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segunda-feira, 30 de novembro de 2015


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Amazônia, Belo Monte, Mineração, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas
Ano 15
30/11/2015

 

Direto do ISA

 
  Nesta terça-feira, 1º de dezembro, o ISA realiza um evento paralelo na área destinada à conferências da sociedade civil, no Parque de Exposições Le Bourget, em Paris Direto do ISA, 29/11.
  Importância das florestas para a estabilidade do clima, o papel dos povos indígenas e suas reivindicações pelo território e pelo fim da violência contra seus líderes ganham visibilidade e apoio nas vésperas da COP-21 Direto do ISA, 28/11.
  Alto índice de desmatamento, ao redor e dentro das Terras Indígenas aumenta a incidência de queimadas na região. Há suspeitas de que haja incêndios criminosos Direto do ISA, 27/11.
  Ministra de Meio Ambiente mostra-se surpresa e culpa estados por aumento de taxa. Anúncio de dado às vésperas da Conferência do Clima coloca em questão posição do Brasil nas negociações internacionais sobre mudança climática Direto do ISA, 27/11.
  
 

Amazônia

 
  Mato Grosso, Rondônia e Amazonas foram os três Estados a concentrarem o aumento de 16% no corte raso registrado para o bioma entre agosto de 2014 a julho de 2015. Entre eles, Mato Grosso foi o líder, registrando a derrubada de 1.508 km² – quase 26% do total desmatado no ano na Amazônia Legal. No acumulado histórico, o Inpe calcula que foi perdido no Estado cerca de 40% da área de floresta. A ilegalidade só em Mato Grosso, segundo admite a Secretaria de Meio Ambiente, é de 90%. “O governo do Estado tem de dar uns sinais claros de que não tolera ilegalidade”, diz Andrea Azevedo, do Ipam OESP, 29/11, Metrópole, p.A27.
  Uma das estratégias do governo federal para lidar com as emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento legal que continuar ocorrendo no País é reflorestar 12 milhões de hectares até 2030. Uma experiência que vem sendo realizada desde 2006 pelo Instituto Socioambiental de recuperação de áreas desmatadas, inicialmente no Mato Grosso e depois ampliada para outras partes do País, dá um pouco a ideia das dificuldades a serem superadas. O trabalho da Rede de Sementes do Xingu, criada com o objetivo de trabalhar com produtores rurais para a recomposição de margens de rio, conseguiu em nove anos recuperar somente 3 mil hectares OESP, 29/11, Metrópole, p.A27.
  “Não chove mais no dia certo. O rio está secando rapidamente. E mesmo quando chove muito, não está adiantando mais. E a quentura na aldeia tá demais. Em junho, julho, não tem mais aquela friagem, aquele vento forte que ficava quase três semanas. Antigamente os indígenas ficavam com o corpo vermelho de ficar perto do fogo. Não tem mais isso”. O relato de Yakari Kuikuro, jovem liderança indígena, resume as impressões que tribos do Parque do Xingu têm sentido nos últimos anos. Ele desconfia que as mudanças climáticas são em parte responsáveis pelo que está acontecendo no parque, mas suspeita que a principal causa seja o desmatamento da floresta amazônica no entorno do Xingu. De fato, entre 1997 e 2014, houve uma perda de 29 mil km², levando a uma redução de 33% na mata que existia na Bacia do Xingu, de acordo com dados do Instituto Socioambiental e do Inpe -OESP, 29/11, Metrópole, p.A27.
  "Dilma anuncia para o mundo que o desmatamento voltou a crescer (16%). A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, preferiu distribuir a maior parte da responsabilidade para os governos estaduais (AM, MT e RO tiveram os maiores aumentos). Disse que eles receberam R$ 220 milhões e que deveriam apresentar resultado melhor que esse. Sim, os Estados precisam fazer mais. Mas cabe ao governo Dilma dar atenção aos efeitos colaterais de suas outras políticas, como o impacto das obras de infraestrutura, tipo Belo Monte, sobre a floresta. Esses megaprojetos não geram apenas propinas, mas também uma indução ao desmatamento que o Planalto, igualmente, finge não ver", artigo de Marcelo Leite FSP, 29/11, Ciência, p.B17.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  Pouco depois da abertura simbólica da Conferência do Clima (COP-21), numa Paris em estado de alerta contra atos terroristas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as propostas dos 195 países representados na cúpula são insuficientes para limitar o aquecimento global em até 2oC neste século. Ele propôs uma revisão das metas antes de 2020: "Temos de fazer mais e depressa". Ontem, houve 2.300 protestos no mundo para cobrar um acordo contra as mudanças climáticas, reunindo cerca de 600 mil manifestantes. No Rio, uma caminhada na Zona Sul reuniu três mil manifestantes. Grupos chamavam a atenção para a tragédia de Mariana O Globo, 30/11, Sociedade, p.20.
  A 21ª Conferência do Clima (COP-21), que reúne cerca de 150 chefes de Estado e de governo em Paris, vai resultar em um acordo "legalmente vinculante" para substituir o Tratado de Kyoto como marco jurídico internacional de combate ao aquecimento da Terra. A afirmação foi feita pela secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres. Essa disposição contradiz a resistência do governo dos Estados Unidos, que tem posição refratária a um acordo com força de lei para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera OESP, 30/11, Metrópole, p.A13; FSP, 30/11, Mundo, p.A12.
  O presidente Barack Obama chega à COP-21 enfrentando crescente resistência do Partido Republicano à agenda de combate ao aquecimento global. Com eleições presidenciais em 2016, a oposição americana ameaça rever compromissos assumidos pelo líder democrata, caso vença a disputa pela Casa Branca. O atual controle do Congresso pelos republicanos é uma das razões da insistência dos Estados Unidos de que as metas de redução de emissões não sejam legalmente vinculantes. Se elas tiverem esse caráter, o documento a ser aprovado será um tratado internacional, que precisaria ser submetido à chancela dos parlamentares americanos. Sem maioria no Congresso, os democratas não conseguiriam aprová-lo OESP, 30/11, Metrópole, p.A13.
  Manifestantes desafiaram a proibição de realizar protestos e reuniões públicas na França e foram reprimidos com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo pela polícia, ontem à tarde, na praça da República, no centro de Paris OESP, 30/11, Metrópole, p.A14; FSP, 30/11, Mundo, p.A11.
  Insistir que Paris resulte em um acordo legalmente vinculante em sua totalidade, o que exigiria ratificação do Congresso dos Estados Unidos, pode matar o acordo de Paris. A opinião é de Robert Stalins, diretor do Projeto de Harvard para Acordos Climáticos. Em entrevista, ele defende um formato misto para o acordo. E explica por que ele prevê que o acordo será um sucesso, mas será visto por muitos como um fracasso. "Minha previsão é que Paris seja um sucesso. Mas infelizmente sei que ambientalistas e alguns membros da imprensa poderia ver isso erradamente como um fracasso porque o objetivo de limitar o aquecimento do planeta não será alcançado imediatamente", diz OESP, 30/11, Metrópole, p.A14.
  "No ano passado, as emissões brasileiras alcançaram 1,558 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente e, segundo o Observatório do Clima, deve ficar este ano no mesmo patamar, como nos anos anteriores, após uma trajetória de queda acentuada entre 2005 e 2009. A proposta brasileira para COP-21 é reduzir em 37% suas emissões. Estudos revelam mudanças na composição dos agentes contribuidores dos GEE no Brasil. O setor que mais contribuiu, com 31,2%, foi o de mudança de uso da terra (que inclui desmatamento). Por outro lado, o setor de energia foi o que mais cresceu, representando 30,7% das emissões. Os demais segmentos foram: agropecuária (27%); processos industriais (6%) e resíduos (3%)", editorial O Globo, 30/11, Opinião, p.14.
  
