Empresas protestaram na semana passada para exigir
novas áreas para a destinação de entulhos Crédito: FABIANO DO AMARAL /
CP MEMÓRIA
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A lei que estabelece regras sobre o destino dos resíduos da
construção civil em Porto Alegre ainda depende da solução de um impasse para
finalmente sair do papel. O texto foi sancionado em março de 2010, mas ainda não
foi regulamentado. Enquanto os empresários cobram do Poder Público a definição
de um local para transbordo e triagem do material, a prefeitura alega que sua
responsabilidade é com os pequenos geradores de resíduos.
A
regulamentação da lei é discutida por um grupo intersetorial formado por
secretarias municipais, Câmara de Vereadores e Sindicato da Indústria da
Construção Civil (Sinduscon/RS). Segundo o secretário de Meio Ambiente, Luiz
Fernando Záchia, os detalhes devem ser definidos até o fim do mês. "Somos
responsáveis e temos de dar condições para que o pequeno gerador possa destinar
os seus resíduos de forma correta", defende o secretário. De acordo com ele, a
fiscalização será atuante para garantir a execução da lei.
Pelos
cálculos da Smam, a Capital produz 72 mil toneladas de resíduos por ano. De
acordo com Záchia, os grande geradores, representados pelo Sinduscon/RS,
respondem por até 35% do total descartado. Com as obras da Copa do Mundo, no
entanto, calcula-se que o volume de entulhos deve saltar para 2 milhões de
toneladas até 2014. Para o presidente do Sinduscon/RS, Paulo Vanzetto Garcia, é
necessário diferenciar a origem dos resíduos. Ele explica que há detritos
provenientes de escavações, de demolições e ainda o transportado por
contêineres. Os dois primeiros, segundo ele, não precisam ser regulamentados. "O
que precisa firmemente ser regrado é todo e qualquer resíduo transportado por
contêiner", afirma.
O material pode ser separado por categorias
(madeira, papelão, vidro, ferro, etc). Ocorre que, nas pequenas obras, nem
sempre haverá material suficiente para tornar viável a separação. Na opinião de
Garcia, cabe ao poder público oferecer locais apropriados para o descarte. "O
gerador desse resíduo é um gerador difuso", justifica. "O poder público tem que
entrar nesta busca do local adequado, que é a área de transbordo e triagem",
afirma. De acordo com o empresário, o que não pode ocorrer é criar regras sobre
todos os tipos de resíduos, o que aumentaria a burocracia, tirando o foco do
problema principal. Na semana passada o assunto foi tema de uma manifestação do
setor de transportadores de caçambas, que teve o objetivo de conscientizar
autoridades sobre a importância da separação dos resíduos.
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FONTE : CORREIO DO POVO, ANO 117 Nº 293 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2012 |
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