O amplo domínio da humanidade sobre o planeta pode levar à falsa impressão de que tudo que habita a superfície da Terra já foi identificado e devidamente catalogado. Longe da verdade. De acordo com levantamento feito pela organização ambientalista WWF (World Wide Fund for Nature), a cada três dias uma nova espécie é descoberta na Amazônia. E no restante do mundo a realidade não é tão diferente assim. Confira uma lista com animais descobertos recentemente – alguns já correndo risco de extinção.
Saola ou Boi-de-Vu-Quang (Pseudoyx nghetinhensis) – De tão rara, essa espécie de bovino com chifres de até um metro de comprimento costuma ser chamada de Unicórnio Asiático. Em 1992, uma equipe encontrou o crânio de um de seus poucos indivíduos pendurado na cabana de um caçador, na selva do Vietnã. Era a primeira grande espécie de mamífero descoberta em mais de 50 anos. Dependendo de circunstâncias bem específicas em seu habitat, nenhum dos que foram mantidos cativos em zoológicos sobreviveu. E diante da exploração da área, estima-se que a população total não ultrapasse o número de 500 animais. Atualmente, o Saola encontra-se em perigo crítico de extinção.
Ituglanis boticario – Descoberto em 2004 por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos em parceria com a Fundação Boticário de Preservação da Natureza, esse peixe é encontrado somente na Gruta da Tarimba, em Mambaí, a 500 km de Goiânia. Infelizmente, a espécie também já está ameaçada. Por ser um triglóbio (vive só em ambientes subterrâneos), depende dos alimentos levados pela água da chuva e como a caverna é localizada numa área particular, os Ituglanis são ameaçados pelos desmatamentos em nome da agricultura e dos agrotóxicos e pesticidas provenientes da prática.
Rabo de Fogo (Callicebus miltoni) – Primata do gênero callicebus – conhecido popularmente como “Zogue Zogue” -, o Rabo de Fogo foi descoberto em 2011, no sul da Amazônia. Os pesquisadores estudavam duas espécies do gênero que habitam a região dos rios Roosevelt e Aripuanã quando perceberam que os animais que vivem entre os dois cursos d’água tinham a cauda vermelha. A pesquisa ainda tenta definir se o Miltoni está ameaçada, mas como a espécie habita uma área de desmatamento, é possível que a extinção seja um risco para ela.
Caquetá titi (Callicebus caquetensis) – Encontrado na porção colombiana da Amazônia e catalogado em 2011, o Caquetá também integra a longa lista dos animais em perigo crítico de extinção. Endêmica da região, a espécie evolui para viver em terra firme e áreas alagadas, mas sofre com o desmatamento de seu habitat natural e o número de indivíduos vem caindo ano a ano. Uma curiosidade é que os filhotes produzem sons semelhantes ao ronronar de um gato.
Olinguito (Bassaricyon neblina) – Da família dos quatis e guaxinins, o Olinguito teve a descoberta anunciada em 2013, por pesquisadores do Museu de História Natural do Instituto Smithsoniano. Acredita-se que um indivíduo da espécie tenha sido exibido em zoológicos dos Estados Unidos entre as décadas de 1960 e 1970, confundido com um Olingo – um primo próximo. De hábitos noturnos, é a primeira espécie carnívora descoberta no continente americano em 35 anos. Encontrado em florestas de densa neblina (daí o nome cienntífico) da Colômbia e do Equador, ele não integra nenhuma lista de extinção, mas estima-se que 40% de seu habitat natural tenha sido desmatado.
Tometes camunani – Documentada em 2013 pelo pesquisador brasileiro Marcelo Andrade, da Universidade Federal do Pará, a tometes camunani é uma das quatro espécies de piranha que não são carnívoras. Diferentemente de suas primas conhecidas pela voracidade, a camunani se alimenta de ervas aquáticas e por isso, foi apontada como uma das descobertas zoológicas mais importantes dos últimos anos.
Rãs dançarinas (Micrixalus) – Depois de 12 anos de estudos, um grupo de especistas em anfíbios ligado à Universidade de Délhi, divulgou a descoberta de 14 espécies de um tipo de rã. Consideradas relíquias vivas, as rãs dançarinas ganharam o nome por conta do movimento das patas traseiras dos machos durante o cortejo. A origem desses animais, que habitam somente uma cordilheira ao Oeste da Índia, remete há 85 milhões de anos e agora, eles estão ameaçados de extinção por conta da ação humana.
Lêmure-anão Lavasoa (Cheirogaleus lavasoensis) – Medindo pouco mais de 50 cm e pesando menos de 300 g, o Lêmure-anão Lavasoa começou a ser estudado em 2001, mas somente em 2013 foi cadastrado como uma nova espécie. Como têm hábitos noturnos e dificilmente descem das copas das árvores, encontrá-los não é uma tarefa fácil. E vai ficando cada dia mais difícil. Encontrados somente em trechos de floresta ao sul de Madagascar, eles têm sofrido com a depredação de seu habitat e a estimativa é de que a população não ultrapasse a marca de 50 indivíduos.
Fonte: Diário de Pernambuco
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