1) O centro da mente humana é o Inconsciente Ecológico. Para a Ecopsicologia, a repressão do Inconsciente Ecológico é a mais profunda raiz da loucura-dita-normal da sociedade industrial. Abrir acesso ao Inconsciente Ecológico é o caminho para a sanidade.
2) Os conteúdos do Inconsciente Ecológico representam em algum grau, e em algum nível de nossa consciência, o registro vivo da evolução cósmica, remontando às difíceis condições iniciais da história do tempo. Estudos contemporâneos sobre o complexo ordenamento da natureza nos contam que a vida e a mente emergem desta história evolutiva como um sistema culminante natural dentro da sequência em que desabrocharam os sistemas físico, biológico, mental e cultural a que nós chamamos “o universo”. Ecopsicologia apóia-se nesses achados da nova cosmologia, lutando para fazê-los reais à nossa experiência.
3) Assim como o objetivo de prévias terapias é recuperar os conteúdos reprimidos do inconsciente, o objetivo da Ecopsicologia é despertar o senso inerente de reciprocidade ambiental que está adormecido no Inconsciente Ecológico. Outras terapias buscaram curar a alienação entre pessoa e pessoa, pessoa e família, pessoa e sociedade. Ecopsicologia busca curar a alienação mais fundamental entre pessoa e natureza.
4) Para a Ecopsicologia, assim como para outras terapias, o estágio crucial do desenvolvimento da vida é a infância. O Inconsciente Ecológico é regenerado, como se fosse um dom, no senso de encantamento com o mundo em cada criança que nasce. Ecopsicologia busca recuperar a qualidade animística inata da experiência infantil em adultos funcionalmente saudáveis. Para isso, volta-se para muitas fontes, entre elas as técnicas tradicionais de cura dos povos centrados na terra, o misticismo da natureza como expresso na religião e na arte, a experiência da imersão nos ambientes selvagens e os insights da Ecologia Profunda. Ela adapta essas fontes ao objetivo de criar o ego ecológico.
5) O ego ecológico amadurece na direção de um senso de responsabilidade ética para com planeta, que é tão vívidamente experienciado como o é nosso senso de responsabilidade para com as outras pessoas. Ele busca tecer essa responsabilidade na criação das relações dentro da sociedade e no âmbito das decisões políticas.
6) Entre os projetos terapêuticos mais importantes para a Ecopsicologia está a reavaliação de certos traços de caráter compulsivamente masculinos que permeiam as estruturas do poder político e as quais nos impulsionam a dominar a natureza, como se ela fosse algo estranho a nós e sem direitos. Nesse sentido, a Ecopsicologia apóia-se significantemente em alguns (não todos) insights do Ecofeminismo e da Espiritualidade Feminista, com uma visão desmistificadora dos estereótipos sexuais.
7) O que quer que contribua para formas sociais de pequena escala e de empoderamento pessoal nutre o ego ecológico. O que quer que lute por dominação de larga escala e supressão do valor da pessoa humana enfraquece e debilita insidiosamente o ego ecológico. A Ecopsicologia, por conseqüência, questiona a sanidade essencial de nossa cultura urbano-industrial centrada na vaorização do gigantismo e no crescimento sem fim, seja ela de orientação capitalista ou coletivista em sua organização. Porém, faz esse questionamento sem rejeitar a genialidade tecnológica de nossa espécie, e nem algumas medidas para melhoria do viver oriundos do poder industrial. Ecopsicologia é pós-industrial e não anti-industrial em sua orientação social.
8) Ecopsicologia sustenta que existe uma interação sinérgica entre o bem-estar planetário e o bem-estar pessoal. O termo sinergia é deliberadamente escolhido por sua conotação teológica tradicional, a qual ensinava que o humano e o divino estão cooperativamente ligados na busca por salvação. A tradução ecológica contemporânea do termo seria: as necessidades do planeta são as necessidades da pessoa, e os direitos da pessoa são os direitos do planeta.
8 princípios da Ecopsicologia de Theodore Roszak, autor da obra: "The Voice of the Earth", o livro que inaugurou a Ecopsicologia.
***********************************
FONTE : Marco Aurélio Bilibio (Grupo Ecopsicologia).
Nenhum comentário:
Postar um comentário