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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Estrada rural adequada, rios protegidos


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O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, aliança da qual o WWF-Brasil faz parte, ofereceu treinamento de adequação de vias a técnicos e operadores de máquinas em Mato Grosso © WWF-Brasil/Adriano Gambarini
O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, aliança da qual o WWF-Brasil faz parte, ofereceu treinamento de adequação de vias a técnicos e operadores de máquinas em Mato Grosso
© WWF-Brasil/Adriano Gambarini
Por Redação do WWF Brasil – 
O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, aliança da qual o WWF-Brasil faz parte e que tem por objetivo proteger as águas da região, ofereceu nos dias 6 e 7 de maio, em Tangará da Serra, Mato Grosso, um curso de adequação de estradas rurais para 50 técnicos e operadores de máquinas da região. O treinamento foi oferecido graças à parceria com o Programa Cultivando Água Boa, coordenado pela Itaipu Binacional na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, localizada no oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul.
Além de provocar acidentes, estradas mal construídas e conservadas são responsáveis por uma série de processos de degradação ambiental. “Uma chuva forte em vias mal construídas pode causar erosões, além do carreamento do solo para os cursos d’água” explica o coordenador do Programa Água para Vida do WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas. “Os sedimentos que chegam nos rios fazem com que eles fiquem assoreados e um rio assoreado tem sua água prejudicada em sua quantidade e qualidade”, continua Kimura de Freitas.
A adequação é um conjunto de técnicas para recuperar, manter e conservar as estradas de terra ou de asfalto que liguem áreas agrícolas. Essas práticas, além de garantir que as vias estejam em perfeito estado de tráfego durante todo o ano, reduzem os custos de manutenção e de acidentes e também preservam o meio ambiente, sobretudo os rios próximos. “Uma estrada adequada tem que prever um bom sistema de drenagem da água da chuva”, diz o coordenador do Programa Água para Vida. “A construção adequada de estradas deve respeitar os contornos das bacias hidrográficas, deve prever a construção de barraginhas – pequenas bacias para captar água das chuvas – e evitar que a água das chuvas corra com velocidade na superfície do solo”, finaliza Kimura de Freitas.
Saiba mais sobre o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal
Em 2012, um estudo realizado pelo WWF-Brasil e diversos parceiros identificou que as porções altas dos rios Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaça, no Mato Grosso, estavam sob alto risco, requerendo ações de preservação e recuperação urgentes.
Desde então, surgiu a necessidade de pensar em um projeto para cuidar da água da região e mais de 70 entidades do setor público (governo do Estado de Mato Grosso, prefeituras, câmaras municipais e de vereadores), do setor privado (empresas, indústrias e agronegócio) e da sociedade civil organizada (organizações não-governamentais, sindicatos e associações) se uniram para desenhar um projeto. “O nome Pacto foi escolhido para essa aliança porque representa o compromisso de cada um dos envolvidos”, explica o coordenador do programa Água para Vida, Glauco Kimura de Freitas.
O grupo listou 34 soluções para os problemas relacionados às cabeceiras do Pantanal. A entidade que decidir assinar o Pacto se compromete voluntariamente a implementar em sua localidade pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios.
No último dia 30 de abril, o município mato-grossense de Barra do Bugres, a 164 quilômetros de Cuiabá, aderiu ao Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal. O prefeito Julio César Florindo se comprometeu em implantar na cidade três ações que beneficiem as águas das cabeceiras do Pantanal: promover debates sobre experiências bem sucedidas de negócios sustentáveis em áreas produtivas e de serviços; planejar a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e recuperar duas nascentes do município; buscar mecanismos políticos e financeiros para adequação ambiental de até 10% das estradas rurais até 2020.
A participação de cada instituição pode ser feita com recursos técnicos e/ou financeiros, é a instituição que escolhe a melhor forma. Essas ações podem ser desde a recuperação de áreas degradadas, recuperação de nascentes, recuperação de matas ciliares, melhoria da qualidade da água dos rios, adequação ambiental de estradas rurais e estaduais, melhoria do saneamento básico ou até mesmo a troca de experiências de educação ambiental existentes na região.
Além disso, a parceria entre as entidades do Pacto possibilitou a instalação de 40 biofossas nas zonas rurais desses municípios, evitando que dejetos humanos cheguem aos rios e melhorando a qualidade de vida dos produtores que passam a ter saneamento básico e um biofertilizante para regar árvores frutíferas.
Outro resultado positivo é que os municípios de Tangará da Serra e Mirassol d’Oeste foram selecionados pela Agência Nacional de Águas (ANA) para receber recursos financeiros que serão destinados à implantação de projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), por meio do Programa Produtor de Água. Assim, em breve, os produtores dos dois municípios serão remunerados financeiramente pela proteção das nascentes e dos recursos hídricos locais, pela conservação das matas ciliares e pela implementação de boas práticas agropecuárias e do manejo do uso do solo.
A área de atuação do Pacto abrange 25 municípios do Mato Grosso: Alto Paraguai, Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Curvelândia, Denise, Diamantino, Figueirópolis D´Oeste, Glória D´Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Tangará da Serra. (WWF Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.

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