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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

China ultrapassa o Brasil e os Estados Unidos na expectativa de vida ao nascer, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Mesmo com renda per capita menor do que a brasileira, a China apresentou melhores indicadores de saúde do que o Brasil, desde a década de 1970 A transição de altas para baixas taxas de mortalidade é uma das maiores conquistas da humanidade. Durante mais de 200 mil anos, desde o surgimento do Homo sapiens, as taxas de mortalidade sempre foram altas e a expectativa de vida ao nascer sempre foi baixa. Até o início do século XIX, a expectativa de vida ao nascer não ultrapassava 25 anos, na média mundial. Mas com o aumento continuado da produção de bens e serviços possibilitados pela Revolução Industrial e Energética, com o avanço na higiene e no saneamento básico e com as melhorias na medicina, as taxas de mortalidade começaram a cair e o tempo médio de vida foi aumentando. O direito à vida é o direito humano mais fundamental, então a extensão da vida média é uma grande conquista das pessoas e das famílias. É essencial também para o desenvolvimento econômico, pois não existe país minimamente rico com alta mortalidade infantil e baixa expectativa de vida. A transição da mortalidade é uma conquista civilizatória e começou nos países com maior nível de renda, especialmente na Europa, na América do Norte e na Oceania. Quanto mais subia a renda média, mais caia as taxas de mortalidade e quanto mais subia a expectativa de vida, maiores eram os incrementos nos indicadores de desenvolvimento humano. O gráfico abaixo mostra que a expectativa de vida ao nascer nos Estados Unidos (EUA) estava próxima de 70 anos em 1950 e chegou próxima dos 80 anos na virada do milênio, números superiores aos da expectativa de vida do Brasil e da China. Contudo, a expectativa de vida estagnou dos EUA estagnou na última década e caiu durante a pandemia da covid-19. A China tinha expectativa de vida abaixo de 50 anos na metade do século passado e viveu um período de grande mortalidade na época da política do “Grande Salto para a frente”, que provocou a morte de dezenas de milhões de chineses. Porém, a expectativa de vida da China chegou a 60 anos na década de 1970 e ultrapassou a expectativa de vida do Brasil e continuou aumentando. Mesmo com renda per capita menor do que a brasileira, a China apresentou melhores indicadores de saúde do que o Brasil, desde a década de 1970. Atualmente, a China ultrapassou o Brasil em nível de renda e no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Mas continua bem atrás dos EUA nos indicadores econômicos. Porém, a China ultrapassou os EUA na expectativa de vida ao nascer nos últimos 3 anos, pois apresentou menores taxas de mortalidade durante a pandemia da covid-19. Com o fim da política da “covid zero” pode ser que a mortalidade aumente na China, especialmente se a cobertura vacinal não aumentar rapidamente. expectativa de vida ao nascer china brasil e eua Como os EUA possuem uma renda per capita muito acima da renda per capita chinesa, era de se esperar uma expectativa de vida muito maior. Porém, os EUA possuem indicadores de saúde bem piores do que os demais países desenvolvidos. Entre as razões para a estagnação e o declínio na expectativa de vida americana está o problema das doenças relacionadas ao abuso de opioides, do álcool, suicídios, diabetes, condições relacionadas à obesidade e muitas outras causas. Os EUA gastam muito com saúde, mas gastam mal e não conseguem ultrapassar os 80 anos na expectativa de vida. José Eustáquio Diniz Alves Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382 Referências: ALVES, JED. O aumento dos anos de vida perdidos nos EUA com a pandemia, Ecodebate, 24/03/2021 https://www.ecodebate.com.br/2021/03/24/o-aumento-dos-anos-de-vida-perdidos-nos-eua-com-a-pandemia/ ALVES, JED. População dos Estados Unidos de 1950 a 2100, Ecodebate, 17/08/2022 https://www.ecodebate.com.br/2022/08/17/populacao-dos-estados-unidos-de-1950-a-2100/ [ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ] in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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