Vivemos um cenário em que a demanda por recursos naturais cresce em proporção inversa à sua disponibilização. Aumento populacional, consumismo, desperdício de recursos e degradação destacam-se como alguns dos principais fatores responsáveis por comprometer cada dia mais o desenvolvimento sustentável, que é discutido desde 1987 a partir do Relatório “Nosso Futuro Comum”.
Neste sentido, é evidente que as políticas de conservação necessitam ser implementadas em caráter de urgência para garantir recursos naturais em boa qualidade para as futuras gerações. Mesmo reconhecendo tal urgência, é inevitável fazermos alguns questionamentos. Entre eles, qual o motivo para que as ações não saiam do papel? Quais os motivos para que as discussões realizadas, nas conferências mundiais sobre meio ambiente, ainda não tenham se efetivado como práticas cotidianas?
A resposta pode estar na forma como as questões ambientais são encaradas e compreendidas pela nossa sociedade. A conservação do ambiente, por exemplo, depende de ações a serem desenvolvidas e que extrapolem os limites pré-estabelecidos do que conhecemos geograficamente. Os impactos ambientais não se limitam a fronteiras e interferem tanto em nível local como global. Neste contexto, as políticas de conservação demandam ações coletivas entre diferentes municípios, estados e países, tornando complexas a discussão e a proposição de medidas para alcançar a sustentabilidade em nível global.
A nossa concepção do que é meio ambiente contribui muito para este processo. Normalmente, não associamos os grandes centros urbanos, as nossas casas e nós mesmos ao que consideramos meio ambiente, e essa percepção errônea favorece à nossa inércia frente as problemáticas que precisam ser debatidas para chegar à possíveis soluções.
Dessa forma, falar em meio ambiente e pensar de forma local é um dos primeiros passos para que políticas de conservação fracassem, na medida em que tratar destas questões demanda trabalho coletivo e de participação de toda a sociedade. Para que isso seja possível, outro fator importante a destacar é o papel central que as práticas de Educação Ambiental devem ter. Dar autonomia de pensamento às pessoas, de forma que todos tenham acesso ao atual quadro de degradação que vivenciamos e da real abrangência do que é o meio ambiente, é um aspecto chave para enfrentar os desafios ambientais em nível global, pois a partir desta autonomia a população tem a oportunidade de refletir o atual modelo de desenvolvimento frente aos impactos ambientais, e pensar em novas escolhas em seu cotidiano que podem refletir globalmente.
Autores:
Augusto Lima da Silveira é coordenador de cursos de Pós-Graduação na área ambiental no Centro Universitário Internacional Uninter.
Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.
Imagem: Divulgação.
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