31 de outubro de 2015
(da Redação da ANDA)
A catástrofe ambiental que está acontecendo no Borneo Indonesiano ameaça a destruição de santuários preciosos onde um terço da população de grandes macacos vive.
De acordo com o Express.co.uk, há dois meses, fogos incontroláveis têm atingido a área, criando uma nuvem de fumaça densa que tem causado infecções respiratórias em 500 000 pessoas.
Além disso, o custo financeiro para a Indonésia tem sido grande, chegando a um prejuízo de 30 bilhões de libras. Conservacionistas alertam que os impactos dos incêndios tiveram uma reviravolta tenebrosa ao queimar faixas de florestas de brejo turfoso que têm uma fauna e floras preciosas. Os leopardos e orangotangos que vivem no local estão a um passo de ser extintos.
Sobre o o aumento dos incêndios, o Oranguntan Tropical Peatland Project (OuTrop) alertou: “A situação é terrível e está se deteriorando a cada dia,”. O projeto relata que os fogos estão destruindo as fortalezas dos orangotangos do Parque Nacional de Tanjung Puting, da Floresta Katingan e da Reserva Mawas que são, respectivamente, o lar de 6000 orangotangos, 3000 orangotangos e 3500 macacos selvagens.
Porém, diz OuTrop, é a Floresta Sabangau, que abriga a maior população, 7000 orangotangos selvagens, que está sofrendo a maior ameaça.
O fundador e diretor de conservação do projeto, Simon Husson, fez o seguinte apelo: “As pessoas estão engasgando com a fumaça, e uma das últimas, grandes florestas tropicais está se incendiando. O único jeito de evitar isso é colocando mão-de-obra no local, bombardeando água constantemente.”
“Para mobilizar esses recursos é necessário que haja uma conscientização internacional. Eventualmente a chuva vai chegar e saberemos qual é o tamanho do dano. Mas esperar pela chuva não é uma solução. Precisamos do olho do mundo na Indonésia, precisamos de mais suporte e precisamos dele agora,” ele acrescentou.
Olhando do espaço, os satélites da NASA detectaram 358 pontos de fogo incendiando as florestas, queimando acima e debaixo da terra, queimando arvores gigantes enquanto suas raízes são incineradas. A extinção das florestas, a drenagem dos pântanos e a seca estão fazendo com que os as chamas tenham uma intensidade maior e se espalhando de fazendas e plantações à floresta preciosa.
O diretor executivo do Outrop, Dr. Mark Harrison, disse: “Em seu estado natural, as florestas de brejo turfoso são resistentes ao fogo. Mas, décadas de descuido, incluindo desmatamento e a destruição de canais, têm causado danos á turfa, dando um risco alto de fogo na região quando chega o período de seca.
“Fazemos parte de um imenso esforço conjunto que acontece desde 1990, trabalhando com centenas de pessoas que fazem parte de organizações locais e internacionais para conversar essa floresta maravilhosa e parar o desmatamento, evitar a criação de óleo de palma e protegê-la para gerações futuras,” acrescenta.
“Ver todo esse trabalho ser destruído em um período tão curto é uma tragédia, para as comunidades com as quais trabalhamos e para a biodiversidade incrível que a floresta tem. Não quero nem pensar no efeito que terá nos orangotangos de Sabangau.”, ele explica.
Essas últimas décadas já foram difíceis para os orangotangos, que tiverem seus reinos corroídos pela exploração madeireira ilegal e pelo desmatamento para plantações de óleo de palma. A catástrofe que vem acontecendo tem implicações globais no meio ambiente por causa da polução da atmosfera.
“Essa floresta tem o equivalente de emissões de gás carbônico acumuladas em um período de cinco anos. As emissões dos incêndios desse ano são maiores que as emissões anuais de alguns países como a Alemanha e Inglaterra” disse o Dr. Harrison.
“Bilhões de dólares são gastos anualmente para tentar reduzir as emissões, por incrível que pareça, o incêndio da floresta de Borneo continua emitindo uma quantidade enorme e os bombeiros locais não têm os recursos para impedir isso,” acrescentou.
O desastre é grande. A ANDA noticiou recentemente que os bebês orangotangos da floresta estão com problemas respiratórios sérios por causa da fumaça.
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