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terça-feira, 21 de março de 2017




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Amazônia, Biodiversidade, Energia, Mudanças Climáticas, Pantanal, PIB, Povos Indígenas, Quilombolas, Transposição do São Francisco, Vale do Ribeira
Ano 17
21/03/2017

 

Direto do ISA

 
  ISA vai transmitir ao vivo, no Facebook, os principais momentos de evento sobre direitos de população afetada por hidrelétrica e projeto de mineração no Pará Direto do ISA, 20/3.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  Informe anual publicado ontem pela ONU confirma que 2016 bateu todos os recordes de temperatura, 2017 mantém a mesma tendência e o clima mundial entrou em "território desconhecido". Segundo os cientistas, os modelos criados nas últimas décadas para examinar o comportamento da atmosfera já não atendem aos eventos extremos pelo planeta. "Estamos vendo mudanças profundas ao redor do planeta que estão desafiando os limites de nosso entendimento sobre o sistema climático. Estamos de fato em um território desconhecido", alertou David Carlson, especialista da organização. OESP, 21/3, Metrópole, p.A12.
  "O informe da ONU lembra que estamos passando por uma crise climática grave, com intensificação de eventos extremos, reforçando as mensagens anteriores dos especialistas, de que os governos precisam discuti-la com a urgência que merece uma crise mundial. Um aspecto novo desse documento é o alerta para um risco cada vez maior de ocorrência de eventos extremos que escapam à capacidade de previsão. Os modelos climáticos evoluíram, mas os desafios se tornaram maiores, como estão mostrando esses fenômenos cada vez mais intensos e frequentes", diz Carlos Rittl, secretário-geral do Observatório do Clima, em entrevista OESP, 21/3, Metrópole, p.A12.
  
 

Transposição do São Francisco

 
  Localizada no coração do semiárido nordestino, a pernambucana Salgueiro foi há até pouco tempo um oásis no sertão, ilha de prosperidade na região mais pobre do país. Atraídos por duas grandes obras de infraestrutura e milhares de empregos, a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, trabalhadores de todo o Nordeste chegaram a Salgueiro. Hoje ambas estão paradas, com a maior parte dos canteiros abandonada e trechos já prontos se deteriorando. A cidade de 60 mil habitantes integra o braço inicial do eixo norte da transposição, que era de responsabilidade da empreiteira Mendes Júnior, considerada inidônea por irregularidades investigadas na Lava Jato e que abandonou a obra. O Ministério da Integração aguarda o desfecho de uma nova licitação para retomar as obras no trecho FSP, 21/3, Poder, p.A11.
  Uéslei Silva França tinha 16 anos e trabalhava como carvoeiro na zona rural de Floresta (PE). Em 8 de fevereiro, foi com primos tomar banho no canal da transposição próximo à Estação de Bombeamento 3, a 500 metros da casa onde vivia com os pais e irmãos, na aldeia Caraíbas, habitada por índios Pipipã. Morreu afogado. Seu corpo só apareceu três dias depois. Não há proteção nas laterais dos canais ao longo dos 216 km do eixo leste, inaugurado pelo governo federal no último dia 10. Além de Uéslei, pelo menos mais outra pessoa, um homem em Custódia (PE), morreu nessas águas. Placas colocadas pelo governo às margens dos canais e barragens proibindo o banho e alertando para o risco de afogamento não têm impedido os mergulhos FSP, 21/3, Poder, p.A11.
  
 

Geral

 
  A febre amarela ameaça também um dos mais bem sucedidos projetos de reintrodução na natureza de animais em extinção. A Reserva Biológica de Poço das Antas, vizinha a Casimiro de Abreu (RJ), fica na única região do mundo onde ainda existem micos-leões dourados. Na década de 1980, esses animais eram presença rara nas áreas de Mata Atlântica da região. Havia apenas 200 na floresta. Graças ao programa conduzido na Reserva, hoje eles são 3.200, em oito municípios. "Os micos são tão vítimas quanto os humanos. Infelizmente, não há vacina contra febre amarela para primatas", diz o geógrafo Luís Paulo Ferraz, da Associação Mico-Leão-Dourado (AMDL) OESP, 20/3, Metrópole, p.A12.
  O anúncio de fortes cortes no orçamento da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA alimentou temores de que bancos de dados inteiros sejam destruídos. Já houve algumas mudanças nos sites de agências federais de ciência. Gráficos no site do Departamento de Energia que ilustravam a conexão entre a queima de carvão e as emissões de gases causadores do efeito-estufa foram removidos. O mesmo vale para a descrição de uma página no site do Departamento do Interior sobre os efeitos ambientais do uso de técnicas de fratura hidráulica para exploração petroleira em terras federais. Milhares de acadêmicos, bibliotecários, programadores de software e cidadãos interessados em causas científicas se reuniram, nas últimas semanas, em eventos de "resgate de dados" -seis deles aconteceram só no último fim de semana FSP, 20/3, Ciência, p.B6.
  O PIB mostra apenas a produção de bens e serviços que podem ser comercializados, que têm um valor medido. O PIB sozinho não mede o desenvolvimento de um país. O preço do recurso natural que é usado na produção não entra na conta, a degradação ambiental no processo produtivo não entra na conta, a desigualdade não entra na conta, a economia compartilhada e colaborativa não entra na conta. O economista Eduardo Giannetti há anos vem defendendo dar um preço à devastação ambiental e mostra as contradições do PIB como forma de medir o desenvolvimento do país, num modelo que acaba incentivando o uso de tecnologias poluentes em detrimento de técnicas sustentáveis O Globo, 19/3, Economia, p.30.
  
 

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