29 de outubro de 2015
Dois anos atrás, a sanção da Lei Municipal 17.918/2013 gerou a expectativa pelo fim dos maus-tratos de animais nas ruas do Recife. O flagrante envolvendo a égua ontem, no bairro da Boa Vista, quebra essa esperança. Em pleno meio-dia, o animal despencou de cansaço e fome no asfalto, sendo açoitado para levantar. O socorro, que deveria ser rápido, veio lento, conforme a velha cartilha do despreparo do setor público para enfrentar o problema. Era a comprovação de que a lei, sancionada para proibir a circulação de veículos de tração animal, a condução de cargas por animais e o trânsito montado, é por enquanto letra morta. Ao deixar a lei adormecida, o município contribui para os autores de maus-tratos acreditarem estar corretos em açoitar e sobrecarregar os bichos e contraria campanhas dos protetores de animais, que se desdobraram para ver a proposta de lei ser aprovada pelos vereadores e sancionada pelo Executivo. Acrescento: ter uma lei em vigor sem executá-la é levar a população a ter certeza de que o poder público é incapaz de solucionar problemas que lhes são inerentes. Mesmo peça decorativa, melhor que a 17.918/2013 exista, pois aponta para os que não zelam pelo seu cumprimento.
Meia dúzia
O socorro à égua, na Boa Vista, teve apoio do Movimento de Defesa Animal (MDA), que ajudou a resgatar seis cavalos e éguas das ruas da cidade desde setembro. Os maus-tratos foram registrados em todos esses casos, tendo dois animais morrido por estarem com mormo, uma doença infecto-contagiosa.
Fonte: Diário de Pernambuco
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