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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Clima, Energia, Povos Indígenas
Ano 14
09/02/2014

 

Direto do ISA

 
  A proposta Chamado à Ação sobre a Crise Hídrica: Por um Plano de Emergência para o Estado de São Paulo, divulgada hoje, inclui a criação de uma força-tarefa envolvendo governo federal, estadual e prefeituras, compartilhando responsabilidades e com ampla participação da sociedade civil Direto do ISA, 9/2.
  
 

Clima

 
  A crise hídrica já derrubou a produção agrícola em vários municípios de São Paulo e Minas Gerais. Milho, soja, café e laranja estão entre as culturas atingidas. Uma das regiões mais afetadas é a do Triângulo Mineiro, segundo dados da Emater. Uberaba, principal produtora mineira de milho, viu sua produção cair 30%. Já em São Paulo, a estimativa do Instituto de Economia Agrícola é que a safra de café tenha redução de 11,6% em relação à anterior, reflexo da queda na estimativa de produção no polo cafeeiro da Alta Mogiana, que chegou a 40%. Na citricultura, segundo Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira dos Citricultores, as perdas devem superar 20% FSP, 7/2, Mercado, p.B4.
  "O alerta de que o desmatamento da Amazônia tem impacto na chuva que cai, a três mil quilômetros, no Sudeste, é repetido há tempos. Segundo o pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe Antônio Donato Nobre, há risco de a mata virar savana. Dados divulgados semana passada indicam que o pesquisador não exagera. Entre 2000 e 2010, a Floresta Amazônica, incluindo oito países além do Brasil, perdeu 240 mil quilômetros quadrados devido ao desmatamento. Isso corresponde ao território da Grã-Bretanha, segundo a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada. A relação entre meio ambiente e fenômenos climáticos é inegável, e é preciso agir rapidamente", editorial O Globo, 8/2, Opinião, p.16.
  Para Guilherme Leal, sócio fundador da Natura, a crise hídrica mostra que os céticos da mudança climática "não falam coisa com coisa". Leal disse, em entrevista, que "[A crise hídrica e elétrica] é um alerta fundamental. Todos serão afetados. Não vai ter abundância de recursos hídricos nunca mais. A situação de São Paulo tem de trazer essa consciência". "É lastimável termos um ministro da Ciência e Tecnologia [Aldo Rebelo] que não acredita em mudança climática. O Brasil tem papel importante para o equilíbrio de emissões com suas florestas. E tem de assumi-lo", completou FSP, 8/2, Mercado, p.B5.
  
 

Água

 
  O governo de São Paulo decidiu criar um "gatilho" para acionar o racionamento de água no Estado. A pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira. Se na primeira semana de março ele estiver abaixo do estipulado, será então decretado o rodízio oficial. A ideia é divulgar publicamente o índice para que a população acompanhe o processo. Depois de uma semana de fortes chuvas em São Paulo, o Sistema Cantareira registrou sábado 5,6% da capacidade, incluindo duas cotas do volume morto OESP, 8/2, Metrópole, p.A20.
  Lançado em 1994 como um ambicioso projeto para reurbanizar favelas localizadas às margens das Represas Billings e do Guarapiranga, o Programa Mananciais, uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e os governos estadual e federal, está praticamente parado. Obras em 64 ocupações, que iriam preservar e despoluir os maiores reservatórios dentro da região metropolitana, usados no abastecimento de 4,5 milhões de pessoas, estão paralisadas há quase três anos. O programa previa instalação de redes de esgoto, despoluição de córregos e reflorestamento de margens. Levando em conta apenas a atual gestão, o orçamento era de R$ 1,961 bilhão entre 2013 e 2014. Mas o gasto foi de apenas R$ 313 milhões OESP, 8/2, Metrópole, p.A21.
 
