Vicunhas continuam ameaçadas na América do Sul
02 de março de 2014
Por Ana Rita Negrini Hermes (da Redação da ANDA)
A vicunha (vicugna vicugna) é um dos dois camelídeos selvagens sul-americanos, junto com o guanaco, lhama selvagem, que vive na região dos Andes. É parente do lhama e agora acredita-se que compartilha um ancestral selvagem com as alpacas domesticadas, que são criadas para obtenção de sua lã. As informações são do Occupy for Animals.
As vicunhas produzem pequenas quantidades de uma lã extremamente fina, que é muito cara porque o animal só pode ser tosquiado a cada três anos. Ao ser tecido, o produto da pele da vicunha é muito macio, quente, além de ser o tecido mais caro do mundo usado para a confecção de roupas. Sabe-se que os Incas valorizavam as vicunhas e que era contra a lei usar este produto, exceto pela realeza.
Antes de serem declaradas em risco de extinção, em 1974, havia somente 6 mil desses animais. Atualmente, a população se recuperou e chegou a 350 mil indivíduos e, enquanto as organizações conservacionistas reduziram seu nível de ameaça, elas ainda precisam de programas ativos de conservação para proteger a população da caça, perda de habitat e outros perigos. A vicunha é o animal nacional do Peru; seu emblema é usado no brasão peruano representando o reino animal.
Do período da conquista espanhola até 1964, a caça à vicunha era irrestrita, o que reduziu seu número para apenas 6 mil nos anos 60. Como resultado disto, a espécie foi declarada em risco de extinção em 1964 e ficou proibido o comércio de sua lã.
No Peru, entre 1964 a 1966, o Servicio Florestal Y de Caza em conjunto com os grupos americanos Peace Corps, Nature Conservancy, World Wildlife Fund e a Universidade de La Molina, em Lima, estabeleceram uma reserva para as vicunhas, chamada Pampa Galeras Refugio para Vicunhas. Atualmente, uma vez por ano, a comunidade de Lucanas conduz um Chacu (arrebanhar, capturar e tosquiar) na reserva para obter a lã, organizado pelo Conselho Nacional para os Camelídeos Sul-Americanos (CONACS). A lã é vendida no mercado mundial por mais de US$ 300 o quilo.
Seus números aumentaram para 125 mil no Peru, Chile, Argentina e Bolívia. Uma vez que era um “cultivo comercial” pronto para os membros da comunidade, os países relaxaram a regulamentação em 1993, permitindo mais uma vez o comércio do tecido.
Embora os níveis da população terem se recuperado, a caça permanece um risco constante, tanto quanto a perda de habitat e outras ameaças. Consequentemente, o IUCN ainda apoia programas ativos de conservação desses animais. O Fish and Wildlife Service americano reclassificou a maioria das populações como ameaçadas, mas ainda relaciona a população do Equador como em risco de extinção.
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