A notícia da morte, em agosto passado, de duas girafas do acervo do Parque Zoológico do Estado, órgão executivo da Fundação Zoobotânica do RS, suscitou uma série de manifestações contrárias à vinda de novos exemplares para o Parque.
Desde a sua criação, em 1962, o Zoológico tem se notabilizado pelo trabalho que realiza, visando a conservação de espécies da fauna, seja nativa ou exótica, algumas, inclusive, ameaçadas de extinção. Ao longo desta trajetória, a prioridade adotada pela equipe técnica do Zoo tem sido proporcionar uma qualidade de vida que atenda às necessidades de cada espécie, disponibilizando recintos apropriados e alimentação adequada, que se aproximem ao máxima de suas áreas de origem. Hoje o Zoo tem um acervo com cerca de 1100 animais, de 150 espécies, entre nativas e exóticas. Deste contingente, a grande maioria nasceu no próprio Zoo, sendo que outras vieram para o Parque, através de permutas com outros animais, doações ou aquisições.
No que tange às girafas, o primeiro exemplar fêmea chegou ao Parque, em 1974, proveniente de um criadouro da África do Sul, com registro da chegada, em 1976, de um exemplar macho, dando inicio, em 1978, aos primeiros nascimentos em cativeiro desta espécie, totalizando nove até a presente data. Algumas das girafas nascidas no nosso Zoo foram permutadas por outros animais, com outros zoológicos do Brasil, transação que ocorre com freqüência entre zoológicos, quando de excedentes de animais.
Frente à discussão que ora se apresenta – alguns ambientalistas contrários à vinda de girafas para o zoológico do Estado - cabe ressaltar o que segue:
- o novo governo do Estado estará assumindo nos próximos meses, ocorrendo mudanças em todas as áreas governamentais, onde o Parque Zoológico do Estado está integrado. Por essa razão, a direção da Fundação Zoobotânica achou por bem aguardar, para que os novos dirigentes decidam em conjunto com o corpo técnico do Parque, quais medidas serão adotadas;
- frente ao exposto será realizada, nos próximos dias, reunião com os especialistas do Parque, visando uma posição técnica frente a este assunto. Entretanto, cabe salientar que, algumas manifestações favoráveis, quanto à permanência de animais exóticos em zoológicos, vêm ocorrendo, o que torna necessária uma avaliação criteriosa, baseada em elementos técnicos e não apenas emocionais.
É importante que fique registrado que todos os animais que o Zoológico recebe não são retirados da natureza, mas oriundos de criadouros, excetuando aqueles apreendidos pela Brigada Militar.
Ernani Ruschel Filho,
Presidente da Fundação Zoobotânica do RS
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FONTE : FZB/GAB, Elizabeth Monlleo
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