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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Aquecimento Global: Tarde demais para 3º C? análise de Luiz Marques (IFCH/Unicamp)

Jornal da Unicamp
Texto LUIZ MARQUES
Fotos Reprodução | Marco Vancini | tbglobalist.com
Edição de imagem LUIS PAULO SILVA

As diversas projeções de aumento das temperaturas médias superficiais terrestres e marítimas combinadas até 2100 (em relação ao período pré-industrial) confluem, com pequenas discrepâncias, para quatro cenários.
(1) Cenário de base, segundo o IPCC AR5 Working Group III (2014). Mantido o nível atual das emissões de CO2-eq (53,4 bilhões de toneladas ou Gt em 2016), atingiremos em 2100 um aquecimento médio global superficial entre 4,1º C e 4,8º C. Um cenário de aquecimento médio de 4º C leva o planeta à maior temperatura em trinta milhões de anos, aumentos de 6º C ou mais nas médias mensais no verão em algumas regiões do planeta, ondas de calor extremo em quase todos os verões em muitas regiões, secas em 40% da superfície habitada da Terra e extinção de metade das espécies conhecidas. Trata-se de um aquecimento considerado “além da adaptação”, com indubitáveis ameaças existenciais à espécie humana [1].
(2) Cenário resultante das políticas atuais de redução dessas emissões, ainda muito aquém do que foi prometido pelos signatários do Acordo de Paris. Este cenário conduz a um aquecimento médio global de 3,4º C (3,1º C a 3,7º C).
(3) Cenário resultante do cumprimento das promessas nacionais de redução das emissões (NDCs) firmadas em Paris. Se cumpridas nos termos atuais, essas promessas implicam um aquecimento médio global de 2,6º C a 3,2º C.
Os cenários 2 e 3 situam o aquecimento médio superficial do planeta entre 2,6º C e 3,7º C acima do período pré-industrial. Um aquecimento maior que 3o C é em geral definido como “catastrófico” [2]. Segundo o que se depreende da paleoclimatologia do Plioceno (5 a 2 milhões de anos AP) e em conformidade com os modelos climáticos, um aquecimento global médio em torno de 3o C implica uma elevação média de 25 a 35 metros do nível do mar e, possivelmente, um estado de permanente El Niño [3]. Implica ainda o desaparecimento das florestas tropicais e a conversão em savana do que resta da floresta amazônica, pela ação conjugada de secas e incêndios, com liberação suplementar de CO2 na atmosfera. Além disso, +3º C circa nos leva, provavelmente, segundo as palavras de James Hansen em 2007, ao “precipício de um grande ponto crítico”, além do qual há alta probabilidade de uma transição para temperaturas médias ainda mais elevadas, por força de mecanismos de retroalimentação independentes da ação humana [4].
(4) Finalmente, o cenário consistente com aumentos inferiores a 2o C supõe não apenas sucessivos aumentos das ambições do Acordo de Paris, mas também emissões negativas graças a alguma forma (ainda não testada em escala e com efeitos colaterais imponderáveis) de engenharia de sequestro de carbono da atmosfera.
A figura 1 sintetiza esses quatro cenários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de seus respectivos impactos na evolução do aquecimento médio global até 2100.
Foto: Reprodução
Figura 1 – Histórico e projeções de aquecimento médio global superficial até 2100 | Fonte: Climate Action Tracker
Deixo de fora o primeiro cenário, diante do qual nada restaria a fazer. Excluo também o segundo, na esperança de que as próximas COPs, e sobretudo a pressão popular, conseguirão obter avanços, por insuficientes que sejam, no cumprimento das promessas feitas em Paris. Trataremos aqui apenas do terceiro e do quarto cenários.
Comecemos por indagar se o terceiro cenário – um aquecimento médio planetário entre 2,6º C e 3,2º C – pode ser ainda considerado como realista. Uma resposta positiva pressupõe duas condições, ambas não satisfeitas: (1) a colaboração ativa dos EUA, o segundo maior poluidor do planeta (14,4% das emissões mundiais em 2016), no Acordo de Paris; (2) o cumprimento das reduções prometidas pelas demais 9 Partes mais poluidoras, responsáveis por quase 75% das emissões mundiais: China (27%), União Europeia (9,7%), Índia (6,6%), Rússia (5%), Japão (3,1%), Brasil (2,3%), Indonésia (1,7%), Canadá (1,7%) e México (1,7%) [5].
