20 de outubro de 2015
(da Redação da ANDA)
Os porcos compartilham uma série de características que os assemelham surpreendentemente aos humanos. Por exemplo, ambos temos peles sem pelos, uma espessa camada de gordura subcutânea, olhos claros, narizes salientes e cílios pesados. Partes da pele dos porcos e de suas válvulas cardíacas podem ser usadas em pesquisas médicas por causa de sua semelhança com o corpo humano. Alunos de Medicina Humana frequentemente praticam sutura em patas de porcos.
Esses atributos parecem, em sua maior parte, ser devidos à evolução convergente, ou ao acaso; sendo assim, eles não seriam sinais de uma ancestralidade próxima. Mas novas análises genéticas sugerem que os porcos e os primatas podem de fato dividir uma relação evolucionista oculta, segundo a Phys.org. As informações são da Mother Nature Network.
O novo estudo é baseado em elementos genéticos chamados “SINEs” (“short interspersed elements”, o que pode ser traduzido como “elementos intercalados curtos”). Os SINEs, que compõem mais de 11 por cento do DNA humano, antes eram considerados uma parte inferior do DNA (“junk DNA”), porém os pesquisadores passaram a acreditar que a análise desses elementos pode fornecer importantes pistas sobre a história da evolução dos mamíferos.
O SINE mais comum nos humanos é chamado “elemento transponível Alu”. Ele é importante pois deriva do “pequeno RNA citoplasmático 7SL”, que por sua vez é a origem de um SINE comum nos suínos, de acordo com a mais recente pesquisa. Esta seria uma coincidência improvável e, essencialmente, evidencia a ideia de que a evolução dos porcos e dos primatas têm alguns paralelos estreitos que antes estavam ocultos, utilizando-se análises genéticas mais convencionais.
A conclusão, segundo o autor do estudo, torna concebível que a família “suidae” (ou seja, os suínos) possa ser agrupada dentro da família dos primatas, pelo menos nos termos dos SINEs derivados do RNA 7SL.
O que uma história evolucionista como esta pode dizer a respeito da relação entre porcos e primatas? Por enquanto, os filogeneticistas podem somente especular. Mas isso deve mostrar que as nossas relações com os outros irmãos animais são muitas vezes mais próximas do que as aparências podem sugerir. Apesar da grande diversidade da vida, há uma cadeia que conecta todos nós – e que os cientistas estão apenas começando a aprender como desvendar.
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