As ações específicas para a proteção da Bacia do Alto Tietê sob responsabilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) acompanham a lentidão da Prefeitura de São Paulo. Entre 2012 e 2014, o governo do Estado só investiu 10% do planejado para a proteção de mananciais. A previsão, somados os três anos, era de R$ 484 milhões. Mas só R$ 51 milhões foram usados. O sistema mostra que o programa Saneamento Ambiental em Mananciais de Interesse Social, com abrangência nas três regiões metropolitanas do Estado e foco principal no Sistema Alto Tietê, só executou 4 das 24 obras previstas OESP, 8/2, Metrópole, p.A21.
  A Sabesp já fecha o registro de 40% da rede de distribuição de água da Grande São Paulo. A manobra é feita manualmente na rua por técnicos da empresa nas regiões onde não há válvulas redutoras de pressão (VRPs) instaladas, e deixa parte da tubulação despressurizada, provocando cortes no abastecimento. O fechamento completo das redes em vários pontos da Grande São Paulo foi informado por dois funcionários da Sabesp responsáveis pela manobra e confirmado por um integrante do alto escalão da empresa. "Nós temos 60% da rede da Região Metropolitana controlada pelas VRPs. Sobram 40% da rede. Nessas áreas, nós precisamos fazer as manobras na rua. Uma parte da cidade acaba sendo fechada", disse o dirigente OESP, 7/2, Metrópole, p.E2.
  Quem se aflige com a crise da água em São Paulo não tem noção das agruras que os paulistanos já enfrentaram para se abastecer. Sempre faltou água na cidade, ou pelo menos água não poluída e acessível para todos. As crises de abastecimento se sucederam século 20 afora: 1903, 1925, 1932-33, 1937-38, 1956, 1985, 1990, 1994, 2000. A velha Cantareira passou a ser vista como solução definitiva. Começa em 1967 a construção do gigante para verter 33 mil litros (33 m³) por segundo de água tratada. Só fica pronto em 1974, mesmo ano da criação da Sabesp. Quarenta anos depois, São Paulo volta ao zero da estaca. E continua cercado de poluição -no Tietê, na Billings, no Pinheiros, que ninguém cuidou de manter limpos FSP, 8/2, Cotidiano, p.C6.
  Em 1861, o imperador Pedro II, em meio a uma das maiores secas de que se tem notícia no Rio, decidiu que a solução estava nas terras (ou, mais propriamente, nas águas) altas da região. Foi essa uma das principais razões de ele ter criado o Parque da Tijuca e das Paineiras, ordenado a desapropriação das chácaras dos nobres que haviam se instalado nas encostas e o consequente reflorestamento, o maior promovido até então no país. "O caso da Floresta da Tijuca é emblemático. Quando Dom Pedro II resolveu reflorestar a região, tinha-se se claro que ali havia várias minas de água que eram importantes para a população", afirma a historiadora Marcia Motta. Foi uma decisão visionária OESP, 7/2, Metrópole, p.E2.
  Um cada vez mais provável rodízio de água na Grande São Paulo ficará restrito inicialmente à região abastecida pelo Cantareira. A decisão ocorreu sexta-feira em reunião no Palácio dos Bandeirantes. A intenção é minimizar ao máximo os efeitos de um rodízio na rotina da população, por isso a opção inicial por adotá-lo apenas em um dos seis sistemas que fornecem água para a região metropolitana. A estratégia é aplacar o incômodo e o consequente desgaste político que a adoção de um rodízio teria na imagem do governador FSP, 7/2, Cotidiano, p.C3.
  O governo estadual deflagrou operação para tentar reduzir o desgaste causado na imagem da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Entre as medidas adotadas pelo Palácio dos Bandeirantes, estão a padronização do discurso de aliados da administração paulista, a proibição do uso de expressões como "crise" e "volume morto" e a orientação de funcionários da Sabesp para manter sigilo sobre informações internas. Dicionário do tucanês: em vez de racionamento...administração da disponibilidade de água FSP, 7/2, Cotidiano, p.C4.
  Em meio à crise hídrica enfrentada por vários Estados brasileiros, o especialista em direito ambiental e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, afirma, em entrevista, que a Justiça pode ajudar a controlar a crise hídrica enfrentada no País, mas dificilmente conseguirá exigir que os governos forneçam água aos consumidores, se ela não existir. O ministro do STJ considera que a crise hídrica trará desafios ao Judiciário e sugere responsabilizar administradores omissos OESP, 7/2, Metrópole, p.E3.
  "Sem água e sem acesso aos rios - hoje canalizados ou transformados em esgoto a céu aberto - os habitantes de São Paulo ficam muito mais 'a seco' e desamparados do que no passado. Além disso, antes falava-se na escassez do líquido. Hoje, anuncia-se seu rápido fim. Por isso, saber que a falta de água é um problema antigo não o justifica nem o ameniza. Ao contrário, só agrava a percepção da grave inoperância da administração pública, numa cidade conhecida como sendo a mais rica do Brasil", artigo de Denise Bernuzzi de Sant'Anna OESP, 8/2, Aliás, p.E9.
  "Não dá para ficar animado. Se as chuvas daqui para a frente repetirem o padrão 50% abaixo da média histórica, o volume morto 2 terá a sua segunda morte em meados de julho -ainda na vigência da estação seca. É mais ou menos óbvio que o racionamento teria de começar muito antes disso, porque nem o mais irresponsável dos governantes deixaria uma represa secar. A não ser que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) encare as últimas chuvas como um refrigério e reviva a assombração do volume morto 3. Seria mesmo de arrepiar", artigo de Marcelo Leite FSP, 8/2, Ciência, p.C12.
  