Se os EUA não retornarem ao Acordo de Paris em 2020 e se a Rússia e demais grandes países petroleiros, como o Iraque, o Irã e o Kuwait, não o ratificarem, manter o aquecimento médio global abaixo de 3o C tornar-se-á, com toda a probabilidade, uma meta inatingível nos prazos draconianos impostos pelas dinâmicas em aceleração do aquecimento global. Mesmo assim, não é ainda o caso de avançar uma resposta definitivamente negativa para essa questão. Tudo ainda depende do volume de gases de efeito estufa lançados na atmosfera nos próximos anos. Em outras palavras, a resposta a essa questão depende do comportamento futuro, sempre imprevisível, das sociedades.
Passemos ao quarto cenário, que implica um aquecimento médio global inferior a 2º C. Se é ainda impossível avançar uma resposta segura sobre a plausibilidade do terceiro cenário (+3º C), é possível já excluir um aquecimento médio global inferior a 2º C. Em primeiro lugar porque já estamos condenados a esse nível de aquecimento. Mesmo que não emitíssemos mais nenhum grama de gases de efeito estufa a partir de hoje, as emissões passadas já desencadearam um aquecimento inercial futuro, capaz por si só de nos conduzir ao limiar dos 2o C acima do período pré-industrial [6]. Além disso, a figura abaixo, já por mim reportada num artigo do Jornal da Unicamp de 25 de setembro passado [7], mostra quão radical deve ser doravante a redução das emissões antropogênicas de GEE para se manter um aquecimento médio global inferior a 2o C até 2100.
Foto: Reprodução
Figura 2 – Datas iniciais e finais de redução a zero das emissões atmosféricas de CO2 | Fonte: Christiana Figueres, Hans Joachim Schellnhuber, Gail Whiteman, Johan Rockström, Anthony Hobley & Stefan Rahmstorf, “Three years to safeguard our climate”, Nature, 28/VI/2017, a partir de dados do The Global Carbon Project.
Um aquecimento abaixo de 2º C suporia, dependendo da probabilidade escolhida, emissões futuras limitadas a uma faixa entre 150 e 1.050 GtCO2. Os autores desse gráfico [8] trabalham com a média aritmética desses dois valores (600 GtCO2). Como se vê, atingido esse teto, as emissões sucessivas deveriam estar e permanecer zeradas. Assim, se tivéssemos iniciado a curva de redução em 2016, teríamos até 2045 para zerá-las definitivamente. Se iniciarmos o lado declinante dessa curva em 2020, nosso prazo se encurta para 2040. E se iniciarmos a queda em 2025, a data limite torna-se 2035.
Uma impossibilidade sociofísica
Segundo um trabalho recente, manter o aquecimento planetário abaixo de 2º C não seria ainda uma “impossibilidade geofísica” [9]. Se essa tese estiver correta, ela significa que, na dinâmica do aquecimento global, os mecanismos de retroalimentação positiva não se tornaram ainda decisivos, o que significa que a ação mitigatória humana é ainda mestra do jogo. Essa é a boa notícia.
A má notícia é que, dado o poder atual das corporações de impor à humanidade seus paradigmas, visão do mundo e planos de negócios, um aquecimento médio global inferior a 2º C é uma impossibilidade sociofísica. Uma conversão à sustentabilidade na escala e rapidez necessária requereria a desmontagem imediata dos paradigmas fundamentais de energia, mobilidade e alimentação sobre os quais se assenta nossa civilização termo-fóssil. Concretamente, isso suporia: cessar toda exploração de combustíveis fósseis, descontinuar a produção de veículos não elétricos, devolver aos rios seu fluxo natural, atingir o desmatamento zero, restaurar em grande escala as florestas com espécies nativas, descontinuar a produção de plástico, inclusive como parte de uma estratégia de proteção das espécies marítimas, diminuir de modo radical o carnivorismo (mantido apenas nas comunidades tradicionais que dependem do gado para a subsistência), descontinuar o uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos, protegendo da crescente intoxicação química dos organismos os solos, a água e a biosfera em geral, diminuir ao máximo o comércio global, em particular diminuir a distância entre a produção e o consumo de produtos agrícolas. E tudo isso no intervalo máximo de duas décadas.
