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quinta-feira, 20 de março de 2014

Carta de professores e pesquisadores da biodiversidade e da temática socioambiental brasileira, em defesa de nossos rios

Publicado . em Cidadania
Caros colegas professores e pesquisadores da biodiversidade e da temática socioambiental brasileira.
Segue uma proposta de manifesto (abaixo) que estamos enviando a mais de meia centena de colegas pesquisadores e professores "Em defesa de nossos rios" e que pretendemos encaminhar no dia 14 de março de 2014, à Presidenta e aos Ministros do MMA e MME.
Queremos que se cumpra a legislação de proteção à biodiversidade e os direitos dos ribeirinhos, conforme reza a Constituição e também está definida a alta relevância das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (Port. MMA n. 9, de 23/01/2007). Se verificarmos o mapa das áreas prioritárias e os projetos de hidrelétricas (http://sigel.aneel.gov.br/sigel.html) verificamos que 60% dos projetos estão nestas áreas, sendo 25% na categoria mais alta, Extrema Importância. O Setor elétrico não quer nem saber disso. Então quem vai se preocupar se não nós....?
Como devem saber tivemos um êxito, que esperamos que seja duradouro, aqui no rio Pelotas, principal tributário do rio Uruguai, onde o Ibama indeferiu em setembro de 2013 a UHE Pai Querê.
Sabemos que existe uma crise de energia, mas se depender do MME e governos não sobrará nenhum rio no Brasil sem barramento! infelizmente não existe interesse no investimento em energias alternativas, aqui. Vejam, a Alemanha possui o equivalente a uma Itaipu mais uma Belo Monte somente de energia solar fotovoltaica. Se tiverem tempo de ler, seguem mais informações: http://www.ecoagencia.com.br/?open=artigo&id=%3D%3DAUUF0dVtWOHNlRaNVTWJVU
Se não for um esforço grande de todos nós pouco restará da biodiversidade e sociobiodiversidade de nossos rios e do que resta de ecossistemas associados, justamente no que sobrou também de APPs de beira de rios.
Contamos com sua colaboração.
Pedimos que nos retornem para este email até dia 13 de março e se quiserem repassar nomes de colegas para esta frente, agradecemos.
abraços
Paulo Brack
Departamento de Botânica - Instituto de Biociências - UFRGS
51-33087550; 91423220

Porto Alegre, 14 de março de 2014
Exma. Sra. Presidenta da República do Brasil
Dilma Vana Rousseff
Cópia para
Exma. Sra. Ministra de Estado do Meio Ambiente, Izabella Teixeira
Exmo. Sr. Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão

Assunto: MANIFESTO DE CIENTISTAS EM DEFESA DE NOSSOS RIOS
Senhora Presidenta:
Na condição de pesquisadores da biodiversidade e da temática socioambiental brasileira, diante dos impactos crescentes decorrentes de empreendimentos hidrelétricos em Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (Port. MMA n. 9, de 23/01/2007), neste dia 14 de março de 2014, “Dia Internacional de Ação Pelos Rios”, pela defesa dos ecossistemas fluviais e ripários e dos direitos dos ribeirinhos, vimos apelar a Vossa Excelência pela:
1. Garantia de proteção efetiva ao Mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (APCBio), evitando-se a construção de empreendimentos hidrelétricos nestas áreas, considerando-se que a maior parte dos projetos planejados ou em construção atinge estas áreas e que 25% de todas hidrelétricas incidem em espaços definidos como de “Extrema Importância” para a conservação (conforme sobreposição dos mapas das APCBio e do SIGEL- Sistema de Informações Georreferenciadas do Setor Elétrico - ANEEL);
2. Realização de Avaliações Ambientais Estratégicas (AAE) ou Avaliações Ambientais Integradas (AAI) nas bacias dos rios brasileiros, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, anteriormente ao planejamento da construção de hidrelétricas, reavaliando-se os projetos que não possuam este instrumento fundamental, à luz do conhecimento científico, da legislação ambiental brasileira e dos direitos humanos;
3. Conservação de rios ou segmentos de rios livres de quaisquer barramentos, como forma de manter seus processos ecológicos e a continuidade da existência de espécies raras e ameaçadas de extinção, garantindo-se também a manutenção das populações ribeirinhas, sua cultura e seus direitos, todos estes itens assegurados pela Constituição Federal do Brasil;
4. Busca do uso racional de energia elétrica, descentralizada, bem como o incremento às energias alternativas, destacando-se as fontes solar, eólica e de bioenergia, que crescem em muitos outros países, e são potencialmente abundantes no Brasil.
Respeitosamente
Prof. Paulo Brack - Departamento de Botânica - Instituto de Biociências – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
Prof. ....... – Intituição --...Cidade, Estado.

Fonte:  mosaicocentral O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .

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