 

Geral

 
 
Os índios Anacé ocupavam a área destinada à Refinaria Premium 2 e foram retirados de suas casas em troca da promessa da construção de uma reserva. O Ministério Público Federal no Ceará e os Anacé se reúnem nesta segunda-feira para discutir problemas relacionados à implantação da reserva, que ficou definida em termo de compromisso assinado, em novembro de 2013, por MPF, Petrobrás, governo estadual, Funai, governo federal e as comunidades indígenas Anacé de Matões e Bolso. O termo prevê a implantação da reserva em área de 543 hectares, com a construção de 163 casas para as famílias, além de água, energia, posto de saúde e escola indígena, com recursos do governo estadual e da Petrobrás OESP, 8/2, Economia, p.B4.
  Pesquisa Datafolha mostra que 71% dos paulistanos relataram ter sofrido falta de água em suas residências nos últimos 30 dias. Na média, essa parcela da população disse que o problema ocorreu em 16 dias do mês. No Estado como um todo, esses índices são menores. De acordo com a pesquisa realizada no início deste mês, 44% sofreram falta de água, por 12 dias em média. Já a falta de energia atingiu em janeiro a casa de 39% dos brasileiros, segundo a pesquisa. Em média, o problema durou 2,9 dias dos 30 anteriores ao levantamento. A pesquisa Datafolha foi feita entre 3 e 5 de fevereiro, ouvindo 4 mil pessoas FSP, 9/2, Cotidiano, p.D3.
  A maioria dos moradores da Grande São Paulo e de brasileiros em geral apoia a implantação de um rodízio de água e de um racionamento de energia, revela pesquisa do instituto Datafolha. No levantamento nacional, 65% dizem apoiar a "adoção imediata" do racionamento de energia. Já as entrevistas na região metropolitana de São Paulo apontam que 60% são a favor de um rodízio de água. A pesquisa foi realizada nos dias 3 a 5 de fevereiro, ouvindo 4 mil pessoas em 188 municípios do país. Na região metropolitana de São Paulo, foram entrevistadas 1.231 pessoas em nove cidades FSP, 9/2, Cotidiano, p.D1.
  De todo a energia consumida no Brasil durante 2014, mais de 10% se perderam à toa, mostra levantamento da Abesco, a associação que reúne empresas de serviços de conservação do recurso. Essa conta, estima a entidade, bate em R$ 12,64 bilhões, dos quais metade corresponde a perdas geradas por consumidores residenciais e o restante se divide entre indústria, comércio, serviços e órgãos públicos. Em parte, as perdas se devem ao fato de que, enquanto o consumo elétrico crescia nos últimos anos com o avanço da economia e mudava os hábitos domésticos, o brasileiro criava novas necessidades e desaprendia a poupar. O corte, desta vez, deve ser mais doloroso, segundo especialistas FSP, 8/2, Mercado, p.B4 e B5.
  "O grande nó a desatar é que há mais consumo do que produção", resume o professor José Goldemberg em entrevista. A saída para isso tem de ser organizada em três etapas. "A primeira, imediata, é consumir menos - tanto água quanto energia. A segunda, para a água, é apressar as ligações com outras fontes. Para a energia, estimular as alternativas - como a eólica, a solar e a de biomassa, que dão resultados no médio prazo. E a terceira, bem mais cara e mais demorada, é preparar e cumprir um plano para aumentar a oferta de energia, sem a qual o Brasil não vai a lugar nenhum" OESP, 9/2, Caderno 2, p.C2.
  
 
Imagens Socioambientais

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