis literalmente desaparecendo diante de nossos olhos, sem mencionar o que é mergulhado em óleo.
Ela tem razão: cidadãos preocupados com a situação estão sendo deixados de lado com violência. No mês passado, seis pessoas foram presas durante uma manifestação em frente à sede da BP em Houston, no Texas.
Mas os ativistas estão implacáveis e esperam angariar um coro ainda maior de vozes para demandar que a BP limpe a região e assuma a real responsabilidade pelos danos provocados.
Para ajudar, divulgue e assine também a petição.
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