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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Rio Doce sobe por conta de lama de rejeito e mata animais em Minas Gerais

09 de novembro de 2015 

Foto: Reprodução/Dirceu Móveis/Topa Tudo Ipatinga/ANA
Muitos animais morreram. Foto: Reprodução/Dirceu Móveis/Topa Tudo Ipatinga/ANA
Estações telemétricas operadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) registraram um aumento do nível do rio Doce nas últimas 24 horas em parte do centro-leste e leste de Minas Gerais em razão não chuva volumosa que voltou a cair em vários municípios, mas sim pela lama de rejeitos das barragens que se romperam em Mariana.
Entre as 9 horas (Brasília-verão) de sábado (07) e às 9 horas deste domingo (08), a precipitação registrada em pluviômetros automáticos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) chegou a 96 milímetros em Congonhas, 91 mm em Juiz de Fora, 76 mm em Barroso, 57 mm em Conselheiro Lafaiete e 56 mm em Ouro Preto.
Exceto em Ouro Preto, que escoa a água da chuva pelo rio do Carmo, nos demais municípios, a bacia hidrográfica, por enquanto, não sofreu alterações com a chuva.
O mesmo rio do Carmo, que recebeu o montante de água e lama das duas barragens que estouraram em Mariana, e que não registrou precipitação acumulativa, subiu entre os municípios de Acaiaca e Barra Longa, até o encontro com o rio Piranga, que juntos formam o rio Doce.
Neste domingo, autoridades do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), na altura de Ipatinga, constataram enorme mortandade de aves, peixes e tartarugas, após a chegada das águas do lamaçal.
Além do nível já muito baixo do rio pelo longo período de estiagem e a baixa oxigenação, agora, com a passagem das águas, a morte ocorreu de forma instantânea, relataram as autoridades.
Tartaruga na lama. Foto: Reprodução/Dirceu Móveis/Topa Tudo Ipatinga/ANA
Tartaruga coberta pela lama. Foto: Reprodução/Dirceu Móveis/Topa Tudo Ipatinga/ANA
No município de Belo Oriente, o nível do rio Doce que estava em torno de 1,08 metros na última semana, nas últimas 24 horas saltou para 3,76 metros na estação da ANA, valor, inclusive, acima da cota de alerta para extravasamento, mas puramente devido às águas das barragens, segundo a Defesa Civil.
Os reflexos já foram sentidos também nas imediações de Governador Valadares, onde o nível do rio Doce está crítico. Às 10 horas deste domingo, o nível em outra estação da ANA estava em 95 centímetros sendo que antes do rompimento das barragens, o nível era de 84 cm. Ainda assim, abaixo da cota de alerta para vazante, que é de 1,26 metros.
Outro dado interessante foi registrado no mesmo rio Doce, no município de Córrego Novo. A estação da ANA, que vinha mantendo nível de 1,25 metros na última sexta-feira (06), no sábado saltou para 5,53 metros, acima da cota de alerta para extravasamento, que é de 4,47 metros.
A previsão das autoridades é de que o lamaçal que segue matando os animais por onde passa chegue ao Espírito Santo nas próximas 24 horas. O rio Doce sobe nas estações, mas não por conta da chuva.

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