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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Controle da água do Cantareira deveria ter começado antes, diz presidente da ANA

Ao comentar a crise hídrica que atinge o país, em particular no estado de São Paulo, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, disse ontem (10) que a restrição da oferta de água no sistema Cantareira deveria ter começado “muito antes” e que não basta controlar a água pela demanda mas pela oferta possível de ser feita pelo sistema.
O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, em entrevista ao programa Espaço Público, comentou a crise hídrica no país, especialmente em São Paulo (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, em entrevista ao programaEspaço Público da TV Brasil. Ele falou sobre a crise hídrica no país, especialmente em São Paulo. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
 
 
“Temos que gerenciar o risco de ficarmos sem essa água […] Se cinco [dias sem água] por dois [com água] conseguir fazer com que os reservatórios sejam recuperados, é ótimo que seja adotado. Porém, como essa decisão foi protelada ao longo de um ano, e não foi tomada, o receio que se tem é que talvez o cinco por dois possa não dar a segurança necessária de que em novembro de 2015 ainda tenhamos água no Sistema Cantareira”, disse Andreu ao participar nesta terça-feira do programa Espaço Público, da TV Brasil.
Segundo ele, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) apresentou estudos equivocados sobre a gravidade da crise no estado. “Erraram porque a cultura de que a chuva viria, que não se pode fazer uma gestão restritiva, que ela teria impacto sobre a opinião da população […] Se a gente não tiver coragem para tomar as medidas necessárias neste processo, corremos o risco de não termos água em 2016”.
Para Andreu, é preciso haver mudanças de hábitos para diminuir o volume de água que cada brasileiro, principalmente na Região Sudeste, consome, e evitar o desperdício. “Sempre se achou que a água era infinita no Brasil e aí gerou todo tipo de desperdício, seja na agricultura, como no âmbito das empresas de saneamento”, disse.
Ele também defendeu que o Brasil retome uma política de construção de reservatórios. “Isso tem impactos sobre o meio ambiente? Tem. Tem impacto sobre algumas comunidades? Tem. Mas temos que colocar do outro lado os eventuais benefícios que uma política desse tipo tem, às vezes, até para controlar enchentes”, declarou.
Da Agência Brasil
Publicado no Portal EcoDebate, 11/02/2015

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