Depois de meses de conversas, foi assinado nesta terça-feira (1) o acordo de compromisso que promoverá a completa integração entre os mercados de carbono do estado norte-americano da Califórnia e da província canadense de Quebec a partir de janeiro de 2014.
“A colaboração entre Quebec e Califórnia no desenvolvimento de um mercado de carbono em escala continental é um excelente exemplo de como a cooperação regional é benéfica para todos os parceiros, tanto de uma perspectiva econômica quanto ambiental. Como líderes lutando contra a mudança climática, Quebec e Califórnia se posicionam de forma vantajosa para os negócios envolvidos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias limpas em escala global. Procuramos nada menos do que ser um referência internacional nesta questão”, afirmou ean-François Lisée, ministro de Relações Internacionais e Comércio Exterior de Quebec.
“Por mais de cinco anos, Califórnia e Quebec, conjuntamente com outros estados norte-americanos e províncias canadenses, têm trabalhado para lidar com os riscos das mudanças climáticas provocadas pelo homem. Nós criamos e agora estamos implementando programas avançados e abrangentes para reduzir as emissões de gases que ameaçam nosso meio ambiente”, declarou Mary Nichols, presidente da Air Resources Board (ARB), que administra o mercado de carbono californiano.
De acordo com o governo de Quebec, a integração dos dois mecanismos deve gerar uma renda de US$ 2,5 bilhões até 2020 para a província. O objetivo é que esses recursos sejam investidos em energias renováveis, medidas de eficiência energética, melhorias nos processos industriais e em ações de adaptação e mitigação aos impactos do aquecimento global.
A meta da província é cortar em 25% as emissões de GEEs até 2020 com base no nível de 1990.
Atualmente, o mercado californiano cobre 600 instalações industriais e usinas de energia, somando 85% das emissões do estado. Ainda são fornecidas 90% das permissões de emissões (CCAs) de forma gratuita, para que os grandes poluidores tenham tempo de se adaptar às reduções de CO2. A cada ano, o limite será diminuído, para atingir 15% nas reduções de emissões até 2020.
As CCAs estão sendo negociadas em torno de US$ 14,50/t nos contratos para dezembro de 2013.
A integração dos dois mercados pode ser também uma boa notícia para os projetos de conservação florestal no Brasil, já que a Califórnia vem analisando a possibilidade de aceitar esse tipo de crédito. O estado do Acre está especialmente bem posicionado para ser incluído por já ter conduzido negociações com a ARB.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
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