26 de abril de 2015
Por Lobo Pasolini (da Redação da ANDA)
Imagine uma voz que vai do diáfono ao emocionalmente intenso, imersa em um som texturizado e eletrônico comum a pitada gótica estilo São Francisco. É assim que Lila Rose, uma cantora pop experimental de Toronto mas radicada na Califórnia, traz sua mensagem ambientalista e em prol dos animais não humanos, o que faz dela uma raridade no cenário cínico do pop que raramente toca nesses temas.
Ainda pouco conhecida no Brasil, a cantora e compositora não tem medo de escrever sobre temas que a interessam e que ela considera urgentes. Em seu novo álbum We.Animals, ela mais uma vez fica longe do pop grudento que domina as rádios e se enverada por paisagens sonoras mais exóticas e atmosféricas. Mas ela não se preocupa que o público em geral não possa achar sua música e seus temas um tanto quanto abrasivos?
“Eu pensei bastante sobre isso antes de começar esse projeto,” ela disse à revista online The Bay Bridged, que se especializa em música indie na região de Bay Area em São Francisco. “É sempre um desafio lidar com questões como essa porque é fácil parecer muito intenso ou enfadonho. É um gancho emocional para pessoas em ambos os lados do debate, especialmente no caso de direitos animais.”
Mas, a medida que as questões ambientais e veganas se infiltram mais na cultura popular, artistas como Lila Rose conseguem ganhar espaço e tem tido uma boa aceitação.
Na verdade, considerando a urgência de tais questões, a pergunta é por que a maioria dos artistas não está lindando com esses temas em suas obras? “Muitos artistas são movidos pela tensão em suas vidas, e boa parte dessa tensão acontece em dores de cotovelo, amor e relacionamentos. Para mim a tensão é maior dentro deste assunto, eu sempre tive um espécie de dor sobre a Terra. Parte disso vem da influência de membros da família, mas eu também acho que eu nasci com uma alma terna que se importa com os animais e o planeta,” ela diz.
Para compor a parte visual de sua obra, Lila Rose tem a colaboração de Daniel Garcia, que ela diz ser o responsável por calibrar a intensidade do que ela faz visualmente, como é o caso da capa do disco onde ela segura um revólver contra a cabeça. Essa imagem forte, ela diz, reforça o sentido geral do álbum e os temas que ele contém.
Lila acredita que a música sempre tem um raio de esperança e no seu caso não é diferente: “Nós podemos começar reconhecendo os problemas, mas não tem que acabar com os problemas. Há sempre soluções. As vezes parece que não há nada que possa ser feito, que os problemas são grandes demais para controlar, mas eu preciso de esperança de mudança para continuar vivendo.”
Para ouvir We.Animals, visite o site de Lila Rose.
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