Pano de Fundo
Agora, na Rio+20, a discussão ambiental ganhou mais urgência, diante do aumento da temperatura global e da perda de recursos naturais do planeta. O equilíbrio de forças global mudou com a ascensão de países emergentes como China e Brasil. Mas a crise econômica, com seu epicentro na Europa, e as medidas para combatê-la ofuscam as preocupações com mudanças climáticas.
Impacto político
A Eco 92 também abriu o caminho para o Protocolo de Kyoto (1997), acordo internacional que visava controlar as emissões de gás do efeito estufa. Ainda assim, a ausência de metas concretas fez com que muitos considerassem a Eco-92, na época, uma “decepção”.
A Rio+20 espera receber delegações de 183 nações e também ficar marcada na história. Mas deve ocorrer sem a presença de líderes importantes – não é esperada a vinda de Barack Obama ou Angela Merkel, por exemplo – e num momento de mais ceticismo, diante de fiascos em acordar metas comuns de combate a mudanças climáticas em conferências prévias da ONU.
O debate
A Rio+20 tem como missão definir os rumos do desenvolvimento sustentável nas próximas décadas – em temas como segurança alimentar, economia verde, acesso à água, uso de energia.
Pleiteia-se um acordo de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – um conjunto de metas ambientais para a partir da próxima década – além de acordos e protocolos para pôr em prática um modelo socioeconômico que leve em conta preocupações ambientais.
Conclusões e expectativas
Mas o documento não logrou estabelecer compromissos de repasses financeiros de países ricos para programas ambientais, e a redução das emissões de CO2 para níveis dos anos 1990 também foi vaga – e não foi cumprida.
A Rio+20 terá dificuldades em chegar a um documento final de impacto e com metas concretas para os países signatários, já que não há consenso internacional sobre temas como emissão de gases-estufa. Tampouco há previsão de um substituto para o Protocolo de Kyoto, que vence neste ano.
O Brasil
O Brasil recebe a Rio+20 num momento de crescimento em sua produção de petróleo e como um dos líderes na produção de etanol. O país tenta se projetar como líder ambiental global, mas a preservação de seu ecossistema é colocada em xeque por medidas de estímulo ao desenvolvimento econômico (por exemplo, a redução de IPI para montadoras, que incentiva o uso de automóveis).
O debate se estende também ao Código Florestal, aprovado em meio a um enfrentamento entre ambientalistas e ruralistas.
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