Apresentando as perspectivas das mais variadas fontes, regiões e setores energéticos até 2035, nova publicação sugere que, para lidar com o valor alto da energia, é preciso focar mais em eficiência energética.
A Agência Internacional de Energia lançou o Panorama Mundial de Energia 2013 (World Energy Outlook, disponível para compra), apresentando o cenário central em que a demanda global por energia cresce em um terço até 2035.
Grande parte da demanda virá de países asiáticos (imagem ao lado) – especialmente do sudeste, como a Índia, que deve superar a China como principal fonte de crescimento na demanda por energia em 2020 –, mas também do Oriente Médio. Nos países da OCDE, a demanda deve se manter constante e em 2035 ser equivalente a menos da metade daquela dos países fora do bloco.
O Brasil é um dos destaques do relatório. Nosso país deve ser manter como possuidor de um dos setores de energia menos intensivos em carbono no mundo, apesar das perspectivas de um aumento de 80% no uso de energia até 2035 e de se tornar um dos principais produtores de petróleo.
De acordo com a publicação, em 2035 a produção de petróleo no Brasil vai triplicar, chegando a seis milhões de barris por dia, o que corresponde a um terço do crescimento líquido previsto para a produção mundial de petróleo.
O país também deve quase duplicar a geração de energias renováveis, mantendo a fatia de 43% na matriz energética nacional, especialmente a partir das usinas hidrelétricas e eólicas.
“Grandes mudanças estão emergindo no mundo energético em resposta às alterações no crescimento econômico, nos esforços de descarbonização e nas inovações tecnológicas”, comentou Maria van der Hoeven, diretora executiva da AIE.
O relatório destaca as enormes diferenças entre o preço da energia em diferentes países, por exemplo, citando o gás natural, que custa um quinto do preço nos Estados Unidos em relação ao Japão, influenciando na competitividade industrial.
Entre as opções para lidar com o valor alto da energia, a AIE ressalta a importância da eficiência energética: dois terços do potencial econômico destas medidas devem permanecer inexplorados em 2035, a menos que barreiras de mercado sejam removidas.
Uma delas é o subsídio perverso de US$ 544 bilhões em 2012 aos combustíveis fósseis, que incentiva o desperdício.
A eficiência energética – fator preponderante do balanço energético mundial – é tratada da mesma forma que os combustíveis convencionais: as suas perspectivas e a sua contribuição são objeto de um capítulo específico.
Além disso, a AIE ressalta que as ações para reduzir os impactos do valor da energia não significam a diminuição dos esforços para lidar com as mudanças climáticas.
“As emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia devem subir 20% até 2035 (imagem acima), colocando o mundo no caminho para um aumento de 3,6º C da temperatura média em longo prazo, muito acima da meta internacional de 2ºC”.
O relatório também enfatiza a necessidade de subsídios cuidadosamente elaborados para as energias renováveis – que totalizaram US$ 101 bilhões em 2012 –, expandindo para US$ 220 bilhões em 2035.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário