Cenários de excesso hídrico ou seca extrema já foram e continuam sendo bastante retratados pelo cinema para nos atentar sobre como seria o mundo “seco”. Confira sete filmes recomendados e comentados por cientistas da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza:
A qualquer preço
Baseado em um livro, esse filme mostra John Travolta, no papel de Jan Schlittman. Ele é um advogado que prioriza acordos financeiros lucrativos e não a vitória nas cortes. O cenário muda quando ele tem que representar oito famílias cujas crianças morreram em virtude da contaminação da água que abastece a cidade de Woburn, Massachusetts (EUA). Ele é abandonado pelos sócios durante o julgamento contra duas poderosas empresas e tem que enfrentar sozinho uma causa na qual acredita. Para o especialista em direito ambiental, Marcelo Dantas, o longa retrata a importância da conservação da água e do meio ambiente em outras esferas. “Às vezes, não nos damos conta de que água é uma questão de vida ou morte e da sua importância para nós e para todas as formas vivas”, analisa.
Baseado em um livro, esse filme mostra John Travolta, no papel de Jan Schlittman. Ele é um advogado que prioriza acordos financeiros lucrativos e não a vitória nas cortes. O cenário muda quando ele tem que representar oito famílias cujas crianças morreram em virtude da contaminação da água que abastece a cidade de Woburn, Massachusetts (EUA). Ele é abandonado pelos sócios durante o julgamento contra duas poderosas empresas e tem que enfrentar sozinho uma causa na qual acredita. Para o especialista em direito ambiental, Marcelo Dantas, o longa retrata a importância da conservação da água e do meio ambiente em outras esferas. “Às vezes, não nos damos conta de que água é uma questão de vida ou morte e da sua importância para nós e para todas as formas vivas”, analisa.
Vidas Secas
O filme brasileiro, lançado em 1963, mostra a realidade nua e crua da seca no sertão nordestino. O roteiro, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, é baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos e mostra com clareza a jornada de uma família de retirantes durante uma grande seca e a luta pela sobrevivência. Para Pedro Develey, diretor da Save Brasil, a obra é um ícone atemporal. “Mesmo lançado há mais de 50 anos, o filme continua atual e mostra claramente a vulnerabilidade do ser humano diante do clima e a dependência da água para a sobrevivência”, comenta. O diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Sergio Lucena Mendes, reforça: “Vidas Secas retrata, no passado, um drama que pode se agravar no futuro, se não mudarmos a forma irresponsável com que temos lidado com a água e outros recursos naturais”. O longa foi indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca e em 2015 entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
O filme brasileiro, lançado em 1963, mostra a realidade nua e crua da seca no sertão nordestino. O roteiro, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, é baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos e mostra com clareza a jornada de uma família de retirantes durante uma grande seca e a luta pela sobrevivência. Para Pedro Develey, diretor da Save Brasil, a obra é um ícone atemporal. “Mesmo lançado há mais de 50 anos, o filme continua atual e mostra claramente a vulnerabilidade do ser humano diante do clima e a dependência da água para a sobrevivência”, comenta. O diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Sergio Lucena Mendes, reforça: “Vidas Secas retrata, no passado, um drama que pode se agravar no futuro, se não mudarmos a forma irresponsável com que temos lidado com a água e outros recursos naturais”. O longa foi indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca e em 2015 entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Mother
Lançado em 2017, o filme dirigido por Darren Aronofsky é um daqueles casos em que o público ama ou odeia a obra. Cheio de simbolismos que remetem tanto à Bíblia cristã como à natureza como um todo, o longa une suspense e terror psicológico e, segundo Clovis Borges, diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), permite uma percepção muito contundente de como o meio ambiente sente os efeitos das agressões crescentes contra o planeta (a casa) e contra a própria natureza. Para ele, a obra mostra, de forma muito impressionante, como nos aliamos às crenças para dar continuidade aos nossos devaneios irresponsáveis que acabarão por causar uma consequência previsível, decorrente da expressividade de nossa violência e insensatez. “O drama é intenso e impactante, deixando um recado indelével do absurdo que envolve a nossa relação com a natureza”, afirma Borges.
Lançado em 2017, o filme dirigido por Darren Aronofsky é um daqueles casos em que o público ama ou odeia a obra. Cheio de simbolismos que remetem tanto à Bíblia cristã como à natureza como um todo, o longa une suspense e terror psicológico e, segundo Clovis Borges, diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), permite uma percepção muito contundente de como o meio ambiente sente os efeitos das agressões crescentes contra o planeta (a casa) e contra a própria natureza. Para ele, a obra mostra, de forma muito impressionante, como nos aliamos às crenças para dar continuidade aos nossos devaneios irresponsáveis que acabarão por causar uma consequência previsível, decorrente da expressividade de nossa violência e insensatez. “O drama é intenso e impactante, deixando um recado indelével do absurdo que envolve a nossa relação com a natureza”, afirma Borges.
