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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Pesquisa com 132 mil estudantes de todo Brasil

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Aulas agradam só 1 em cada 10 jovens, que pedem mais atividades práticas e tecnologia na escola.

Projeto inédito que contou com a participação de jovens de 13 a 21 anos, de todas as regiões do país, mostra o que eles pensam e o que esperam da escola; metodologia envolveu estudantes na formulação das perguntas e na mobilização dos colegas para respondê-las.
Por Redação do Porvir*
A pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, que usou metodologia participativa para ouvir 132 mil adolescentes e jovens de 13 a 21 anos, revela que só um em cada 10 respondentes está satisfeito com as aulas e os materiais pedagógicos. Os prédios e a estrutura das escolas também são motivos de insatisfação: metade dos entrevistados consideram esses itens inadequados. Já 8 em cada 10 acreditam que as relações dos alunos com a equipe escolar e com seus colegas precisam melhorar. Apesar das críticas, os participantes da pesquisa demonstram que ainda têm um vínculo afetivo com o espaço escolar: 70% deles gostam de estudar em suas escolas e 72% dizem que lá aprendem coisas úteis para sua vida.
“Nossa Escola em (Re)Construção” é uma iniciativa do portal Porvir, especializado em inovações educacionais, programa do Instituto Inspirare. O estudo foi realizado em parceria com a Rede Conhecimento Social e será lançado oficialmente no dia 22 de setembro. A escuta ainda revela, por exemplo, que 36% consideram que “atividades práticas ou resolução de problemas” os faria aprender mais, e 27% entendem que o uso da tecnologia contribui para a aprendizagem. Os jovens também acreditam que a escola deve prepará-los para o futuro. Mesmo quando imaginam uma instituição inovadora, 27% dizem que o foco principal deve ser “preparar para o Enem e vestibular” e 23%, “preparar para o mercado de trabalho”. Em relação ao currículo, 25% desejam ter algumas disciplinas obrigatórias e poder escolher outras; outros 21% querem ter disciplinas obrigatórias no horário de aula e eletivas no contraturno. A sala de aula tradicional, com cadeiras em fila, está em baixa entre os consultados, com 30% dizendo que seriam mais felizes em um ambiente com móveis variados, como pufes, bancadas, almofadas e sofás; enquanto outros 19% gostariam de intercalar uso de ambientes internos e externos.
Para fazer um raio X do que os alunos pensam da escola e, principalmente, do que esperam dela, a pesquisa se valeu de uma metodologia chamada PerguntAção, que envolveu os jovens em todas as etapas do processo – da elaboração do questionário à análise das respostas. “O resultado dessa consulta reforça a ideia de que precisamos repensar a escola para que ela considere as especificidades e faça sentido para os jovens do século 21”, afirma Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare.
O questionário da pesquisa ficou disponível na internet entre 28 de abril a 31 de julho deste ano, para que alunos ou ex-alunos de todo o Brasil pudessem responder às questões formuladas com apoio de um conselho de especialistas e de um grupo de 25 jovens de 13 a 21 anos. Os respondentes representam 1707 municípios de todos os Estados mais o Distrito Federal. A Região sudeste teve a maior proporção de participantes: 85,4%. Os interessados em conhecer os resultados da escuta e realizar iniciativa semelhantes podem ter acesso ao relatório da pesquisa na íntegra e aoquestionário em PDF neste link.
Se de um lado, “Nossa Escola em (Re)Construção” não tem o rigor científico das pesquisas baseadas em amostragem, de outro tem a força de ter sido elaborada com a participação da própria juventude e de ter sido respondida de forma voluntária.
“PerguntAção é um processo de construção participativa de consultas de opinião para gerar mobilização. Os resultados não aparecem apenas ao final, mas durante todo o processo de elaboração da pesquisa, quando os alunos são mobilizados para analisar a escola e propor soluções”, diz Marisa Villi, cofundadora da Rede Conhecimento Social. Entre os que participaram da “Nossa Escola em (Re)Construção”, 86% estão matriculados em escolas públicas. Todos foram convidados a responder ao questionário online com 20 perguntas, compostas por dezenas de subtemas e opções de respostas, que substituíram a linguagem tradicional das pesquisas para aproximá-las do universo dos entrevistados.