Esse conjunto de medidas, malgrado parecerem inexequíveis e absurdas à ideologia suicida que governa o mundo, trariam benefícios duradouros para a humanidade e para a biosfera em geral. E embora impliquem diminuir drasticamente os padrões atuais de consumo das classes com maior acesso ao mercado global, evitariam ou amenizariam males incomparavelmente maiores, inclusive para essas classes.
Mas na ausência de forças sociais e políticas capazes de criar consenso sobre a necessidade imperiosa e impreterível de uma tal ruptura civilizacional, as tendências observadas apontam para outra direção num futuro previsível. Segundo estimativas do The Global Carbon Project (GCP), em 2017 as emissões atmosféricas exclusivamente de CO2 (sem contabilizar os demais GEE) devem ainda aumentar em 2% (+0,8% a +3%) em relação a 2016[10]. A figura 3 mostra que esse aumento se integra perfeitamente na linha ascendente quase ininterrupta das emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis desde 1959.
Foto: Reprodução
Figura 3 – Emissões globais de CO2 a partir apenas da queima de combustíveis fósseis (1959-2017), segundo dados do Global Carbon Budget | Fonte: Gráfico de Damian Carrington, “Fossil fuel burning set to hit record high in 2017, scientists warn”. The Guardian, 13/XI/2017
Outro parâmetro que permite avaliar quão distantes estamos das metas climáticas é o aumento requerido do fornecimento de energia elétrica por fontes renováveis. Para atingi-las, os países ricos deveriam doravante acrescentar 300 kWh/ano per capita todos os anos em energias renováveis. A Suécia e Dinamarca estão acrescentando pouco mais de 50%, os demais países ricos, apenas entre 40% (Portugal, Espanha e Alemanha) e 20% (Reino Unido, EUA, França e Japão) desse montante, como mostra a figura 4.
Foto: Reprodução
Figura 4 – Aumento médio anual da geração de energia elétrica (kWh/ano per capita) por fontes renováveis | Fonte: Michael Le Page, “The Green revolution is stalling”. New Scientist, 5/VIII/2017, pp. 22-23.
A contribuição do Brasil para a aceleração da trajetória de colapso
O presente ano será, provavelmente, o ano sem o efeito El Niño mais quente dos registros históricos e está entre os três mais quentes no que se refere às temperaturas oceânicas superficiais. A Organização Meteorológica Mundial informa também que em 2017 partes da Europa meridional, incluindo a Itália, a África do Norte e porções ao leste e ao sul deste continente, bem como a parte asiática da Rússia atingiram as temperaturas mais elevadas até hoje registradas. Além disso, o gelo do Oceano Ártico atingiu o recorde histórico de encolhimento nos primeiros quatro meses do presente ano.
É claro, o fato mais espetacular de 2017 no âmbito socioambiental ocorreu em 1º de junho, quando os EUA declararam sua intenção de se retirar do Acordo de Paris, inviabilizando a plena implementação de suas metas. Os demais grandes poluidores não parecem capazes de compensar a defecção dos EUA. A China, por exemplo, aumentou suas emissões de CO2 em 3,5% em 2017 em relação a 2016. A Alemanha, anfitriã da COP23 e maior emissora da Europa, continua a abrir novas minas de carvão e já é praticamente certo que não atingirá suas metas de 2020 de redução de suas emissões de GEE, o que a distanciará ainda mais de suas metas de 2030 e de 2050. Emitiu 902 Mt de CO2 em 2015, 906 Mt em 2016 (+0,4%) e em 2017 suas emissões devem crescer mais de 1% em relação a 2016 [11].
Nesse contexto, o Brasil faz figura de campeão do retrocesso. Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, mostram que em 2016 as emissões do país aumentaram 8,9%, atingindo 2,278 GtCO2-eq contra 2,091 GtCO2-eq em 2015, conforme mostra a figura 5.
