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sexta-feira, 21 de março de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Belo Monte, Clima, Energia, Política Socioambiental
Ano 14
21/03/2014

 

Belo Monte

 
  A empresa construtora da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu se recusa a assinar termo de compromisso para garantir a execução dos projetos de mitigação de impactos aos indígenas ao longo da concessão da usina - Direto do ISA, 20/3.
   
 

Clima

 
  O verão 2013/2014, que terminou na tarde de ontem, entrou para a história de São Paulo como o mais quente em 71 anos na cidade. A média das temperaturas máximas na estação ficou em 31,3oC na capital paulista. Em comparação com a média das máximas do verão passado, foram 3oC a mais. O recorde anterior era do verão de 1997/1998, quando a média foi de 30,3oC. A cidade de São Paulo teve ainda a quebra de seguidas marcas históricas de temperatura neste verão - FSP, 21/3, Cotidiano, p.C5.
  E eis que a sensação popular foi comprovada pelo balanço do verão divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estação foi a mais quente dos últimos 50 anos, com temperatura média de 36,2 graus Celsius. A estiagem também bateu recorde histórico. O Rio recebeu chuvas apenas em 16 dias - normalmente são 40. O índice de precipitações foi 37% abaixo das últimas décadas - O Globo, 21/3, Ciência, p.26.
  O verão se foi marcado por recordes de calor e estiagem no Rio de Janeiro e boa parte do Sudeste. Um tempo hostil no início do ano que marca a primeira década após o Catarina, o primeiro furacão brasileiro registrado. Surgem sinais de mudança do clima. Se associados à ação humana ou a variações naturais, ainda é inconclusivo para alguns. Mas, agora, um estudo brasileiro identificou uma inédita associação entre o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica e alterações no padrão de ventos no Atlântico Sul, com possível influência sobre o Brasil. Uma inequívoca alteração climática causada pelo ser humano. O estudo é daqueles que mudam paradigmas da ciência porque põe por terra a ideia de que o buraco na camada de ozônio não teria consequências climáticas - O Globo, 21/3, Ciência, p.26.
   
 