Para alguns tópicos, os alunos puderam escolher entre as alternativas
· “Tá tranquilo, tá favorável”, correspondente a ótimo
· “Até que tá bom, mas…”, correspondente a bom
· “Tá mais ou menos”, correspondente a regular
· “Tem que melhorar”, correspondente a ruim
· “Tá tenso”, correspondente a péssimo.
Após a divulgação dos resultados, as escolas e redes de ensino que mobilizaram a participação de mais de 50 alunos na pesquisa receberão relatórios específicos. Esse é o caso das secretarias estaduais de São Paulo e Goiás, do Centro Paula Souza (SP), da Escola Sebrae de Belo Horizonte e do Sinepe/RS (Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul), entre vários outros. O objetivo é que os resultados sejam utilizados para inspirar transformações no dia a dia das unidades de ensino.
Expectativa x Realidade
Para entender como anda a oferta de atividades e práticas pedagógicas e de participação nas escolas, os estudantes compararam o que existe, qual o nível de engajamento dos alunos e o que não pode faltar em um ambiente de aprendizagem ideal.
Quando refletem sobre a tomada de decisões nas escolas, apenas 17% afirmam que participam delas e 52% dizem que isso deveria ocorrer. Entre as atividades que envolvem colocar a mão na massa, as olímpíadas de conhecimento são as mais comuns: 55% dos respondentes disseram que essas competições acontecem regularmente, mas eles também gostariam de ter outras experiências: 4 em cada 10 desejam participar de oficinas ligadas à comunicação, 6 em cada 10 dizem que não podem faltar atividades em laboratório e 5 em cada 10 gostariam de participar de projetos de melhoria de problemas da escola e da comunidade.
Os jovens também sentem a necessidade de aprender fora da escola. Apenas 14% interagem com ONGs e 20% com a comunidade do entorno, mas 62% pedem visitas, passeios e trabalhos que extrapolem os muros da escola.
As escolas que os jovens querem
“Nossa Escola em (Re)Construção” também convidou os jovens a se manifestarem sobre como deveriam ser as dependências físicas da unidade de ensino de seus sonhos. Para 51%, a tecnologia não deveria se restringir aos laboratórios de informática, mas também estar presente nas salas de aula e em outros ambientes. Ao mesmo tempo, a pesquisa indica que eles não desejam estudar apenas em lugares fechados: 44% sonham com uma escola com bastante área verde.
Para avançar na investigação de qual seria a escola ideal, a pesquisa sugeriu que os jovens pensassem em quatro cenários diferentes:
1. Escola para aprender mais;
2. Escola que respeita a individualidade de todos;
3. Escola inovadora;
4. Escola que deixa mais feliz;
Cada cenário foi analisado a partir de seis características: foco e objetivo, conteúdos, organização curricular, jeito de aprender, recursos educacionais e jeito da sala de aula. Estão entre os principais desejos dos jovens:
tabela1
tabela2
tabela3
tabela4
A disseminação da “Nossa Escola em (Re) Construção” tem a parceria das empresas Mova Filmes e Inketa, que produziram vídeos e uma plataforma virtual para ampliar o acesso dos interessados aos dados da pesquisa.
SERVIÇO:
Lançamento da pesquisa “Nossa Escola em (Re) Construção”, no dia 22/setembro, com transmissão online de debate sobre os resultados, via Facebook do Porvir
SOBRE O INSTITUTO INSPIRARE
Criado em 2011, o Instituto Inspirare tem como missão inspirar inovações que possam melhorar a educação brasileira. Sua atuação acontece por meio de quatro programas: o Porvir, que difunde tendências e inovações educacionais através do portal; o Iniciativas Empreendedoras, que fomenta empreendimentos de impacto em educação; o Laboratórios Educativos, que experimenta inovações educacionais na prática; e o Educação Pública Inovadora, que apoia redes públicas de ensino que querem inovar em escala.
(#Envolverde)

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