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Povos Indígenas
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Três obras põem em xeque a visão de que a antropologia seria um mero empreendimento rousseauísta. São elas um manifesto cosmoecológico, do ianomâmi Davi Kopenawa e do francês Bruce Albert; as "Metafísicas Canibais", de Eduardo Viveiros de Castro; e um manual de plantas e insetos usados por ianomâmis. É um desafio e tanto temperar-se nessa "arte das distâncias". Quem não se dispuser ao tratamento pode sempre buscar alívio na panaceia dos best-sellers que se comprazem em exorcizar o bom e velho selvagem - FSP, 30/8, Ilustrissíma, p.3. |
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Índios estão ocupando fazendas no município de Antônio João (MS). Para evitar o pior, o governador Reinaldo Azambuja vai pedir ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) apoio do Exército. Os produtores estão se armando. "Vamos ter conflitos fortes e há risco de perda de vidas", prevê o líder do governo Delcídio Amaral - O Globo, 29/8, Panorama Político, p.2. |
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Mudanças Climáticas
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Se depender das contribuições que os países apresentaram até agora para reduzir as emissões de gases estufa, será pouco provável que o planeta consiga estabilizar o aumento da temperatura em 2oC até o final do século. É o que mostra um cálculo preliminar feito com base nas INDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida) entregues até a semana passada à Convenção do Clima da ONU. As INDCs são os compromissos que os 196 países-membros da convenção têm de propor até 1o. de outubro para fundamentar o novo acordo climático que deve ser finalizado na Conferência do Clima, a ser realizada em dezembro. Até sexta-feira, 56 países, responsáveis por quase 70% das emissões do planeta, apresentaram suas propostas - OESP, 31/8, Metrópole, p.A17. |
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Não é folclore nem é piada: gases produzidos na digestão de bois e vacas pioram o aquecimento global. Um estudo mostra que dá para reduzir muito os arrotos e demais produções poluidoras dos 211 milhões de cabeças do Brasil -o maior rebanho comercial do mundo. O equivalente a 115 milhões de toneladas de gás carbônico poderiam deixar de ser lançadas até 2030 apenas melhorando a produtividade da pecuária. Isso representa quase um décimo de todo o carbono emitido pelo Brasil anualmente. O trabalho foi capitaneado por Britaldo Silveira Soares-Filho, do Centro de Sensoriamento Remoto, e Fabiano Alvim Barbosa, da Escola de Veterinária, ambos da UFMG - FSP, 29/8, Ciência, p.B9. |
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Em entrevista, a historiadora da ciência Naomi Oreskes, da Universidade Harvard, analisa a política americana em relação às mudanças climáticas e as últimas ações do presidente Barack Obama. Ela também fala sobre o comportamento dos cientistas em relação à opinião pública sobre o tema e o impacto que o papa Francisco, que publicou sua encíclica ambiental em junho e vai visitar os Estados Unidos em setembro, pode ter sobre essa situação - OESP, 30/8, Aliás, p.E2 e E3. |
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Água
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A Grande SP poderia ter 51% a mais de água em seus reservatórios se o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e a Sabesp tivessem adotado desde o início da crise hídrica as medidas de controle de consumo hoje em vigor. O cálculo foi feito com base em dados da Sabesp que mostram a economia de água obtida com quatro medidas: bônus na conta para quem economiza; sobretaxa para quem aumenta o gasto; corte da venda de água para municípios onde a Sabesp não atua; e redução de pressão. Se todas essas ações tivessem sido tomadas em janeiro de 2014, a região metropolitana teria poupado 238 bilhões de litros em seus reservatórios. O governo diz que as ações tomadas tiveram resultados graduais e que o cálculo é "descabido" - FSP, 30/8, Cotidiano, p.1 e 3. |
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Entregue à estiagem, o Sistema Cantareira não para de encolher. Após dois anos sem água, braços das represas Jaguari-Jacareí, consideradas o coração do principal manancial paulista, desapareceram debaixo dos arbustos que brotaram no solo seco e a sensação de que a situação nunca mais voltará ao normal tem levado vizinhos das barragens em Bragança Paulista, Joanópolis e Piracaia, no interior de São Paulo, a se "apropriarem" de trechos do reservatório para criar gado. Para especialistas, a vegetação e a ocupação dificultam a recuperação do manancial - OESP, 30/8, Metrópole, p.A19. |
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Além de identificar áreas promissoras para fazer 200 perfurações para captar água subterrânea na Grande São Paulo, o plano de contingência da Sabesp prevê o mapeamento de mais 200 poços particulares que poderão ser requisitados pela empresa para socorrer a rede pública de abastecimento se a crise hídrica se agravar em 2016. Estão na mira da estatal captações feitas por indústrias, clubes e até condomínios cadastradas no DAEE. Calcula-se que os 400 poços consigam produzir 2 mil litros por segundo, o suficiente para atender 600 mil pessoas - OESP, 29/8, Metrópole, p.A22. |
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Geral
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A mais recente esperança de milhares de garimpeiros de Serra Pelada, no sudeste do Pará, para retomar a exploração de ouro é um trio de investidores japoneses. Desde 1992, a mineração está parada, interrompida pelo governo federal. Akio Miyake, Osamu Sugiyama e Hirosuke Otaki são sócios da Mineração Yamato do Brasil e visitaram em julho representantes do governo do Pará e da cooperativa dos garimpeiros (Coomigasp), que possui a concessão da área, em Curianópolis. Eles querem mecanizar a exploração do chamado rejeito, partículas de ouro que escaparam do garimpo manual nos anos 1980. Haveria 23 toneladas de minérios, incluindo ouro, em pilhas de terra em volta do antigo garimpo de Serra Pelada - FSP, 30/8, Mercado, p.A28. |
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Grupo no interior de SP sai à noite com rifles atrás do animal. Na região de Monte Azul Paulista, perto de Ribeirão Preto, o javali é considerado uma praga pelos agricultores. Pela devastação que causa no ecossistema, principalmente no Sul, o animal é o único no país cuja caça é liberada pelo Ibama. Segundo o órgão federal, há hoje 7 mil pessoas cadastradas para o abate do animal. Mas, segundo técnicos que estudam o assunto, o número real é maior, pois a burocracia faz com que muitos não se regularizem. Em Monte Azul Paulista, os caçadores têm o cadastro e autorização do Exército para portar o armamento pesado - FSP, 30/8, Cotidiano, p.4 e 5. |
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A vegetação original da capital paulista é quase desconhecida da população. Além de Mata Atlântica, a região já abrigou até campos cerrados, cujo nome serviu para batizar a cidade em 1554: São Paulo dos Campos de Piratininga. Com o objetivo de resgatar a história e as espécies que existiam há 461 anos, um artista plástico decidiu criar um "mini-Cerrado" em uma praça na Pompeia, zona oeste. "São Paulo perdeu a conexão completamente com a paisagem da cidade na época de (José de) Anchieta. Não conhece as plantas, não sabe reconhecê-las", afirma o idealizador Daniel Caballero - OESP, 30/8, Metrópole, p.A22. |
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