 

Mineração

 
  Relatório divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) acusou a presença em larga escala de metais pesados como arsênio, chumbo e cádmio no Rio Doce depois que o curso d'água foi atingido pelos rejeitos de minério de ferro da barragem da Samarco. O levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de novembro ao longo do rio, no sentido foz, entre os municípios de Rio Doce, o ponto mais próximo a Bento Rodrigues, e Aimorés, já na divisa com o Espírito Santo. Ao todo foram analisadas 12 amostras de água. A ingestão em excesso de arsênio pode causar feridas com difícil cicatrização e câncer OESP, 28/11, Metrópole, p.A21.
  A mineradora Samarco está depositando a lama que vem sendo retirada há três semanas do centro da cidade de Barra Longa, a 60 quilômetros de Mariana (MG), justamente na margem do Rio do Carmo, curso d'água que termina no Rio Doce e local de onde está vindo a sujeira que contamina a água potável de mineiros e capixabas e já chegou ao mar. O procedimento, dizem especialistas, contamina cada vez mais a água do rio, pois a lama, com a chuva, volta a escorrer para as águas. A Samarco diz que o depósito no local é temporário e a empresa busca um espaço adequado OESP, 28/11, Metrópole, p.A21.
  O reservatório da usina hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), em Santa Cruz do Escalvado, a 100 quilômetros de Mariana (MG), está sendo esvaziado às pressas, por causa do risco de rompimento da barragem de Germano, estrutura da Samarco que ameaça ruir. A ideia é que, caso Germano estoure, o reservatório de Candonga, que tem capacidade para 544 milhões de metros cúbicos, sirva como barreira de contenção para a lama, impedindo que ela siga pelo Rio Doce, a exemplo do que ocorreu com os rejeitos das Barragens Fundão e Santarém, da Samarco. A ação deixou a população local perplexa e traz preocupação OESP, 30/11, Metrópole, p.A15.
  O governo federal e os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo entrarão na segunda-feira com uma ação na Justiça para cobrar R$ 20 bilhões das empresas responsáveis pelo rompimento da barragem em Mariana (MG) e criar um fundo para reparação dos danos. Além da Samarco, a ação também terá como alvo a Vale e a BHP Billiton. A medida foi anunciada na sexta-feira, após a presidente Dilma Rousseff reunir-se no Palácio do Planalto com os governadores de Minas, Fernando Pimentel (MG), e do Espírito Santo, Paulo Hartung (ES). A Samarco já enfrenta uma série de ações na Justiça e seu comando responde a inquéritos e investigações abertas por Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal OESP, 28/11, Metrópole, p.A20.
  A Samarco, da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, deve parar suas atividades. Em qualquer país desenvolvido isso teria sido feito imediatamente após o desastre. A visão é da biogeógrafa Claudia Câmara do Vale, professora da Universidade Federal do Espírito Santo. Para ela, a recuperação do rio Doce levará "muito mais do que apenas uma década, como está sendo anunciado". Em entrevista, ela disse que a Samarco "deve arcar com os custos da recuperação, nem que leve 50 anos ou mais". Câmara do Vale espera que o desastre sirva para mudar as regras que regem a mineração no Brasil -FSP, 28/11, Cotidiano, p.B4.
  
 

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