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Jornalistas da Colômbia, Brasil e Cuba estão entre os nomeados para a 25ª edição do Prêmio Repórteres Sem Fronteiras – TV5 Monde para a Liberdade de Imprensa 2016.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma organização que defende a liberdade de informação com sede em Paris, destacou a coragem de jornalistas e blogueiros de todo o mundo que continuam exercendo o seu trabalho e “arriscando até a sua vida”. A organização se uniu à rede de televisão TV5 Monde para honrar os “jornalistas e meios de comunicação que tenham se destacado na defesa ou promoção da liberdade de informação”.
“Em 2016 os regimes autoritários endureceram a sua repressão contra jornalistas e blogueiros”, disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado da organização. “Não é por acaso que cerca de metade dos indicados exerçam o seu ofício em um dos 20 países que ocupam as últimas posições na Classificação Mundial de Liberdade de Imprensa da RSF, que abarca 180 países. A nossa organização celebra a coragem e a determinação de todas essas mulheres e todos esses homens comprometidos com um combate comum pela liberdade de informação”.
Os nomeados se dividem nas categorias jornalista, meio de comunicação e jornalista cidadão. Haverá um ganhador para cada uma das categorias.
A jornalista Jineth Bedoya, que passou a sua carreira cobrindo o conflito armado na Colômbia, é uma dos nove jornalistas indicados para o prêmio. A trajetória de Bedoya no jornalismo investigativo e o seu trabalho como ativista em prol das mulheresvítimas de violência já foram reconhecidos por várias organizações internacionais. A RSF destacou a sua luta pública pelos direitos das mulheres e a sua experiência pessoal – ela foi sequestrada, torturada e estuprada enquanto investigava o envolvimento de funcionários e paramilitares colombianos no tráfico de armas. A ONG também reconheceu a sua luta pela liberdade de expressão e as suas contribuições para as negociações de paz entre o governo colombiano e a guerrilha das Farc.
O site brasileiro de jornalismo investigativo Agência Pública, de São Paulo, foi indicado na categoria de meios de comunicação. A RSF ressaltou as suas reportagens sobre temas ambientais e direitos humanos, assim como seus projetos para promover o jornalismo e a liberdade de expressão. A Agência Pública inaugurou a Casa Pública, um centro cultural para apoiar o jornalismo independente, no Rio de Janeiro, em março de 2016. A agência também financia bolsas para projetos de jornalismo investigativo e “hospeda jornalistas estrangeiros que tenham compromissos no Brasil”, afirmou a RSF.
O jornalista brasileiro Leonardo Sakamoto foi indicado na categoria de jornalista cidadão. A RSF reconheceu o seu blog, Blog do Sakamoto, que é publicado no UOL Notícias e é focado em direitos humanos. Além disso, destacou a ONG Repórter Brasil, fundada pelo jornalista, cujo objetivo é lutar contra a escravidão. A RSF afirmou que, como resultado do seu trabalho em prol dos direitos humanos, Sakamoto tem sofrido com campanhas de difamação. Uma grande empresa de alimentos estava envolvida em uma campanha de difamação contra ele em 2015. Depois, em 2016, foi ameaçado após um jornal do estado de Minas Gerais publicar uma entrevista falsa com ele.
Tania Quintero e Iván García Quintero, mãe e filho jornalistas em Cuba, também foram indicados para a categoria. A RSF disse que a dupla “encarna a resistência jornalística e ilustra as dificuldades da liberdade de expressão em Cuba”. Tania Quintero, atualmente refugiada política na Suíça, foi “presa, roubada, perseguida e até humilhada publicamente por Fidel Castro” devido ao seu trabalho como jornalista dissidente, afirmou a RSF. Iván García Quintero, que continua com o blog em Cuba, traduzido em várias línguas, escreve sobre a censura e jornalistas independentes, afirmou a ONG. Ele também foi alvo do regime cubano e foi preso durante duas semanas por “propaganda contra o governo”, segundo a RSF.
Os Prêmios Repórteres Sem Fronteiras – TV5 Monde pela Liberdade de Imprensa 2016 serão entregues em Estrasburgo, na França, em 8 de novembro.
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