Água

 
  O governador Sérgio Cabral disse que técnicos do governo já adiantaram que é uma possibilidade muito remota (a obra), "eu diria inviável, porque ela implica prejudicar o abastecimento da população do Rio, e isso não será tolerado". Segundo o secretário estadual do Ambiente do Rio, Índio da Costa, o Rio enfrenta problemas no abastecimento em períodos de estiagem, e a captação da água por São Paulo pode ampliar o problema. O gerente de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luís Augusto Carneiro Azevedo, disse que o cenário já é preocupante porque a bacia do Paraíba do Sul "não vive um conforto hídrico" passando, muitas vezes, por dificuldades durante os períodos de seca - O Globo, 21/3, País, p.7.
  A escassez de água pode se transformar em catástrofe em um cenário que combina mudanças climáticas, poluição das reservas e desperdício predatório. Bacias compartilhadas entre municípios, Estados e países só aumentam o estresse. Nada menos de 148 países possuem territórios com uma ou mais bacias hidrográficas transnacionais. De acordo com o relatório da UN Water, da ONU, 276 bacias hidrográficas do mundo passam por mais de uma nação. O planeta é palco de uma ofensiva às vezes até bélica pela água, enquanto busca uma governança mais eficiente de um recurso natural que ocupa 70% de sua superfície. Parece muito, mas não é. Apenas 3% dela é doce. Pior: só 0,01% está nos rios e, portanto, disponível para uso - Valor Econômico, 21/3, Caderno Especial Água, p.F1 a F6.
  Principal aposta de Geraldo Alckmin (PSDB) para salvar o Sistema Cantareira, a Represa Jaguari, em Igaratá, também apresenta níveis críticos. O reservatório no Vale do Paraíba está em 38% de sua capacidade, o índice mais baixo em 70 anos. Alckmin explicou que o projeto, avaliado em R$ 500 milhões, prevê um duto de mão dupla, que pode retirar água do reservatório de Igaratá para mandar para o Cantareira e vice-versa. Alckmin fez questão de enfatizar que o reservatório está em um rio estadual - OESP, 21/3, Metrópole, p.A17.
  Os reservatórios do sistema Cantareira ficaram, nos últimos dez anos, 15 meses não contínuos em níveis inferiores a 35% - faixa em que, pela proposta do governador Geraldo Alckmin, poderiam receber "socorro" da bacia do rio Paraíba do Sul. Os resultados, aproximados, são de levantamento da Folha a partir de dados da ANA (Agência Nacional das Águas). Hoje, o Cantareira está no menor nível da história - 14,6% da capacidade - FSP, 21/3, Cotidiano, p.C4.
  Os prefeitos das cidades fluminenses dependentes do Rio Paraíba do Sul estão em estado de alerta e se articulam para pedir, oficialmente, detalhes sobre o projeto paulista de transposição de águas, que poderia prejudicar cerca de 15 milhões de pessoas. Eles afirmam que nenhum outro rio tem vazão suficiente para suprir a demanda da população e acreditam que o projeto de Geraldo Alckmin não será aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA), tamanha a oposição de gestores do Rio e do Vale do Paraíba, em São Paulo - OESP, 21/3, Metrópole, p.A17.
  O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e a Agência Nacional de Águas (ANA) devem adiar para agosto de 2015 a renovação da outorga do Sistema Cantareira, que dá direito à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de retirar água de represas formadas por rios da região de Campinas e abastecer 47% da Grande São Paulo. Os órgãos vão se reunir para tomar a medida e evitar que a crise do sistema prejudique o debate - OESP, 21/3, Metrópole, p.A17.
  Professor da engenharia civil da USP, Rubem Porto considera a proposta de ligar o sistema Cantareira à bacia do Paraíba do Sul uma alternativa econômica e de baixo impacto ambiental para ampliar o abastecimento da Grande SP. "O projeto é bom, porque é mais barato que outros, como a construção do sistema São Lourenço e a retirada de água do Ribeira. Tem impactos sociais e ambientais pequenos, pois já tem a barragem do [reservatório] Jaguari pronta e a adutora pode ser construída no traçado da estrada D. Pedro 1o. Isso reduz os custos e o impacto na fauna e na flora, além de dispensar remoções de moradores", diz - FSP, 21/3, Cotidiano, p.C4.
  Para Paulo Canedo Magalhães, docente da engenharia civil da UFRJ, a ligação afetaria o fornecimento de água para indústria, agricultura e cidades do Rio. "Sem dúvida afetará o abastecimento do Rio e o fornecimento de água por parte da bacia. O Paraíba do Sul tem capacidade de fornecer água para São Paulo, sem danos, em vários dias do ano, mas não em todos. A vazão firme, aquela que a bacia é capaz de entregar o ano todo, não comporta um cliente do porte da região metropolitana de SP. Hoje a bacia não tem excesso de água. Ela passa por um período seco e ainda tem sua água dividida por contratos, em torno dos quais se organizam indústrias, agricultura e municípios", diz - FSP, 21/3, Cotidiano, p.C4.
  "No Dia Mundial da Água, amanhã, estaremos em "estresse hídrico". Não que falte água - há excesso no Norte. O rio Acre baixa, e traz algum alívio aos meus conterrâneos, mas o Madeira continua subindo e afeta populações de toda a região, até na Bolívia. Faz tempo que o Brasil precisa debater com mais profundidade os efeitos das mudanças climáticas, para se preparar e prevenir situações, em vez de apenas socorrer as vítimas com ações emergenciais. Isso é evidente na escassez, o drama do Sudeste. Aí se revela o atraso da gestão pública, no limite da irresponsabilidade. Chega a ser ironia que o problema maior esteja em São Paulo, Estado que foi exemplar nos anos 90, quando o Brasil definiu avançados marcos regulatórios para gestão das águas", artigo de Marina Silva - FSP, 21/3, Opinião, p.2.
 
"Compreende-se a preocupação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com a crise de abastecimento de água na região metropolitana da capital do estado. Mas, daíÍ a haver a transposição de águas do Paraíba do Sul sem os devidos cuidados com o que acontecerá no próprio interior de São Paulo e em todo o Estado do Rio, vai uma grande distância", editorial - O Globo, 21/3, País, p.7.
   
 

Geral

 
  "Temos de enfrentar a crise do padrão civilizatório, encontrar e praticar novos formatos de viver. Que certamente exigirão uma redistribuição de recursos entre países e setores sociais. Não se vislumbram outras possibilidades. Voltando às cidades, não temos políticas para desconcentrar a população. Continuamos a dar incentivos fiscais para a venda de mais automóveis - com mais congestionamentos. Os incentivos fiscais no País são R$ 33 bilhões maiores que a soma dos investimentos em obras públicas (Folha de S.Paulo, 16/3). O problema não está nas nossas taxas de nascimentos, já abaixo da taxa de reposição. Mas só isso não resolve", artigo de Washington Novaes - OESP, 21/3, Espaço Aberto, p.A2.
  "No passado, a acumulação de água possibilitava o planejamento da oferta de energia por cinco anos à frente. Esse horizonte foi se estreitando à medida que novas hidrelétricas foram construídas sem reservatórios. No quadro atual, a energia acumulada nos reservatórios existentes só poderia suprir o país por cinco meses. Reservatórios podem se estender por vastas áreas, o que não se admite nos critérios de proteção ambiental. Esse foi o argumento que acabou prevalecendo no Brasil para se banir do cenário a construção de novas hidrelétricas com reservatórios de acumulação. Mas, se o propósito foi proteger o ambiente, o tiro saiu pela culatra, pois a alternativa tem sido construir usinas térmicas, com impacto muito mais poluente", editorial - O Globo, 21/3, Opinião, p.14.
   
 
Imagens Socioambientais

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