grafico 300x233 Com temperaturas recorde, norte americanos passam a acreditar mais em mudanças no clima
Gráfico classifica os adultos norte-americanos em seis públicos: alarmados; preocupados; cautelosos, desengajados; que têm dúvidas; e desdenhosos. Foto: Universidade de Michigan
Em tempos de secas, incêndios e temperaturas recorde, uma nova pesquisa de opinião feita pela Universidade do Texas concluiu que atualmente 70% dos norte-americanos acreditam que o clima está mudando, reportou a Bloomberg. Em março, a mesma pesquisa chegou ao total de 65%.
A porcentagem daqueles que não acreditam nas mudanças climáticas atuais caiu de 22% em março para 15% na pesquisa realizada entre 12 e 16 de julho, que será publicada no site do Instituto de Energia da Universidade do Texas.

Em outra pesquisa, do jornal The Washington Post e da Universidade de Stanford, 60% dos questionados afirmaram que os padrões meteorológicos têm se mostrado mais instáveis. Eles também acreditam que o aquecimento futuro do planeta é algo que pode ser mitigado, portanto, a maioria (dois terços) quer que o governo lidere no cenário global de combate às mudanças do clima.
Na semana passada, uma coletânea de estudos organizada pelo Met Office e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) afirmou que algumas das ondas de calor e secas de 2011 foram até 60 vezes mais prováveis de acontecer graças ao aquecimento global e às ações humanas no clima.
A coletânea analisa, por exemplo, a seca no estado norte-americano do Texas, concluindo que mudanças instigadas pela queima de combustíveis fósseis tornaram a onda de calor vinte vezes mais provável.
Os últimos doze meses foram os mais quentes já registrados para os Estados Unidos como um todo, segundo a NOAA.
Geração X
Uma série de pesquisas da Universidade de Michigan, publicadas neste mês na sua revista trimestral, vem desde 2008 questionando a Geração X (adultos entre 32 e 52 anos) sobre alguns assuntos e analisando com metodologias amplas os resultados. Entre eles está o seu interesse sobre questões ligadas às mudanças do clima, sendo que na primeira pesquisa 28% disseram estar muito interessados e 55% estavam moderadamente interessados.
“O interesse da população em qualquer assunto específico sempre tem relação com as outras questões que competem pela sua atenção ao mesmo tempo… A crise econômica de 2008 fez com que muitos adultos se focassem em questões econômicas”, justificam os autores, que também citam a fadiga. “Muitos adultos tem um grau de atenção limitado para questões de políticas públicas e tendem a se cansar dos mesmos assuntos se eles persistem ao longo de vários anos.”
Tanto em 2009 quanto em 2011 um pouco mais de 20% da Geração X mostrou um alto nível de preocupação quanto às mudanças climáticas. Cerca de 40% expressaram temores moderados e um pouco menos de 40% disseram ter baixos níveis de preocupação com a questão. Apenas 16% em 2009 e 11% em 2011 se sentiam bem informados.
Juntando as diversas respostas, os pesquisadores classificaram os adultos em seis públicos: alarmados; preocupados; cautelosos, desengajados; que têm dúvidas; e desdenhosos (figura). Surpreendentemente, os desengajados são 41% da Geração X norte-americana.
“Poucas problemáticas engajam uma maioria sólida dos adultos em nossa sociedade ocupada e plural, mas a questão das mudanças climáticas parece atrair menos ativistas comprometidos (em ambos os lados) do que esperávamos”, concluem os autores.
Os resultados também indicam que jovens com maior nível de educação têm maior probabilidade de reconhecer a importância do problema e que existe ampla conscientização sobre as mudanças do clima, mas que muitos preferem focar em coisas mais imediatas, como emprego e estudo para seus filhos, a se concentrar nas necessidades da próxima geração.
“Estes resultados não são confortantes para aqueles que, como nós, se preocupam com a saúde da democracia americana no século 21″, enfatizaram os autores.

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FONTE : * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.