Foto: Reprodução
Figura 5 – Emissões totais de GEE do Brasil entre 1990 e 2016 | Fonte: Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), Observatório do Clima.
Como afirma o SEEG, “em 2015 e 2016, a elevação acumulada das emissões foi de 12,3%, contra um tombo acumulado de 7,4 pontos no PIB, que recuou 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. O Brasil se torna, assim, a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade” [12]. O desmatamento e a pecuária, dois processos indissociáveis do agronegócio, forneceram 74% dessas emissões em 2016. Tendo lançado na atmosfera mais de 2 GtCO2-eq, o Brasil ocupa, como visto acima, o sétimo lugar entre os países mais emissores de GEE no mundo. “Se fosse um país”, continua o comunicado do SEEG, “o agronegócio brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com emissões brutas de 1,6 bilhão de toneladas (acima do Japão, com 1,3 bilhão). Entre 1990 e 2016, o setor de uso da terra no Brasil emitiu mais de 50 bilhões de toneladas de CO2e, o equivalente a um ano de emissões mundiais”.
Por fim, para jogar mais petróleo na fornalha do aquecimento global, o governo de Michel Temer, pelo decreto 9.128/2017 (18 de agosto de 2017), prorrogou até 2040 o Repetro, o regime de isenções fiscais para a importação de equipamentos destinados à indústria do petróleo, criado em 1999 (e com prazo para acabar em 2019). Com a renovação, também os insumos para essa indústria fabricados no Brasil ficarão doravante isentos de tributos [13]. Além disso, através da MP 795/2017, aprovada em comissão mista especial em outubro passado, o governo propôs a isenção de imposto de renda e da Contibuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para as empresas internacionais envolvidas nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural [14].
Os quase 800 mil km2 da floresta amazônica brasileira completamente eliminados desde 1970, sobretudo pelo agronegócio, os 100 mil km2 de pastos degradados que se substituíram a essa floresta (INPE) e todo o mal causado ao sistema climático do planeta não trouxeram nenhum benefício à sociedade brasileira do ponto de vista do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E nem mesmo um aumento do PIB. Segundo um estudo coordenado por Paulo Barreto, do IMAZON, apresentado na COP23 em Bonn, “o aumento da área desmatada na Amazônia acrescentou, em média, apenas 0,013% por ano ao PIB brasileiro na última década” [15].
A catástrofe climática e a descrença na ciência
Seria fácil acrescentar muitos outros dados convergentes, no Brasil e no mundo, a demonstrar que o Acordo de Paris e as políticas atuais e previstas de redução das emissões dos GEE estão conduzindo o planeta a um aquecimento médio global superior a 2º C acima do período pré-industrial,  limite considerado muito perigoso e que será provavelmente ultrapassado já na primeira metade deste século.
Mas a essa altura surge, inevitável, a pergunta: por que, malgrado a avalanche de dados, observações, projeções e advertências de parte da comunidade científica nos últimos decênios, continuamos a nos enganar? Por que, quando atravessamos uma ponte ou quando tomamos um avião, confiamos no saber da ciência sobre as leis fundamentais da física, mas secretamente duvidamos dele ou, em todo o caso, agimos como se dele duvidássemos, quando esse saber mede e projeta, com probabilidades além da dúvida razoável, a catástrofe ambiental? Por que, malgrado as evidências em contrário, só temos ouvidos para a berceuse de que estamos na trilha de um aquecimento médio superficial não superior a 2º C em relação ao período pré-industrial?
Essa questão não admite respostas simples. Elas pertencem, obviamente, ao âmbito da política e da capacidade das corporações de controlá-la, em detrimento dos interesses vitais da sociedade. Mas seria imprudente não procurar respostas também no âmbito da ideologia e da denegação psicológica. Uma dessas respostas pode-se encontrar no fato de que é extremamente difícil (e tanto mais, paradoxalmente, para os que têm ou poderiam ter acesso à informação abalizada) admitir a evidência de que toda civilização que reduz a natureza a um insumo, toda civilização incapaz de se entender e se sentir como parte da natureza, incapaz de respeitá-la e admirá-la como um valor intrínseco, está fadada à insustentabilidade. Tal é o caso do capitalismo e das sociedades igualmente expansivas que passaram, no século XX, pela experiência do “socialismo real”.
