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quarta-feira, 23 de agosto de 2017




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Biodiversidade, Energia, Licenciamento Ambiental, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas, Quilombolas, UCs
Ano 17
23/08/2017

 

Amazônia

 
  Depois de mais de 30 anos fechada à atividade de mineração, uma imensa área da Amazônia rica em ouro poderá ser explorada pela iniciativa privada. Por meio de um decreto publicado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União, o governo federal extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada em 1984. Com isso, uma área de cerca de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá está liberada para extração de ouro e outros minerais nobres. A expectativa do governo é, agora, iniciar os leilões das áreas para as empresas interessadas em explorar a área. No decreto, o governo destaca que a extinção da Renca "não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira" - O Globo Online, 23/8, Economia.
  No período de um ano, o desmatamento na Amazônia Legal caiu 21%, interrompendo uma sequência de cinco anos consecutivos de aumento da devastação. Entre agosto de 2016 e julho de 2017, foram destruídos 2.834 km² de florestas. No mesmo período, um ano antes, o índice havia sido de 3.580 km² . O monitoramento, não oficial, é do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon. De acordo com o pesquisador do Imazon, Paulo Barreto, o principal fator que explica a redução da devastação florestal é a queda no preço do gado. "Diversos estudos mostram uma forte correlação entre o preço do gado e as taxas de desmatamento", disse. Segundo ele, no período correspondente à queda no desmatamento, o preço do gado era o mais baixo dos últimos 20 anos - OESP, 23/8, Metrópole, p.A12.
  
 

Energia

 
  O governo federal estuda estabelecer limites à participação de novos acionistas da Eletrobras com a privatização da estatal, numa tentativa de incentivar a pulverização do capital da companhia em vez da simples transferência do controle para um novo dono. A expectativa do governo é concluir o processo de privatização da estatal até o primeiro semestre de 2018, para evitar limitações impostas pela legislação com a proximidade da campanha eleitoral. Ontem, as ações da Eletrobras dispararam: as ordinárias, com direito a voto, subiram 49,3% e a Bolsa teve o maior nível em seis anos. Em um dia, o valor de mercado da estatal foi a cerca de R$ 29 bilhões, um crescimento de R$ 9 bilhões - FSP, 23/8, Mercado, p.A14.
  Antes de privatizar a Eletrobras, o governo deve construir a nova regulação do setor elétrico, com regras claras, avalia Edmar Almeida, professor do grupo de Economia da Energia do IE/UFRJ. Em entrevista, ele ressalta que os rios são um recurso público estratégico. "A discussão sobre quem tem potencial para desenvolver uma bacia hidrográfica, garantir o uso múltiplo da água, não apenas em geração elétrica, mas para irrigação e outros fins, é fundamental", diz - O Globo, 23/8, Economia, p.21.
  Com a decisão do Ministério de Minas e Energia de dar seguimento ao processo de construção da Usina Hidrelétrica do Bem-Querer, a ser construída no Rio Branco, em Caracaraí, no centro-sul de Roraima, o defensor público e colaborador do Movimento Puraké, Jaime Brasil Filho, avalia que haverá prejuízo ambiental em relação à fauna dos organismos aquáticos e terrestres, além do prejuízo junto à cultura e sobrevivência dos ribeirinhos. Além disso, ele disse que o prejuízo para a qualidade dos serviços de água no lavrado e nas florestas seria incalculável. De acordo com os dados já levantados pela EPE, a área a ser inundada é maior do que a de Belo Monte, enquanto a energia a ser gerada é apenas 6% da energia que deve ser gerada pela usina no Pará. “Ou seja, só tem custo. Não tem benefício nenhum" - Folha de Boa Vista, 23/8.
  
 

Licenciamento Ambiental

 
  Uma auditoria feita pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente para investigar um suposto esquema de fraude em licenças ambientais de obras em São Paulo resultou na demissão ou transferências de 26 funcionários que atuavam nos departamentos responsáveis por analisar e aprovar os alvarás dos empreendimentos dentro da pasta. Houve ainda mudanças de procedimentos na secretaria. Em um relatório encaminhado à Controladoria-Geral do Município no dia 3 deste mês, o secretário do Verde, Gilberto Natalini, afirmou que "haviam erros grotescos" e "atos não republicanos" praticados por técnicos e diretores da secretaria nos processos de compensação ambiental das obras na capital. Segundo ele, "empresas tinham atendimento diferenciado" e "as ações eram obscuras e frágeis" - OESP, 23/8, Metrópole, p.A12.
  Em protesto contra a demissão de Gilberto Natalini da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, na última sexta-feira, cinco dos sete membros do conselho gestor da pasta decidiram deixar o órgão no início desta semana. Os conselheiros Arlindo Phillippi Júnior, Carlos Rittl, Consuelo Yoshida, Eduardo Jorge e Roberto Klabin redigiram uma carta criticando a demissão de Natalini pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Segundo eles, a decisão foi tomada "sem argumentos de base técnica e por interesses de composições partidárias". Os outros dois membros do grupo, André Vilhena e Paulo Pompilio, não participaram da reunião - OESP, 23/8, Metrópole, p.A12; FSP, 23/8, Cotidiano, p.B4.
  
 

Geral

 
  Inaugurado há quase 121 anos como reduto da alta cultura europeia no meio da selva amazônica, o Teatro Amazonas abrirá hoje seu palco pela primeira vez para uma apresentação produzida e protagonizada por uma indígena. O show de Djuena Tikuna marca o lançamento do álbum "Tchautchiüãne" ("minha aldeia"), com músicas só na língua ticuna -a maior etnia do país, com cerca de 54 mil pessoas. "Vou cantar aqui pra bater os nossos pés, cantar e dizer que estamos aqui, resistindo", diz Djuena. Suas letras, explica, falam sobre o ambiente, demarcação de terras e outros temas ligados aos direitos indígenas. A opção de não cantar em português também é política - FSP, 23/8, Ilustrada, p.C5.
  Pesquisadores perfuraram, no início deste mês, um buraco de 50 m de profundidade em meio à mata atlântica da região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, esperando compreender o último milhão de anos e se adiantar ao que está por vir. Os cientistas pretendem, a partir da análise do solo coletado, obter detalhes de como a biodiversidade da mata atlântica se comportou perante as mudanças climáticas. A partir disso, será possível traçar modelos das prováveis reações da floresta às alterações do clima pelas quais o mundo passa atualmente. O local escolhido para a perfuração foi a Cratera de Colônia, uma depressão de 3,6 km de diâmetro e 300 m de profundidade. Dois milhões de anos atrás, a cratera era um lago. A mudança possibilitou o acúmulo de sedimentos, no fundo do antigo corpo d'água - FSP, 23/8, Ciência, p.B9.
  Simplesmente bombardear as pessoas com informações científicas confiáveis não é suficiente para que elas tomem decisões sensatas sobre temas complicados, indica um novo estudo feito nos EUA. Os resultados reforçam a hipótese de que, quanto mais as pessoas aprendem sobre ciência, menos elas tendem a concordar entre si em relação a assuntos polêmicos, como a teoria da evolução, as mudanças climáticas e o Big Bang. Segundo o resultado da pesquisa, que acaba de sair no periódico "PNAS", nos temas que envolvem crenças religiosas e/ou identidade política (mudanças climáticas, evolução humana, Big Bang e células-tronco), as diferenças de opinião aumentam conforme o nível educacional geral e o conhecimento sobre ciência das pessoas também aumenta - FSP, 23/8, Ciência, p.B9.
  
 
Imagens Socioambientais

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