O uso de jazidas para obtenção de materiais de empréstimo para a construção civil é uma das atividades responsáveis por muitas áreas degradadas, tanto em áreas isoladas, como em cidades ou regiões metropolitanas.
Os projetos de recuperação de áreas degradadas identificam os principais aspectos da degradação produzida pelos agentes antrópicos e não questionam os processos que causaram a degradação. Estes procedimentos em geral estão associados a reduzida eficiência produtiva dos empreendimentos, onde efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas são resultantes de desperdícios ou obsolecência, de processos e equipamentos.
Nas áreas degradadas, os projetos de recuperação necessitam o entendimento da dinâmica dos processos de degradação, para que sejam indicadas as soluções mais adequadas.
Em geral são necessários materiais para recomposição geomorfológica da área, e solos orgânicos que sejam capazes de garantir as ações de re-vegetação das áreas, com espécies gramíneas, leguminosas, arbustivas e arbóreas.
As modernas concepções dos empreendimentos aplicam os princípios da prevenção, para que não sejam necessárias ações corretivas ao final das atividades antrópicas (humanas). Os projetos ambientais devem ocorrer de forma concomitante a explotação do bem mineral, de maneira que ao final do processo, tanto a exploração quanto a recuperação estejam implantadas.
Isto exige uma atividade fiscalizatória muito eficiente dos órgãos ambientais na implementação dos projetos, realidade que em geral não correspondem ao cotidiano dos órgãos ambientais, carentes de equipamentos e recursos humanos.
Esta moderna concepção realiza previsão dos danos ambientais e a implantação de medidas mitigadoras e atenuadoras durante a atividade, para evitar que o dano ambiental previsto se realize, além de melhorar o aproveitamento dos recursos minerais.
Estes procedimentos são próprios de um novo ramo da ciência denominado engenharia ambiental integrada, onde os processos produtivos são compatibilizados e adaptados de forma a não produzir danos ao meio ambiente, numa ação preventiva que minimize a geração de impactos e possibilite a ação exploratória juntamente com a atividade de recomposição ambiental.
Durante a exploração de uma pedreira, os taludes e detonações de explosivos podem ser planejados para causar o menor impacto possível. As explosões podem ter horário fixo para não causar transtornos e o empreendedor pode manter a área permanentemente úmida com o uso de carros pipa, para que não se produza pó, proveniente das estradas e também da ação de britagem, onde aspersores de água evitam o pó.
O ruído pode ser minimizado com o emborrachamento dos britadores. Os materiais de bota-fora (que são inservíveis para beneficiamento e comercialização) podem ser utilizados para recomposição geomorfológica (do relevo) da área.
Solos orgânicos do local podem ser reservados para utilização na recuperação das áreas, ou mesmo serem trazidos de outros locais para que sejam atingidos resultados relevantes na re-vegetação das áreas.
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FONTE : Roberto Naime, Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS, é colunista do EcoDebate. (EcoDebate, 27/10/2010).
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