Quaisquer que sejam as respostas a serem avançadas a essa questão, uma certeza persiste: um plano de ação consequente sobre como agir em relação às mudanças climáticas deve partir de duas premissas: (1) levar (de fato) a sério o saber científico acerca de nossa trajetória de catástrofe ambiental; (2) abandonar a ilusão de que as elites do poder político e financeiro renunciarão a seus interesses econômicos imediatos em prol do interesse geral. Pois essa ilusão age como um poderoso narcótico. Ela diminui o nível de adrenalina imprescindível em situações de ameaça existencial iminente, tal como a que agora nos confronta.

[1] Cf. Potsdam Institute for Climate Impact Research and Climate Analytics, Turn down the Heat: Why a 4°C Warmer World Must be Avoided. A Report for the World Bank Novembro, 2012 (em rede).
[2] Veja-se, por exemplo, Yangyang Xu & Veerabhadran Ramanathan, “Well below 2° C: Mitigation strategies for avoiding dangerous to catastrophic climate changes”. Proceedings of the National Academy of Sciences, 14/IX/2017: “>1.5° C as dangerous; >3° C as catastrophic; and >5° C as unknown, implying beyond catastrophic, including existential threats”.
[3] Cf. James Hansen et al. “Global Temperature Change”. Proceedings of the National Academy of Sciences, 26/IX/2006, 103, 39, 14288-14293: “Sea level was 25–35 m higher the last time that the Earth was 2–3°C warmer than today, i.e., during the Middle Pliocene about three million years ago”.
[4] Cf. J. Hansen, Wild, 2007: “This warming has brought us to the precipice of a great ‘tipping point.’ If we go over the edge, it will be a transition to ‘a different planet,’ an environment far outside the range that has been experienced by humanity. There will be no return within the lifetime of any generation that can be imagined, and the trip will exterminate a large fraction of species on the planet” (em rede).
[5] Cf. Johannes Friedrich, Mengpin Ge & Andrew Pickens, “This Interactive Chart Explains World’s Top 10 Emitters, and How They’ve Changed”. World Resources Institute, 11/IV/2017 (em rede).
[8] Cf. Christiana Figueres, Hans Joachim Schellnhuber, Gail Whiteman, Johan Rockström, Anthony Hobley & Stefan Rahmstorf, “Three years to safeguard our climate”. Nature, 28/VI/2017 (em rede).
[9] Cf. Richard J. Millar et al., “Emission budgets and pathways consistent with limiting warming to 1.5 °C”. Nature Geoscience, 18/IX/2017.
[11] Cf. Paulo Hockenos, “Germany is a Coal-Burning, Gas-Guzzling Climate Change Hypocrite”, Foreign Policy, 13/XI/2017; Sören Amelang, Benjamin Wehrmann, Julian Wettegel, “Germany’s energy use and emissions likely to rise yet again in 2017”. Clean Energy Wire, 13/XI/2017.
[13] Cf. Nicola Pamplona, “Governo amplia até 2040 regime de isenção fiscal no setor de petróleo”. Folha de São Paulo, 18/VIII/2017.
[14] Cf. Carlos Zarattini, “Gigantes do petróleo livres de impostos?”. CartaCapital, 26/X/2017.
[15] Cf. Fabiano Maisonnave, “Desmatamento agrega ao PIB apenas 0,013% ao ano, diz estudo”. Folha de São Paulo, 13/XI/2017. Segundo Paulo Barreto, citado por Maisonnave: “Num primeiro momento, o acesso fácil aos recursos naturais produz uma explosão de riqueza no município. Essa riqueza, contudo, fica concentrada nas mãos de poucos e vai se esgotando em poucos anos. O resultado final são cidades inchadas, com infraestrutura deficiente, sem empregos de qualidade e com concentração de renda”.

Luiz Marques é professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou Giorgio Vasari, Vida de Michelangelo (1568), 2011 e Capitalismo e Colapso ambiental, 2015, 2a edição, 2016. Coordena a coleção Palavra da Arte, dedicada às fontes da historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises SocioAmbientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização (crisalida.eco.br).


in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/11/2017

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