17 de novembro de 2015
Fátima ChuEcco/Anda – Agência de Notícias de Direitos Animais
Após ser submetido a uma câmara com monóxido de carbono, Quentin continuou vivo e em 2015 completa 12 anos que teve uma segunda chance. A comemoração foi num restaurante onde Quentin e seu tutor, Randy Grim, mais uma vez fizeram uma campanha contra as câmaras de gás que ainda são usadas em muitos abrigos dos EUA. Grim, inclusive, escreveu um livro sobre a trágica experiência chamado “Miracle Dog: How Quentin Survived the Gas Chamber to Speak for Animals on Death Row (“Cão Milagroso: Como Quentin sobreviveu à câmara de gás para falar pelos animais no corredor da morte”).
O fato ocorreu em 2003, num abrigo municipal de Saint Louis, no Missouri (EUA) e chocou os funcionários que jamais tinham visto um cão resistir ao gás mortal. Quando a câmara foi aberta, milagrosamente um cão alaranjado estava de pé em cima dos demais sete cães mortos. Um dos funcionários disse ao chefe: “Por favor, não tenho coração para colocá-lo de volta e acionar o gás”. E assim a história de Quentim tomaria um rumo totalmente diferente. O cão virou um símbolo da luta contra uma das práticas mais cruéis para extermínio de animais de rua ou entregues por seus próprios tutores nos abrigos e departamentos de controle animal americanos.
Randy Grim, fundador da Stray Rescue of Saint Louis (entidade que resgata e busca adoção para animais de rua), adotou Quentin após ser retirado da câmara de gás e batizou-o com esse nome em alusão à Prisão Estadual de San Quentin, na Califórnia, onde está o maior corredor da morte dos EUA. Ele diz: “Agradeço todos os dias por Quentin ter entrado na minha vida”.
Os dois já estamparam capas de revistas e jornais, e estiveram em programas de rádio e TV sensibilizando a população sobre a crueldade das câmaras de gás. “As pessoas devem saber que as câmaras de gás são, normalmente, um pouco maiores que uma máquina de lavar roupas. O monóxido de carbono, encontrado no escapamento de veículos, é bombeado para dentro e mata os animais de forma angustiante”, diz no site de sua ONG.
E continua: “A maioria não sabe o horror envolvido nessas câmaras antiquadas. Esses seres inocentes podem nos fazer companhia. Por isso, pessoas inspiradas pela história de Quentin podem adotar animais nos abrigos ao invés de comprar de criadores e pet shops. Dessa forma menos animais morrerão. Além disso a esterilização é uma maneira simples que todos nós podemos adotar para evitar a morte de milhões de animais não tão afortunados como Quentin. Eliminar câmaras de gás é essencial”.
Grim conta que ainda existem centenas dessas câmaras nos EUA: “O número exato ainda é difícil porque muitos dos abrigos que utilizam este método arcaico estão em áreas rurais e com serviços não regulamentados. Mas nas cidades grandes as câmaras também existem. Por isso, desde 2003 Quentin não descansa. Estivemos em diversas comunidades falando com as pessoas e com os tomadores de decisões. Com isso conseguimos fechar mais de 100 câmaras da morte”.
Outros sobreviventes
Em 2011, outro cachorro também sobreviveu à câmara de gás do Departamento de Controle Animal de Florence, no Alabama (EUA). Ele recebeu o nome de Daniel dos voluntários da organização Eleventh Hour Rescue, que o resgataram. Daniel é o nome da figura bíblica que sobreviveu ao covil dos leões.
Em 2011, outro cachorro também sobreviveu à câmara de gás do Departamento de Controle Animal de Florence, no Alabama (EUA). Ele recebeu o nome de Daniel dos voluntários da organização Eleventh Hour Rescue, que o resgataram. Daniel é o nome da figura bíblica que sobreviveu ao covil dos leões.
Acompanhe em breve na ANDA, com exclusividade, outra incrível história de sobrevivente de câmara de gás que derrete corações até hoje. E anote: as câmaras não podem mais ser usadas no Brasil. Nelas os animais podem levar entre 25 e 30 minutos para morrer durante os quais sentem vertigem e náuseas enquanto também começam a sentir falta de ar. Desesperados eles se debatem, latem, uivam, gritam, urinam e defecam de medo. Nenhum animal morre instantaneamente nessas câmaras e vários, assim como Quentin, por alguma razão de sua natureza, resistem. Isso quer dizer que vários animais desmaiados já foram e continuam sendo empilhados com outros mortos e incinerados ainda vivos.
O método de indução à morte por injeção também foi proibido em alguns Estados brasileiros, no entanto, muitos CCZs ainda matam dessa forma animais saudáveis ou passíveis de tratamento veterinário. Controle populacional não se consegue com extermínio porque novos animais nascem nas ruas ou são abandonados. Apenas a castração e campanhas a favor da adoção e contra o abandono podem conter a população animal. Infelizmente, EUA e muitos países europeus insistem nas câmaras de gás que, como Grim comenta na matéria acima, são antiquadas e extremamente angustiantes.
*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.
Nota da Redação: Matar animais sob qualquer justificativa, e nesse caso para controle, é cruel e deveria ser abolido. É muito triste que abrigos nos Estados Unidos e na Europa ainda adote o corredor da morte para animais de abrigo.
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