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quarta-feira, 20 de junho de 2012
Para quem ainda não está convencido da crise ambiental, crônica de Paulo Sanda
[EcoDebate] Se você ainda não está convencido da necessidade urgente de mudar os rumos do sistema em que vivemos, vamos imaginar a seguinte cena;
Você e sua família, vivem em uma pequena ilha.
Os recursos desta ilha são limitados, mas se renovam.
O alimento, a bebida, enfim tudo que vocês precisam a natureza nesta ilha fornece.
Vocês usam a água da lagoa para beber para higiene, usam a madeira da mata em suas casas, fazer fogo, etc. Existem algumas cabras, que dão o leite que vocês tomam, aves das quais recolhem ovos. Enfim, os recursos existem, são utilizadas mas visivelmente limitados.
O que vocês farão?
Irão fazer banheiros ao redor da lago e jogar suas fezes dentro da água que usam para beber, cozinhar e banhar?
Matarão as cabras que dão o leite que tomam, e as aves que dão os ovos, para poderem comer a carne?
Derrubarão todas as árvores para fazer grandes construções? Arrancarão os coqueiros?
Ou ainda o que acontecerá, se algumas pessoas repentinamente acharem que tem mais direito que as outras? Que a água pertence a somente elas, os coqueiros, as árvores, as cabras, aves, etc? Estas começam a abusar de tal maneira dos recursos, que começa a faltar para os demais. Será que por mais pacíficos que os outros sejam, será que os excluídos desta farra de alguns sobre o que deveria ser de todos, uma hora não irá causar revolta?
Pois bem, o nosso planeta acreditem ou não, tem limites, os recursos naturais não são infinitos.
E quem raios deu aos que tem mais poder e dinheiro, a posse do bem comum da humanidade e da vida?
Sabem quem deu esta posse ao poder e ao dinheiro?
A violência. Sim desde os primórdios era assim, e continua.
Os primeiros reis, não passavam de salteadores, ladrões que se propuseram a guardar as “posses” dos outros. Cresceram em força e tornaram se reis, então seu governo foi legitimado, a opressão passou a ser até divinizada.
Veio o sistema democrático. Democrático para quem cara pálida?
Os governos e os sistemas estão desacreditados, existe um grito por uma anarquia. Não anarquia apenas no sentido de desordem, bagunça. Sim desordem, no sentido de todos poderem exercer sua liberdade de viver, é complexo, mas o que urge não é um novo poder. Mas um esvaziamento completo dos poderes. É o conviver com o outro e com a vida.
Os poderes, não podem salvar, pois antes de mais nada, eles sempre querem, é salvar a si mesmos. E para se resguardarem, é preciso que outros morram. Não fosse assim, porque das guerras?
Não acredita ainda?
Paciência, o pior é que estamos no mesmo barco.
Mas vou continuar a falar no seu ouvido, se você deixar. Quem sabe um dia conseguimos nos convencer, antes que seja tarde.
Pois estamos no mesmo barco, não precisamos querer a mesma coisa nem da mesma forma. Até porque afirmar isto iria contra meu próprio discurso. Mas é preciso respeitar a vida.
E agora estou falando é da nossa. Pois o planeta existia sem nós, os dinossauros passaram, e o planeta continuou.
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FONTE : Paulo Sanda é Teólogo, chefe escoteiro, palestrante, idealista, associado da ONG RUAH e tem sido ativo participante das manifestações Belo Monte NÃO, em São Paulo.
EcoDebate, 20/06/2012
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