30 de abril de 2015
Por Bruna Araújo (da Redação da ANDA)
Quando Laurelee Blanchard conheceu o sofrimento vivido pelos animais explorados pelo agroindústria, toda sua vida mudou. Enquanto a maioria das pessoas que têm acesso ao mesmo tipo de informação tornam-se veganas, Laurelee não achou suficiente apenas parar de consumir produtos de origem animal e deu um passo além. As informações são do One Green Planet.
Em 1999, ela abandonou uma carreira de sucesso no setor imobiliário para se dedicar a resgatar e dar um nova vida a animais explorados e vítimas de maus-tratos. Ela mergulhou no movimento abolicionista e usou suas habilidades e determinação para criar uma mudança real. Com isso em mente, ela tornou-se diretora de comunicações da FARM (Movimento pelos Direitos dos Animais Explorados na Agricultura) e também trabalhou como consultora em campanhas da Farm Sanctuary. Mesmo trabalhando ativamente na causa, Laurelee acreditou que poderia fazer ainda mais e gastou todas as suas economias para fundar o Leilani Farm Sanctuary, em 2008. Desde então, Laurelee se dedica e dar uma nova chance para animais explorados em fazendas, e oferece um programa interativo e educacional para conscientizar crianças sobre a importância da compaixão e do respeito pelos animais.
O Santuário
Leilani Farm Sanctuary é um refúgio localizado em Haiku, no Havaí, EUA, e hoje é o lar de 200 animais resgatados. Lá podem ser encontrados galinhas, burros, cães, patos, gatos, coelhos, gansos, porcos e tartarugas.
Embora para alguns, abandonar uma carreira e investir todo seu dinheiro em um santuário animal possa parecer uma atitude drástica, para Laurelee foi apenas uma decisão natural: “Dar um propósito para a minha vida me dá a sensação de estar utilizando, da melhor forma possível, meu tempo na Terra. Dedicar minha vida a ajudar os animais é minha maneira de tentar minimizar todo horror a que milhares de animais são submetidos a cada dia e a cada minuto”, afirma.
Laurelee conta que no santuário se torna perceptível a tênue linha que separa os animais de nós. Quando os visitantes chegam ao Leilani Farm Sanctuary, são prontamente recebidos por Rufus, um grande galo vermelho, que foi explorado por seus tutores e depois abandonado na porta do santuário. Outro personagem muito conhecido é o porco Barney. Vítima de exploração e maus-tratos em torneios de montaria, Barney hoje vive confortavelmente e é um grande fã de carinhos na barriga.
O santuário também é o lar de vários coelhos – a maioria dos animais foram comprados na Páscoas para crianças e abandonados após o período de empolgação.
A maioria dos veados e cabras abrigados no santuário foram resgatados órfãos após suas mães serem mortas por caçadores. Os filhotes são cuidados e alimentados pessoalmente por Laurelee, que se tornou mãe adotiva dos animais. Mesmo adultos, os animais ainda seguem Laurelee em busca de carinho e atenção.
Não há a menor dúvida de que Laurelee mudou completamente a vida desses animais, mas curar e dar uma nova chance aos animais não é o único objetivo do Leilani Farm Sanctuary. O santuário também oferece programas para jovens em risco, pessoas com necessidades especiais e vítimas de violência doméstica.
Compaixão para curar pessoas e animais
A compaixão pode ser definida como um profundo sentimento de solidariedade em relação a um ser que está sofrendo. A maioria dos animais do Leilani Farm Sanctuary foram abusados, negligenciados ou resgatados após ficarem órfãos. Então, quando as crianças vindas de lares problemáticos interagem com esses animais, aprendem sobre coragem, perdão, confiança, força, empatia e bondade. As principais qualidades que compõem um ser humano compassivo.
“Ao aprender empatia e respeito por todos os seres vivos, as crianças podem quebrar o ciclo de violência e se tornarem protetores em lugar de agressores”, diz Laurelee. “Quando nós retransmitimos as histórias dos animais para crianças vítimas de violência isso as ajuda a se relacionarem com sua própria dor de forma mais saudável”.
Durante os passeios pelo santuário, Laurelee compartilha histórias de alguns dos animais resgatados de maus-tratos, abandono e da morte. As crianças conhecem histórias de animais que fugiram de matadouros ou resgatados antes de serem mortos para consumo e aprendem sobre empatia e construção de laços e relacionamentos.
“Os animais tornam-se modelos, ajudando as crianças a superarem seu passado e aprenderem a perdoar e acreditar em um futuro melhor”, diz Laurelee.
Ela acredita que após aprenderem a serem mais compassivos com os animais e com o próximo, essas crianças estão prontas para voltar para o mundo e enfrentar os obstáculos com mais equilíbrio e compreensão. Não é raro que após estabelecer uma forte ligação com os animais, muitos decidam tornar-se vegetarianos ou veganos.
“Os encontros promovidos pelo santuário mudam completamente a forma que os visitantes enxergam os outros seres vivos. O objetivo é que todos passem a considerar os animais como indivíduos dotados de personalidade e não uma simples refeição”, afirma Laurelee.
Agindo pelos animais
Agindo pelos animais
Laurelee Blanchard mostra a todos que, se você realmente se preocupa com um problema e coloca sua mente e recursos no sentido de resolvê-lo, você pode fazer qualquer coisa. Mas, é claro, isso não significa que você tenha que abandonar sua carreira para ajudar os animais.
“Há muitas formas de ajudar os animais diariamente, começando por tornar-se vegano. As pessoas que querem fazer a diferença pelos animais podem contribuir em uma infinidade de atividades como assinar petições, fazer denúncias, cobrar de políticos e compartilhar conteúdos da causa animal em redes sociais, fazer doações e muitas outras coisas que podem causar um enorme impacto positivo”, afirma Laurelee.
Você também pode ajudar Laurelee e a equipe do Leilani Farm Sanctuary. Para saber mais sobre esse incrível santuário e sua fundadora, confira o site Leilani Farm Sanctuary (em inglês) e a página no Facebook.
Nenhum comentário:
Postar um comentário