Brasília – A oceanógrafa Sylvia Earle faz palestra sobre os ecossistemas marinhos, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Foto de Valter Campanato/ABr
A pesquisadora advertiu que o País precisa assumir a liderança nesse processo tendo em vista a extensão de seu litoral. Ela participou, no último sábado, do Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus.
Sylvia Earle alertou para a exploração predatória dos mares e informou que menos de 2% do litoral brasileiro é preservado. Segundo a oceanógrafa, o atual modelo praticado na maior parte dos países compromete o futuro da fauna marinha e da cadeia produtiva de pescado. “É preciso uma mudança de atitude. Se não preservarmos os mares e peixes, em breve também não haverá pescadores. Temos que pensar nos peixes não apenas como produtos e mercadorias, mas na preservação dessa fauna”, disse.
Rose de Freitas lembrou que a Câmara criou o Grupo de Trabalho Zona Costeira e Ecossistemas Marinhos (GT Mar). A iniciativa, explicou, tem o objetivo de contribuir para a conservação e o uso sustentável da Zona Costeira, considerada Patrimônio Nacional, e dos Ecossistemas Marinhos. Para ela, o debate sobre o tema vem sendo ampliado nos últimos anos. “O Brasil evoluiu bastante em relação ao que se debatia anos atrás. Hoje já existem leis específicas sobre isso”, assinalou.
O senador José Sarney disse que é preciso sensibilizar a população, o governo e o próprio Congresso Nacional sobre a necessidade de preservação das áreas marítimas, que não teve até hoje o mesmo tratamento dado a áreas terrestres.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que é preciso despertar entre os brasileiros a importância do cuidado com a água. “O mar é como o útero materno: alimenta, protege e sustenta a humanidade”, comparou a senadora.
Aquanautas
Conhecida em seu país como “Her Deepness” (ou “Sua Profundeza”, um trocadilho com “Her Highness”, “Sua Alteza”), Earle foi a primeira mulher a comandar um grupo de “aquanautas” que viveu durante duas semanas a 15 metros de profundidade e foi o primeiro ser humano a mergulhar a 380 metros usando apenas um traje especial.
“O Brasil possui um extenso litoral, o que representa grandes oportunidades, mas também grandes responsabilidades. Precisamos cuidar do coração azul do planeta”, disse a pesquisadora. Ela assinalou que a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será uma oportunidade para sensibilizar o País para essa causa.
Como exemplos de proteção dos mares e oceanos, Sylvia Earle citou Austrália e Reino Unido, que aprovaram recentemente a criação de reservas marinhas com aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados.
Código Florestal
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), afirmou que Sylvia Earle visita o país em um momento sensível em que o Brasil discute modificações em sua legislação ambiental. “Que essa visita possa servir para aumentar a reflexão não só dos interessados na causa, mas da população em geral”, disse.
O presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, também pediu mais discussão no Congresso sobre a preservação da biodiversidade marinha. Ele afirmou que a exploração de petróleo na camada pré-sal passa também pela discussão dos aspectos ambientais. Ele também sugeriu a criação de grupo de trabalho sobre o tema no Senado.
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FONTE : Da Redação/ RCA, com informações da Agência Senado.
Matéria da Agência Câmara de Notícias publicada pelo EcoDebate, 27/03/2012
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