É proibido procriar (ZPG – Zero Population Growth)
Nessa ficção científica lançada em 1972, a população humana cresceu a tal ponto que todos os recursos naturais – incluindo a água – já não suportam a demanda. Toda a superfície da Terra está coberta por cidades e não existem animais ou plantas. Enquanto caminham por ruas abarrotadas de pessoas, usando máscaras para se protegerem dos gases tóxicos presentes na poluição do ar, todos são alertados pelo governo global de que, a partir daquele dia e por 32 anos, é proibido ter filhos. Aqueles que desobedecem, incluindo os bebês, são lentamente mortos por asfixia dentro de cúpulas transparentes, depositadas sobre as pessoas pelas aeronaves do governo, em plena praça pública – uma forma de alertar a todos sobre as terríveis consequências de eventuais atos de rebeldia. O governo lança robôs que simulam crianças, avidamente comprados por aqueles a quem a maternidade/paternidade é negada. Um jovem casal de atores, muito apaixonados, trabalham para o governo em campanhas publicitárias, promovendo crianças robôs como substitutos de filhos. Nesse mundo, onde só é possível respirar o ar filtrado nos ambientes internos, onde a comida se resume a porções de ração sintética e a água é urina reciclada, esse jovem casal sucumbe ao desejo de ter uma criança. Na opinião do biólogo Reuber Brandão, professor da Universidade de Brasília, a obra se mantém atual pelo apelo a respeito dos riscos do crescimento humano desordenado e da sobreexploração da natureza. “Um mundo onde a superpopulação humana acaba nos deixando menos humanos. É impressionante a cena em que o homem apaixonado pede a mulher em casamento presenteando-a com uma das coisas mais valiosas existentes então: uma verdura, no caso, um repolho”, ressalta.
Nessa ficção científica lançada em 1972, a população humana cresceu a tal ponto que todos os recursos naturais – incluindo a água – já não suportam a demanda. Toda a superfície da Terra está coberta por cidades e não existem animais ou plantas. Enquanto caminham por ruas abarrotadas de pessoas, usando máscaras para se protegerem dos gases tóxicos presentes na poluição do ar, todos são alertados pelo governo global de que, a partir daquele dia e por 32 anos, é proibido ter filhos. Aqueles que desobedecem, incluindo os bebês, são lentamente mortos por asfixia dentro de cúpulas transparentes, depositadas sobre as pessoas pelas aeronaves do governo, em plena praça pública – uma forma de alertar a todos sobre as terríveis consequências de eventuais atos de rebeldia. O governo lança robôs que simulam crianças, avidamente comprados por aqueles a quem a maternidade/paternidade é negada. Um jovem casal de atores, muito apaixonados, trabalham para o governo em campanhas publicitárias, promovendo crianças robôs como substitutos de filhos. Nesse mundo, onde só é possível respirar o ar filtrado nos ambientes internos, onde a comida se resume a porções de ração sintética e a água é urina reciclada, esse jovem casal sucumbe ao desejo de ter uma criança. Na opinião do biólogo Reuber Brandão, professor da Universidade de Brasília, a obra se mantém atual pelo apelo a respeito dos riscos do crescimento humano desordenado e da sobreexploração da natureza. “Um mundo onde a superpopulação humana acaba nos deixando menos humanos. É impressionante a cena em que o homem apaixonado pede a mulher em casamento presenteando-a com uma das coisas mais valiosas existentes então: uma verdura, no caso, um repolho”, ressalta.
A Lei da água
A Lei da Água é um documentário nacional produzido com financiamento coletivo. Dirigido por André D’Elia e produzido por Fernando Meirelles, a obra traz depoimentos, práticas e exemplos que mostram a relação entre a conservação do meio ambiente e dos recursos hídricos no Brasil, a escassez que temos vivenciado e a relação com o novo Código Florestal. A importância das florestas também é trazida nas falas de ambientalistas, cientistas, agricultores e diversos outros especialistas. Na opinião do biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa, Fabiano Melo, esse é um filme essencial para compreender diversas opiniões a respeito da questão legal que cerca a conservação da natureza brasileira. “Assim como a água é um bem universal, a informação também é uma ferramenta que deve ser usada pela população para disseminar o que é útil e relevante. Estarmos a par do novo Código Florestal é um direito e um dever de todo cidadão, pois só assim teremos opinião crítica para avançar em questões tão importantes como a gestão hídrica, por exemplo”. O documentário está disponível no link: https://vimeo.com/123222594.
