Arborização urbana: planejamento e gestão
Por Maurício Andrés Ribeiro*
Na Praça da Liberdade encontramos árvores inapropriadas, como sapucaias, plantadas com as melhores intenções, mas com pouca avaliação dos seus impactos, pois crescem demasiadamente, tornando-se logo impróprias para aqueles locais. Restaurada na ocasião, recebeu espécies adequadas. A partir de projetos de paisagismo aprovados no Conselho Municipal de Meio Ambiente, o Parque Municipal foi remodelado, muitas árvores foram eliminadas e substituídas por outras.
Sistematizamos o conhecimento sobre os principais temas da gestão ambiental urbana numa série de Cadernos de Meio Ambiente, então publicados pela Prefeitura por meio da Secretaria de Meio Ambiente. Um deles abordava a arborização urbana, sua história, funções, a importância do planejamento. Também descrevia a estrutura de uma árvore, o planejamento da produção de mudas, do plantio, as espécies adequadas, a implantação de jardins e canteiros; o planejamento da poda, as causas da redução da cobertura vegetal e os problemas de saúde das árvores. Naquele caderno registramos o conhecimento sobre a arborização urbana e contribuímos para a educação ambiental. As árvores sombreiam, embelezam os lugares, purificam o ar, fazem barreiras contra o ruído, protegem o solo contra erosão, preservam nascentes de água.
De mudança para Brasília, me impressionou positivamente a plenitude com que, as superquadras dessa cidade, as árvores crescem em amplos espaços, o que reduz a necessidade de podas. Caminhar pelas superquadras mais antigas é caminhar dentro de parques. Os acidentes com grandes árvores são raros, mas basta atropelar a periodicidade adequada e descuidar dos preceitos dos bons cuidados para, em pouco tempo, o mato e a galharia rebelde da vegetação urbana tomar conta da cidade.
Há cidades com pouca vegetação nas vias publicas, mas com quintais preciosos que merecem ser preservados. Algumas cidades tem feito isso por meio de isenção de impostos municipais, que incentivam os proprietários a preservarem as árvores.
A gestão ambiental é gestão de conflitos de interesses e um dos conflitos frequentes ocorre entre proprietários de terrenos que querem fazer empreendimentos imobiliários e grupos ambientalistas que preferem proteger a vegetação ali existente. A mediação de tais tipos de conflitos é parte integrante da gestão ambiental urbana.
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(*) Autor de Ecologizar, de Ecologizando a cidade e o planeta e de Meio Ambiente & Evolução Humana WWW.ecologizar.com.br
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