27 de julho de 2015
por Augusta Scheer (da Redação da ANDA)
Na manhã do dia 20 de julho, uma coalizão de grupos defensores de animais (PETA, Animal Legal Defense Fund, Orca Network) entrou com um processo contra o aquário Miami Seaquarium, em razão do aprisionamento da baleia orca Lolita. A pobre baleia é atualmente mantida num tanque apertado, sem a companhia de nenhuma outra baleia de sua espécie, desprotegida do sol forte da região. As entidades argumentam que isso constitui uma violação do ESA (Lei de Espécies Ameaçadas). As informações são do site Peta.org.
Numa ação judicial anterior, movida pelas mesmas organizações, foi declarado que a proteção do ESA se aplica à baleia Lolita. A legislação já se aplicava aos grupos de orcas selvagens ameaçadas, conhecidas como “Residentes do Sul”, mas Lolita fora excluída sem qualquer justificativa. Sob essa lei, o aprisionamento e as apresentações forçadas constituem apreensão ilegal, já que ela está sendo prejudicada, ferida e abusada.
Desde 1970, Lolita é mantida em cativeiro, impossibilitada de nadar os 160km diários típicos de sua espécie. Seu minúsculo tanque não tem qualquer proteção contra o sol, e um funcionário do estabelecimento relata que a pele da baleia chegou a rachar e sangrar por conta da exposição permanente. Dezenas de entidades vêm exigindo há anos que a baleia seja “aposentada” das apresentações e transferida a um santuário que foi preparado para recebê-la, próximo das Ilhas de San Juan, estado norte-americano de Washington.
Na natureza, as orcas da região onde Lolita foi sequestrada costumam passar a vida inteira na companhia de suas mães. Conta-se que Lolita reconhece os chamados de seu antigo cardume, mesmo depois de maçantes décadas em cativeiro. Acredita-se que uma das orcas do cardume, de 86 anos de idade, seja a mãe de Lolita, e ela está na natureza, em perfeita saúde.
Agora que a baleia Lolita se encontra oficialmente protegida pelo ESA, a luta para que ela seja transferida ao santuário continua. Lá, teria muito mais liberdade para nadar e teria a oportunidade de ver e se comunicar com sua mãe e com os outros membros de sua família, de quem foi separada há quase meio século, já que o cardume passa boa parte do tempo na região.
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