12 de maio de 2015
(da Redação da ANDA)
Uma coisa é saber que a população de animais selvagens do mundo está declinando acentuadamente; outra totalmente diferente é saber o que isso de fato significa. Nos últimos cinquenta anos, a abundância das espécies animais dizimou-se a taxas nunca antes documentadas na história humana, levando os cientistas a afirmar que estamos no meio do sexto período de extinção animal em massa. Apesar dos outros períodos de perda em massa de espécies terem sido causados por meteoros ou mudanças naturais no clima, esta época em particular apresenta a extinção provocada pelo ser humano.
Da caça até o desmatamento massivo, à poluição e às emissões de gases com efeito estufa, as ações humanas causaram a extinção de mais de mil espécies nos últimos 200 mil anos, e esse número tende a aumentar de forma acelerada nos próximos anos. Conforme tomamos consciência da conexão entre as nossas ações, a perda das espécies e as ramificações disso nos ecossistemas do planeta, nosso destino e resiliência tornam-se intrinsecamente ligados aos animais ao nosso redor. Sendo assim, a necessidade de entender o que está acontecendo com os animais no mundo e de tomar atitudes para protegê-los ganha imensa importância. É nesse campo em que o conservacionista Adrian Steirn vem atuando. As informações são do One Green Planet.
Usando fotos para contar histórias de animais em vias de extinção
“Desde que me conheço por gente, sou obcecado por animais”, diz Steirn ao One Green Planet. “Quando era garoto, costumava ler compulsivamente sobre vida selvagem, aprendendo os nomes das espécies em Latim e comportamentos”.
Apesar dessa admiração pelas diferentes espécies animais do mundo, Steirn graduou-se em Direito e não considerou envolver-se profissionalmente com assuntos relacionados a animais até fazer uma viagem à África. Com a câmera de seu pai em mãos, Steirn apaixonou-se imediatamente por todas as criaturas majestosas que o cercavam, e capturou as suas imagens em fotos.
“Tornar-me fotógrafo foi um tipo de feliz acidente”, explica ele, relatando ter percebido que a fotografia era uma maneira de ver o mundo e de contar histórias, e as coisas se desenvolveram a partir de então”.
Usar fotografias para transmitir uma mensagem sobre a necessidade de preservar a vida selvagem tornou-se uma paixão para Steirn, que o levou a percorrer o mundo. Agora, ele trabalha como fotógrafo para a World Wildlife Fund-South Africa. Os animais que Steirn fotografa são mais que apenas animais – eles são indivíduos que servem de embaixadores para as suas espécies. Usando técnicas de especialista, ele é capaz de envolver e capturar de forma assombrosa o senso de urgência do tema, de modo a tornar impossível ao seu público ir embora sem que sinta ter feito uma conexão com estas criaturas.
Steirn acredita que, quando as pessoas aprendem a respeito das lutas que esses animais estão enfrentando como resultado das ações humanas, elas não têm outra escolha a não ser querer ajudar.
Espalhando uma mensagem de preservação da vida para os que mais precisam
Alcançar uma ampla e diversificada audiência é o principal objetivo de Steirn, que acredita que o movimento de preservação esteve isolado em pequenos grupos por muito tempo.
“Neste momento, muitas atividades em prol da preservação são direcionadas a pessoas que já investem nesse campo”, explica ele. “Um grupo de cientistas vai a uma conferência, onde falam uns com os outros sobre as suas pesquisas. É um processo valioso e que precisa acontecer. Mas para que o trabalho pela preservação siga em frente, é necessário que haja um esforço conjunto para tomar essas conversas e fazê-las apelativas e acessíveis para o grande público, envolvendo-o no processo. Sem a conscientização em larga escala, a mudança será lenta e ineficaz”.
Considerando o fato de que um elefante é caçado por seu marfim a cada 15 minutos, por exemplo, está claro que as espécies não podem mais esperar.
Foi visto recentemente, nos Estados Unidos, como a consciência do público quanto ao comércio de marfim levou a proibições diretas e precisas da importação e exportação de marfim em nível nacional. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de marfim, de modo que esta legislação deverá fazer uma diferença para os elefantes de todo o mundo. Isso vem comprovar a afirmação de Steirn com relação ao poder da divulgação em massa da necessidade de preservação. Governos e líderes políticos podem dar passos para proteger os animais selvagens, mas cabe a nós enquanto coletividade trazer a mudança real e significativa.
“Tudo o que posso pedir é que as pessoas continuem a compartilhar a sua paixão pelos animais”, diz Steirn. “Divulgando a mensagem da preservação, nós podemos fazer a diferença. O mundo deve entender que aquilo que fazemos para os animais, estamos fazendo para nós mesmos”.
Apesar da humanidade ter provado a sua capacidade enquanto força incrivelmente destrutiva, nós podemos também ser igualmente produtivos se colocarmos as nossas mentes voltadas para isso. Afinal, há vários casos em que esforços conservacionistas ajudaram a trazer de volta espécies que estavam à beira da extinção, por exemplo, o lobo cinzento na América do Norte. Quando trabalhamos para entender como as nossas ações individuais impactam na vida dos animais ao nosso redor, nós somos empoderados para tomar ações pelo bem deles. Temos um longo caminho para percorrer, para reparar os danos que causamos às espécies do mundo todo, porém se não começarmos a agir agora, somente podemos esperar perder mais espécies ainda em nossa geração.
“Se o meu trabalho ajudar a preservar alguns dos lugares selvagens e animais do planeta, estarei satisfeito. Proteger espécies ameaçadas é uma luta que irá continuar depois que eu partir, e nós precisamos começar a fazer a diferença agora, antes que seja tarde demais”.
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