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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mudança climática já elevou a temperatura média em 1ºC nos últimos 50 anos

A mudança climática começa a tomar corpo: o aumento de cerca de um ºC na temperatura média nos últimos 50 anos pode ser atribuído com uma certeza de 90% a 100% à atividade humana que acarreta o aquecimento global, segundo os especialistas em mudança climática da ONU. É o que revela o informe apresentado em Uganda, e que retrata a incidência do aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Os cientistas estão há vários anos advertindo sobre os efeitos, mas o documento estima, pela primeira vez, com várias porcentagens de probabilidade, o impacto do aquecimento global que está tornando os fenômenos climáticos cada vez mais extremos. Reportagem de Ferran Balsells, El País.
“Pode-se afirmar com um alto grau de certeza que as temperaturas máximas e mínimas crescem devido ao aumento dos gases de efeito estufa”, advertiu Qin Dahe, um dos responsáveis pelo informe. O IPCC prevê, além disso, que a mudança climática aumentará a força das tempestades e intensificará o efeito das secas e de outros fenômenos naturais como tornados ou inundações. A temperatura média global aumentará entre um e três º C em meados do século e de dois a cinco graus no final do século.
“É um aviso sério que coincide com os informes da Agência Internacional de Energia”, afirmou Dahe. A agência fixou que os países dispõem de cinco anos para conter a mudança climática a dois graus Celsius, limite a partir do qual o IPCC considera que o aumento da temperatura provocará danos irreversíveis.
O informe do IPCC conclui que o aquecimento disparará provavelmente a frequência e a intensidade das ondas de calor e das secas, especialmente na área mediterrânea, na qual se encontra a Espanha. “Os governos devem começar a se adaptar para enfrentar estes fenômenos climáticos muito mais extremos”, recomenda o IPCC. Os cientistas calculam que esta nova situação gerará perdas de bilhões de euros e afetará setores econômicos como o turismo e a agricultura.
“É um informe especialmente relevante devido à vulnerabilidade da Espanha ao aumento das temperaturas e do nível do mar”, admitiu o Ministério do Meio Ambiente espanhol depois de conhecer as conclusões do documento. “Devemos realizar ações urgentes a favor do clima”, corroborou a comissária da UE da Ação pelo Clima, Connie Hedegaard. A organização ambientalista Greenpeace, por sua vez, pediu aos governos que assumam compromissos para reduzir os efeitos do aquecimento global.

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Tradução: Eloise De Vylder Reportagem de El País, no UOL Notícias.
EcoDebate, 242/11/2011

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