Brasil tem somente 1,5% de Unidades de
Conservação na costa e nos oceanos e precisa chegar a 10% até 2020
Com o objetivo de unir forças para que
o Brasil atinja o compromisso assumido internacionalmente de proteção dos
seus ecossistemas marinhos e costeiros até 2020, a Fundação Grupo Boticário
de Proteção à Natureza, em parceria com o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
realiza na próxima quarta-feira (25/10), em Brasília, o Seminário para
Apresentação e Discussão de Propostas de Criação de Áreas Protegidas
Marinhas.
O evento proporcionará que
representantes do Governo Federal, da sociedade civil e da academia
discutam estratégias para conclusão de processos de criação e ampliação
de Unidades de Conservação marinhas, envolvendo ações conjuntas de
comunicação e mobilização da sociedade. Na oportunidade, a Fundação Grupo
Boticário – que é a principal instituição ligada à iniciativa privada a
apoiar projetos de conservação da natureza brasileira – apresentará um
compêndio de projetos apoiados, cujos resultados evidenciam a relevância
social e ambiental da costa-central brasileira e justificam a sua proteção
permanente.
O estabelecimento de novas Unidades de
Conservação está entre as medidas necessárias para o alcance das Metas de
Aichi previstas no Plano Estratégico de Biodiversidade. Um dos
compromissos, inserido na meta 11 de Aichi, é que, até 2020 sejam protegidos
pelo menos 10% da área marinha. “O prazo termina em três anos e as áreas
marinhas são as que estão mais longe do atingimento da meta, tanto no Brasil
quanto no mundo. Nacionalmente, desses 10% de área marinha, por exemplo,
temos somente 1,5% de área já criada”, alerta Malu Nunes, diretora executiva
da Fundação Grupo Boticário.
No evento, estarão presentes
representantes da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, do
Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade, além de membros das instituições SOS Mata Atlântica,
Greenpeace, Instituto Baleia Jubarte, Comissão Nacional de Fortalecimento das
Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREM), Coral Vivo,
Conservação Internacional e Associação Ambiental Voz da Natureza
Prioridade nas Unidades de Conservação
Marinhas
Um dos momentos do encontro será a
fala dos pesquisadores da Associação Ambiental Voz da Natureza, que
apresentarão resultados e recomendações das pesquisas realizadas em áreas
consideradas prioritárias na costa-central brasileira, como Abrolhos, Foz do
Rio Doce e Cadeia-Vitória-Trindade. “A costa-central do Brasil é estratégica
e de extrema importância social, ambiental e econômica, por sua rica
biodiversidade de corais, peixes, tartarugas, baleias e tubarões; mas sofre
ameaça por conta da pressão da pesca e desenvolvimento desordenado na costa”,
explica Hudson Pinheiro, responsável técnico do projeto apoiado “Áreas
Marinhas Protegidas na Costa Central do Brasil”. Segundo ele, muitas
iniciativas de pesquisa e conservação na região estão em andamento há mais de
dez anos. “E a expectativa de tornar a área legalmente protegida pelo governo
federal é vista com otimismo", declara.
As áreas que envolvem a criação dessas
Unidades de Conservação estão localizadas ao Sul da Bahia e Norte do Espírito
Santo, além da região oceânica da Cadeia-Vitória-Trindade. Abrolhos tem um
banco que vai até o estado do Espírito Santo, mas sua área protegida é
somente na Bahia. “Desde 2007, há dados que comprovam a relevância da parte
sul, o que justifica a ampliação e a conservação do arquipélago. Agora, com
mais informações sobre a riqueza local, coletadas por meio de projetos, e com
a realização de audiências públicas, estamos mais perto dessa realização”,
afirma o coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário,
Emerson Oliveira.
Ricardo Brochado, coordenador Geral de
Criação, Planejamento e Avaliação de Unidades de Conservação do ICMBio
acredita que todas essas informações agregarão ao trabalho que já vem sendo
feito pela instituição em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente. “Nossa
intenção com o evento é atuar estrategicamente para estarmos alinhados e para
aproveitarmos as informações disponíveis e a expertise de cada instituição”,
comenta. O representante do ICMBio explica que o evento faz parte de uma
série de ações em prol da ampliação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) em ambientes marinho costeiros, e que neste dia a
instituição irá apresentar o que tem sido feito nas áreas de Abrolhos,
Cadeia-Vitória-Trindade e Foz do Rio Doce, e aproveitar para agregar da
melhor forma o que foi feito pelas instituições parcerias, com destaque para
os projetos apoiados pela Fundação Grupo Boticário nesses locais. “A partir
desse encontro pretendemos manter uma rotina de trabalho cooperativo no
sentido de finalizar propostas o mais coerentes possível para promoção do uso
sustentável dessas áreas por meio da criação de novas UC, além de
sensibilizar a sociedade para a conservação”, analisa Ricardo Brochado.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário de Proteção
à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e
realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do
fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo
Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a
projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua
criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.528 projetos de 501
instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a
Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do
Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra
iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em
regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br,
www.twitter.com/fund_boticario
e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Sociedade civil e poder público discutem ampliação de áreas protegidas marinhas
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