A Lei da Água é um documentário nacional produzido com financiamento coletivo. Dirigido por André D’Elia e produzido por Fernando Meirelles, a obra traz depoimentos, práticas e exemplos que mostram a relação entre a conservação do meio ambiente e dos recursos hídricos no Brasil, a escassez que temos vivenciado e a relação com o novo Código Florestal. A importância das florestas também é trazida nas falas de ambientalistas, cientistas, agricultores e diversos outros especialistas. Na opinião do biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa, Fabiano Melo, esse é um filme essencial para compreender diversas opiniões a respeito da questão legal que cerca a conservação da natureza brasileira. “Assim como a água é um bem universal, a informação também é uma ferramenta que deve ser usada pela população para disseminar o que é útil e relevante. Estarmos a par do novo Código Florestal é um direito e um dever de todo cidadão, pois só assim teremos opinião crítica para avançar em questões tão importantes como a gestão hídrica, por exemplo”. O documentário está disponível no link: https://vimeo.com/123222594.
007 – Quantum of Solace
Quantum of Solace é o 22º filme da franquia 007/James Bond. No longa metragem, o protagonista luta contra o rico empresário Dominic Greene, um membro da organização Quantum que finge ser um ambientalista que planeja armar um golpe militar na Bolívia para assumir o controle das reservas de água do país. Para Rafael Loyola, doutor em Ecologia e diretor do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás (CB-Lab/UFG), o filme cria um cenário no qual o controle sobre a água doce é a maior ameaça à humanidade. “É uma ficção, mas nos arriscamos a perder o controle sobre esse bem (como no filme), ignorando os efeitos do desmatamento e das mudanças climáticas sobre ele, especialmente no Brasil”.
Quantum of Solace é o 22º filme da franquia 007/James Bond. No longa metragem, o protagonista luta contra o rico empresário Dominic Greene, um membro da organização Quantum que finge ser um ambientalista que planeja armar um golpe militar na Bolívia para assumir o controle das reservas de água do país. Para Rafael Loyola, doutor em Ecologia e diretor do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás (CB-Lab/UFG), o filme cria um cenário no qual o controle sobre a água doce é a maior ameaça à humanidade. “É uma ficção, mas nos arriscamos a perder o controle sobre esse bem (como no filme), ignorando os efeitos do desmatamento e das mudanças climáticas sobre ele, especialmente no Brasil”.
Wall-e
Wall-e é uma animação da Disney. O filme é contextualizado no ano de 2700 e tem como cenário principal o planeta Terra, basicamente desabitado e poluído. Ele se apresenta como um grande depósito de lixo, onde o personagem principal do filme, Wall-e (Waste Allocation Load Lifters – Earth – Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe ‘Terra’, em tradução livre), trabalha para compactar e organizar todo esse entulho, sozinho. Assim, ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes do planeta. Enquanto Wall-e e outros robôs permanecem na Terra para executar esse serviço, a população sobrevivente se protege de toda a toxidez do planeta na estação espacial Axiom. O plano era que ficassem somente por cinco anos esperando a “limpeza” da Terra; mas acabam ficando por aproximadamente 700 anos. Gláucia Seixas, doutora em Ecologia e Conservação da Natureza, coordenadora do Projeto Papagaio-Verdadeiro pela Fundação Netropica do Brasil, realiza diversas ações com crianças e adolescentes e pondera que o debate da animação é extremamente relevante para públicos de todas as idades. “O quanto antes começarmos a falar sobre conservação da natureza, mais cidadãos conscientes teremos no futuro. Cuidar da água e de toda natureza é um ato de amor e responsabilidade importante a ser estimulado desde o início da formação do cidadão”, explica. (#Envolverde)
Wall-e é uma animação da Disney. O filme é contextualizado no ano de 2700 e tem como cenário principal o planeta Terra, basicamente desabitado e poluído. Ele se apresenta como um grande depósito de lixo, onde o personagem principal do filme, Wall-e (Waste Allocation Load Lifters – Earth – Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe ‘Terra’, em tradução livre), trabalha para compactar e organizar todo esse entulho, sozinho. Assim, ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes do planeta. Enquanto Wall-e e outros robôs permanecem na Terra para executar esse serviço, a população sobrevivente se protege de toda a toxidez do planeta na estação espacial Axiom. O plano era que ficassem somente por cinco anos esperando a “limpeza” da Terra; mas acabam ficando por aproximadamente 700 anos. Gláucia Seixas, doutora em Ecologia e Conservação da Natureza, coordenadora do Projeto Papagaio-Verdadeiro pela Fundação Netropica do Brasil, realiza diversas ações com crianças e adolescentes e pondera que o debate da animação é extremamente relevante para públicos de todas as idades. “O quanto antes começarmos a falar sobre conservação da natureza, mais cidadãos conscientes teremos no futuro. Cuidar da água e de toda natureza é um ato de amor e responsabilidade importante a ser estimulado desde o início da formação do cidadão”, explica. (#Envolverde)
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